TOP 15 – Filmes de 2008

#01. Sangue Negro

Depois de filmes exemplares no currículo como Boogie Nights – Prazer Sem Limites, Magnólia e Embriagado de Amor, o diretor Paul Thomas Anderson dá vida ao seu épico Sangue Negro. Com base na família, religião e cobiça, Anderson extrai atuações extraordinárias de seu elenco (destaque para Daniel Day-Lewis – ganhador do Oscar – e Paul Dano) e poder dos acordes da trilha sonora de Jonny Greenwood, guitarrista do Radiohead, ao adaptar a novela Oil de Upton Sinclair. O projeto prova o talento nato do cineasta e o coloca num patamar mais alto na categoria dos grandes diretores da nova geração ao lançar esta obra-prima.

#02. WALL·E

A Pixar é um dos poucos estúdios de animação que humanizam seus roteiros ao ponto de abstrair os recursos tecnológicos de suas produções. Com poucas falas, o robô WALL·E conquista os espectadores com seus movimentos, sons e expressões no mundo solitário que vive até encontrar Eve, uma máquina programada com missão de encontrar vida na Terra. É uma versão de Chaplin animado em computação para as crianças que já nascem com a tecnologia nas veias.

#03. Antes que o Diabo Saiba Que Você Está Morto

Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto, dirigido pelo veterano Sidney Lumet, é o típico projeto que quanto menos se sabe, melhor é. A história de dois irmãos que precisam de dinheiro e planejam assaltar uma joalheria para consegui-lo, é uma experiência extremamente desconfortante para quem acompanha esse drama familiar e o rumo que segue.

#04. Onde os Fracos Não Têm Vez

Onde os Fracos Não Têm Vez é o trabalho mais árido e maduro dos irmãos Coen. Não apenas apresentaram a sua obra-prima ao mundo, como um dos vilões mais aterrorizantes em anos: Anton Chigurh (vivido por Javier Bardem). A ausência de trilha sonora, sem a música crescente para ressaltar a intensidade das cenas, e escassez de longos diálogos faz com que o filme leve o seu espectador em direção ao inesperado.

#05. O Escafandro e a Borboleta

A história real de Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), editor da revista Elle que sofre um derrame que paralisa todo o seu corpo, menos a pálpebra esquerda, é uma experiência única através da câmera do diretor Julian Schnabel. Nos minutos iniciais o espectador vive o mundo de desconforto de seu protagonista, quando imerso nos seus monólogos e no seu corpo.

#06. Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada

Esqueça o Steve Carell de The Office e O Virgem de 40 Anos. Dan (Carell) é um viúvo, pai de três meninas e colunista. Num final de semana, quando a família se reúne numa casa no interior, ele conhece numa livraria uma mulher que o interessa (Juliette Binoche). Mas, sim, ela é a namorada de seu irmão. Com despretensão, melancolia, riso bobo e música de Sondre Lerche, Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada é um tesouro que pode passar despercebido aos olhos de muitos.

#07. Batman – O Cavaleiro das Trevas

Em Batman – O Cavaleiro das Trevas, pela primeira vez temos o homem-morcego ofuscado pelos vilões da fita. O filme tem a seu favor um grandioso elenco, um roteiro que sintetiza humor da anarquia, boas seqüências de ação com doses de intensidade e insanidade (destaque para a cena do hospital) e diálogos vivos. Sim, Oscar para Heath Ledger.

#08. Irina Palm

Irina Palm nos faz engolir seco. Maggie (a extraordinária cantora / atriz Marianne Faithfull) tem cerca de 50 anos e leva uma vida tranqüila num subúrbio londrino. Quando seu neto é diagnosticado com uma doença rara e necessita de um transplante de emergência, o único trabalho que ela consegue é num lugar chamado ‘Mundo Sexy’, graças às suas mãos macias.

#09. Queime Depois de Ler

Após o Oscar conquistado com Onde os Fracos Não Têm Vez, os irmãos Coen voltam com a temática que os consagraram: o humor negro. Com um elenco hollywodiano competente, Queime Depois de Ler é uma comédia irônica afiada, despretensiosa, sensível e, como de praxe, imprevisível.

#10. Juno

Juno MacGuff (a carismática Ellen Page) é uma jovem de 16 anos que acidentalmente engravida do amigo loser Paulie Bleeker (Michael Cera). A fórmula indie do roteiro de Diablo Cody é uma mistura de diálogos ácidos com personagens doces e antenados em cultura pop. E é isso que faz de Juno uma aborrescente tão comum e interessante como qualquer outra garota.

#11. O Orfanato

Numa época em que o cinema de terror sobrevive de continuações e remakes, uma produção espanhola revitaliza e dribla todos os clichês do gênero de forma espetacular e perturbadora. A estréia de Juan Antonio Bayona é controlada em cada take assustador, com uma atuação dinâmica de Belén Rueda, na históra de uma mãe em busca de seu filho desaparecido.

#12. 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

Na Romênia dos anos 80, duas amigas negociam o aborto de uma delas. De forma crua e fria, os personagens se vêem obrigados a negociar o preço das decisões. Valores como a amizade, a cumplicidade e o segredo, num país regido pelo comunismo, entram em conflito quando o plano é executado.

#13. Chega de Saudade

Envelhecer é uma arte. Em Chega de Saudade, a diretora Laís Bodanzky acompanha as histórias vividas por uma série de personagens que passam a noite num salão de baile da terceira idade. Histórias de personagens vividos por Tônia Carrero, Betty Faria, Leonardo Vilar e Cássia Kiss ganham forma e cor ao som da música de Elza Soares.

#14. 2 Dias em Paris

Com elementos do cinema de Richard Linklater (Antes do Amanhecer / Antes do Pôr-do-Sol), Julie Delpy transforma seu 2 Dias em Paris numa versão européia e repaginada de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen. A última cena (vídeo), quando a protagonista resume a discussão do casal, é um dos meus momentos favoritos do ano. A realidade romântica é dura.

EMPATE:

#15. Na Natureza Selvagem

Na Natureza Selvagem é o filme mais ambicioso do ator (que aqui assina a direção) Sean Penn. Conta a trajetória do jovem Christopher McCandless (o talentoso Emile Hisch) que após se formar no colégio, abandona a vida junto aos pais e decide cair na estrada. É uma espécie de Sem Destino para uma geração que nunca assistiu ao filme.

#15. Apenas Uma Vez

As músicas de Glen Hansard e Markéta Inglová, que são encarregados de atuarem aqui também, são apresentadas em um conto urbano de como essas composições ganharam vida no encontro da dupla. Antes de ser uma história de amor, Apenas Uma Vez é uma história de amizade e um sonho em comum que nasce através dessa amizade musical.

ps: excelente 2009 para todos. até porque 2008 já era.