Review: Cloverfield – Monstro

Cloverfield - Monstro

Em 1999, o cinema independente descobriu a fórmula milionária do amadorismo digital e do marketing na Internet. O produto: A Bruxa de Blair. Quase dez anos depois, Cloverfield trilha os passos da bruxa com suas cenas gravadas em formato caseiro/documental. O filme produzido por J.J. Abrams (de Lost) não tem apenas estratégia similar ao pequeno projeto, como também traça semelhanças na estrutura de sua trama com inovações tecnológicas.

The Blair Witch Godzilla Project, como o longa está sendo chamado, ganha forma numa festa de despedida (preste atenção nas músicas de The Coconut Records, Spoon, Gorillaz, Joan as Police Woman, Kings of Leon, … praticamente uma festa indie – download aqui) interrompida por explosões, prédios que desabam e a cabeça da Estátua da Liberdade rolando pelas ruas de Nova Iorque. A partir daí, é cinema com câmera tremida na mão e histeria para fugir de uma criatura disposta a destruir tudo o que vê pela frente.

A escolha de trabalhar com o documental possibilita que o espectador participe com certo realismo da ação em takes que nunca são os melhores e um elenco que se esforça para convencer. Porém, se o filme peca em quesitos básicos, a primeira leva de efeitos especiais surge para entreter o seu público até o final.

Cloverfield não é um filme ruim, está apenas fora de seu tempo. Com o atraso de uma década.

Cloverfield – Monstro (Cloverfield, EUA, 2008)
Direção: Matt Reves
Com: Michael Stah-David, Lizzy Caplan, T.J. Miller, Jessica Lucas, Anjul Nigam e Mike Vogel. 78 min.