TOP 50 de discos de 2005 – # 11-20

#11. Andrew Bird
(The Mysterious Production of Eggs)

Elegância e suavidade marcam as melodias e orquestrações aprimoradas de Andrew Bird, cativando o ouvinte logo no início do álbum com “Untitled”. O violino, executado pelo próprio artistas, faz deste The Mysterious Production of Eggs aderir uma linha clássica pop acrescentando ainda folk acústico e jazz. Há quem compare o seu talento ao de Jeff Buckley e Rufus Wainwright, porém a ternura de Bird em canções como “Opposite Day” e “The Naming of Things” faz com que saia da sombra desses artistas e caminhe com suas próprias pernas.

Dica de download: “Sovay” (MP3)

#12. Sleater-Kinney
(The Woods)

Após quatro álbuns lançados pelo selo Kill Rock Stars, o trio feminino do Sleater-Kinney tem seu primeiro trabalho divulgado pela gravadora Sub Pop – selo conhecido como o berço do grunge. O produtor Dave Fridmann (Flaming Lips e Mercury Rev) deixa o trabalho das meninas fluir de forma imponente nas sonoridades inquietantes. A guitarra de Carrie Brownstein tem presença intensa (“Jumpers”), a bateria de Janet Weiss defende o álbum com entusiamo (“Entertain”) e a urgência de fúria no vocal de Corin, desde a abertura do disco, faz deste The Woods (talvez) o melhor das meninas em tempos.

Dica de download: “The Fox” ()

#13. Shelby Lynne
(Suit Yourself)

Suit Yourself apresenta uma produção singela com conversas descontraídas em algumas músicas – “Go With It” traz Lynne tentando acertar o “bridge” com a banda até que a faixa ganhe forma. As letras demonstram merecido cuidado como evidencia-se em “Where Am I Now?”, conduzida basicamente por voz e violão, e “Johnny Met June” – sobre o encontro de Johnny Cash e June Carter Cash. Sem esquecer de “You and We”, um deleite aos ouvidos, passando o seu recado em menos de um minuto.

Dica de download: “You Don´t Have a Heart” ()

#14. Kate Bush
(Aerial)

Os doze anos de afastamento de Kate Bush contribuiram para este Aerial. Influência registrada de cantoras como Tori Amos e Goldfrapp, Bush tornou-se uma artista única. Sua voz singular ainda soa como um enigma a ser desvendado e suas melodias são pequenos fragmentos. Fragmentos estes que envolvem barulhos de pássaros, risadas, sobreposição de vozes, ventos fortes e elementos quase imperceptíveis a serem descobertos.

Dica de download: “Pi” ()

#15. Vashti Bunyan
(Lookaftering)

Descoberta nos anos 60, pelo manager dos Rolling Stones, Vashti Bunyan gravou em 1969 seu único álbum: Just Another Diamond Day. Mais de trinta anos depois, este Lookaftering passa a ser um tesouro para aqueles que a conhecem (e àqueles que não, também). A voz de Bunyan remete a fragilidade e a melancolia de Nico. O disco conta com participações especiais que acrescentam muito a Lookaftering, como: Joanna Newsom executando harpa (“Against the Sky” e “If I Were”) e Devendra Banhart na guitarra acústica numa das composições mais belas: “Wayward” abordando o isolamento da artista.

Dica de download: “Wayward” ()

#16. Maxïmo Park
(A Certain Trigger)

Um prato cheio para quem se alegrou com o surgimento de The Killers ou Franz Ferdinand em 2004. Há charme nos arranjos e firmeza no melhor estilo indie-pop. São guitarras pegajosas (“Graffiti”), percussão marcante (“Postcard of a Painting”) e acordes de teclado de efeito imediato (“The Coast is Always Changing”) que faz este A Certain Trigger acertar no espírito new wave. Sem esquecer que “Apply Some Pressure” é um dos melhores singles do ano.

Dica de download: “Apply Some Pressure” ()

#17. The White Stripes
(Get Behind Me Satan)

O riff destacado de “Blue Orchid (assim como “Seven Nation Army” fixa na memória), a vitalidade de “The Nurse”, o ataque efervescente ao piano em “My Doorbell” ou o banjo blue grass de “Little Ghost” seria uma forma sucinta de figurar como os dois irmãos do White Stripes continuam se renovando e, ao mesmo tempo, superando os seus discos anteriores.

Dica de download: “My Doorbell” ()

#18. Bloc Party
(Silent Alarm)

Bloc Party parece ter sido resposta ao fenômeno de 2004: Franz Ferdinand. Não fugindo das guitarras punk-rock de comportamento dançante – promovendo estrutura e atmosfera às composições, o grande diferencial da banda tem nome: Kele Okereke. O vocalista apresenta um timbre desafiador remetendo Robert Smith, do The Cure. E sem esquecer, que assim como os escoceses do Franz Ferdinand, conquistaram a crítica facilmente.
Curiosidade: A canção “Believe”, um dos hits do disco Push the Button do The Chemical Brothers, traz Kele no vocal.

Dica de download: “Like Eating Glass” ()

#19. Aqualung
(Strange and Beautiful)

Do início ao fim, pode-se dizer que Strange and Beautiful é composto de baladas. Composições que encontram consistência em suas letras e arranjos. Há quem capte influências de Thom Yorke no vocal. Já no quesito melodias, particularmente, noto a minúcia dos trabalhos de Jon Brion. O álbum é realizado com aprimoramento e delicadeza – seja no piano ou pequenos detalhes instrumentais, denotando fragilidade para cada uma das faixas.

Dica de download: “Brighter Than Sunshine” ()

#20. Wolf Parade
(Apologies to the Queen Mary)

Desde que o Arcade Fire saiu do Canadá, os ouvidos estão voltados para o lado de lá do mundo – especialmente Montreal. O Wolf Parade tem uma veia Arcade Fire sim, mas não procure uma identidade similar neste trabalho produzido por Isaac Brock – é possível imaginar uma versão de Arcade Fire + Modest Mouse com substância new wave e indie-rock. A batida pausada de “You are a Runner and I am My Father’s Son, os riffs preguiçosos de “Dinner Bells” e a melodia a la David Bowie em “Dear Sons and Daughters of Hungry Ghosts” faz de Apologies to the Queen Mary harmonioso e efetivo.

Dica de download: “Grounds for Divorce” ()