Review: Skins – Primeira Temporada

Skins

‘Skins’ foi ao ar em janeiro deste ano na Europa e deu o que falar no mundo inteiro. A série foca a vida de um grupo de adolescentes entre 16-18 anos de Bristol. No drama somos apresentados a vida desses personagens e suas rotinas: casa, escola, festas.

Temos o popular (Tony), sua namorada (Michelle), um muçulmano (Anwar), um gay (Maxxie), uma menina com transtornos alimentares (Cassie), um virgem à beira de um ataque de nervos (Sid), uma garota aplicada com problemas familiares (Jal), o festeiro que fantasia com sua professora (Chris).

A cada episódio somos apresentados de forma íntima a um dos personagens, sem perder o contato com o grupo. O primeiro programa é centrado no popular e intelectual Tony (Nicholas Hoult, o menino de ‘Um Gande Garoto’). Logo, conhecemos sua família, seu dom de irritar o pai e a relação com o melhor amigo Sid (Mike Bailey, uma das grandes revelações). Sid é virgem e Tony diz que não manterá a amizade a não ser que ele ponha em prática a vida sexual antes do aniversário de 17 anos. Daí em diante, Skins não se prende exclusivamente na descoberta do sexo e das drogas, mas propõe questionar dramas adolescentes.

Com uma cambada de personagens, é Cassie (a garota com distúrbios alimentares e tendências suícidas) que mais carisma demonstra. Carrega consigo conflitos relevantes e aura de inocência. Esse é o segredo do programa, retrata a vida corriqueira desses garotos, seus desejos e frustrações.

Definitivamente, um dos melhores episódios é quando a turma de amigos vai à Rússia com a escola (episódio 6). O humor é rápido, direto e escrachado. Se ofende seu espectador, não se preocupa, continua mantendo a linha até o seu desfecho. Palavrões como fuck são naturais – não saem apenas da boca dos garotos, mas de seus pais e professores. Vale ressaltar nesse episódio, a menina russa que aprendeu inglês com “o maior show de televisão norte-americano de todos os tempos” (How you doin’?).

A trilha sonora não poderia ser mais adequada. O show abre com a poderosa “Standing in the Way of Control”, do Gossip, e ainda traz nomes como Yeah Yeah Yeahs (“Date with the Night”), a adorável Jolie Holland (“Old Fashion Morfine”), The Raconteurs (“Broken Boy Soldier”), Pete Doherty (“For Lovers”), entre outros. A música é elemento condutor, como fica registrado no último episódio na faixa “Wild World” em seu momento ‘Magnólia’ (idem “Wise Up”) – com os personagens principais dando voz ao clássico de Stevens.


Promo de ‘Skins’

A televisão mudou com o passar dos anos, sendo mais abusiva, assim como os adolescentes que não sabem o que é ‘Porky´s’. Skins é politicamente incorreta, mas nem por isso deixa de ser interessante. Extrapola dos esteriótipos e comove com o realismo.