Review: Nip/Tuck – Segunda Temporada

Nip/Tuck - Segunda Temporada

Enquanto várias das minhas séries favoritas estão de “férias” lá fora, estou colocando a casa em ordem e assistindo títulos atrasados. Recentemente, terminei a segunda temporada de Nip/Tuck. A verdade é que na primeira fase somos apresentados aos personagens, mas sem discussões necessárias para um grande envolvimento por parte do público – até mesmo pela adaptação dos atores aos papéis.

Nesta segunda fase, o show mostra-se maduro ao abordar temas como a crise de meia idade dos doutores Sean McNamara (Dylan Walsh) e Christian Troy (Julian McMahon), a sociedade em crise e os conflitos familiares existentes. Julia (Joely Richardson), a mulher de Sean, está insatisfeita sexualmente. Eis que surge a “treinadora de vida”, um espécie de terapeuta, Ava Moore (Famke Janssen) na vida dos McNamara. Ela acaba tendo um caso com o filho do casal e passa a ser o principal pivô para a separação dos pais do garoto. Por outro lado, Christian procura conciliar as conquistas sexuais com a condição de pai adotivo – até o pai biológico da criança aparecer de surpresa.

Nos últimos episódios da temporada, surge um misterioso personagem: um estuprador que desfigura o rosto de suas vítimas dizendo que “a beleza é uma maldição”. As aparições do serial killer servem de gancho para a próxima fase da série, principalmente quando o psicopata finaliza o episódio com um dos doutores amarrado na cama.

A narrativa aproveita-se dos problemas estéticos e ganha proporções dramáticas nas vidas pessoais dos doutores e seus conhecidos. Até mesmo as operações sem sucesso, servem de lição para a vida das personagens (como no episódio em que a sociedade está em crise e há uma operação de risco com garotas siamesas unidas pela cabeça). Os temas continuam adultos abordando o sexo, consumo de drogas, religião (no episódio de uma prostituta que quer se livrar dos stigmatas com cirurgias plásticas) e pedofilia.

A segunda temporada traz um leque de participações especiais que contribuem aos episódios. Primeiro a veterana Vanessa Redgrave, fazendo a mãe debochada de Julia (que de fato é mãe da atriz na vida real). Depois somos encatados pela simpatia perversa de Famke Janssen (a Jean Grey de X-Men) como Ava. A atriz Rebecca Gayheart, interpretando uma cega, oferece um dos episódios mais bonitos e sensíveis numa cena de amor com um dos doutores. E fechando o ciclo, há uma curtíssima – mas generosa – aparição de Alec Baldwin.

Nip/Tuck passou por uma boa cirurgia de roteiro com o fim da primeira temporada. Voltou mais atraente e com um elenco interessado em dar sentido real à trama, deixando a superficialidade para seus pacientes resolverem na mesa de operação.