TOP 50 de discos de 2008 – # 01-10

#01. Nikka Costa
(Pebble to a Pearl)

Após ser dispensada de sua antiga gravadora, Nikka Costa voltou para o estúdio e decidiu gravar Pebble to a Pearl de forma independente. Aqui, passeia livremente pelos estilos que adota em seus álbuns anteriores – uma fusão de pop soul (“Stuck to You”), blues (“Love to Love You Less”), funk (“Keep Pushin'”) – com uma aura old school condizente ao seu vocal poderoso. Pebble to a Pearl é o seu trabalho mais verdadeiro. Pelo menos, é o que se pode dizer da faixa autobiográfica e melodicamente explosiva “Can´t Please Everybody”. Nikka é uma pérola entre os pedregulhos.

Dica de download: “Can’t Please Everybody”, “Keep Wanting More” e “Keep Pushin'”

#02. Juana Molina
(Un Dia)

A aventura folktrônica da argentina Juana Molina vaga por momentos conturbados (“Los Hongos de Marosa”) e de extrema serenidade (“Vive Solo”). Com sua sonoridade minuciosa (de elementos quase imperceptíveis nas músicas), ágeis acordes de violão e loops incessantes, Un Dia é calibrado de harmonias universais e resultado hipnótico.

Dica de download: “Un Día”, “Quien?” (Suite) e “Los Hongos de Marosa”

#03. TV on the Radio
(Dear Science)

O indie rock dos nova-iorquinos do TV on the Radio atinge momentos épicos no fogo cruzado entre a penca de referências que a banda traz na bagagem. Seja no rap dançante a base de sintetizadores de “Dancing Choose”, no disco punk de “Red Shoes” ou na inteligível balada ao piano e cordas de “Family Tree”. O excesso de fórmulas proporciona a evolução constate do grupo.

Dica de download: “Dancing Choose”, “Stork & Owl” e “Crying”

#04. Bon Iver
(For Emma, Forever Ago)

For Emma, Forever Ago foi gravado por Justin Vernon (a cara do Bon Iver) numa cabana em Wisconsin durante um período de isolamento após uma separação. Sem muita tecnologia, o disco é rotulado como rústico pelas suas improvisações e o fato do músico se responsabilizar por todos os instrumentos. Há um encantamento na solidão de Vernon e suas composições que parecem terem saído de uma fita demo.

Dica de download: “Lump Sum”, “Creature Fear” e “Flume”

#05. Joan as Police Woman
(To Survive)

O vocal melancólico de Joan Wasser sobrevive por melodias nebulosas conduzidas por um piano sofisticado que evoca Nina Simone. Em seu segundo disco, apresenta-se mais obscura do que no antecessor Real Life, devido à morte de sua mãe, celebrando o amor (“To Be Loved”) e consentindo a perda (“To Be Lonely”). Vale destacar o dueto sublime com Rufus Wainwright em “To America”.

Dica de download: “Holiday”, “To Be Loved” e “To Be Lonely”

#06. Aimee Mann
(@#%&*! Smilers)

Aimee Mann é o típico caso: “sempre a mesma. sempre diferente”. @#%&*! Smilers não é exceção. Suas melodias autênticas destacam-se nas letras que não apenas contam histórias, mas revelam a essência de seus personagens na voz da cantora.

Dica de download: “Stranger Into Starman”, “It´s Over” e “31 Today”

#07. Little Joy
(Little Joy)

O Little Joy carrega uma assinatura dos trabalhos de Rodrigo Amarante (Los Hermanos) e de Fabrizio Moretti (bateirista brasileiro dos Strokes) em seu indie nostálgico. Todos os integrantes dão voz ao projeto, mas há um brilho especial nas canções com o vocal doce e sensual de Binki Shapiro (“Unattainable” e “Don’t Watch Me Dancing”). Destaque para “Evaporar”, a única inteiramente em português, feita por Amarante.

Dica de download: “The Next Time Around”, “Keep Me in Mind” e “Evaporar”

#08. Vampire Weekend
(Vampire Weekend)

As influências do Vampire Weekend vão da música africana a new wave. De ritmos de dança do Congo ao pós-punk. Logo de cara em “Mansard Roof”, faixa que abre o disco, estamos sujeitos às experimentações desse quarteto de Nova Iorque que por nenhum instante abandona a sabedoria da música pop (“A-Punk” / “Oxford Comma”) para rotulá-los como world music.

Dica de download: “Oxford Comma”, “Cape Cod Kwassa Kwassa” e “Campus”

#09. Jazmine Sullivan
(Fearless)

Jazmine Sullivan poderia ser mais uma entre várias artistas de R&B. Não bastasse a mão de Missy Elliott em seu single “Need U Bad”, o álbum se destaca por nenhuma faixa ter a mesma batida da anterior, sendo um refresco ao próprio estilo da cantora. Fearless inicia com ares de flamenco (“Bust Your Windows”), vaga por orquestrações clássicas (“Lions, Tigers & Bears”) e passeia pelos estúdios da Motown. É como se tivéssemos uma nova Mary J. Blige a caminho. E o futuro de Jazmine é promissor.

Dica de download: “One Night Stand”, “Switch!” e “Call Me Guilty”

#10. Adele
(19)

Com seu pop sofisticado e o reconhecimento através do single “Chasing Pavements”, a inglesa Adele encanta com sua voz “negra”. Em seu álbum de estréia 19, alusão à idade da garota, de cara é comparada à conterrânea Amy Winehouse. Mas, a garota é mais otimista em seu canto do que a cantora de Back to Black. O seu talento está além da idade de menina nas letras de canções como “Tired” e “Daydreamer”.

Dica de download: “Tired”, “Best for Last” e “Hometown Glory”