No último dia 2 de março, não fui ao Morumbi assistir ao gigantesco show do Coldplay. Era a música transcendental e poderosa da exótica Natasha Khan (a.k.a. Bat for Lashes) que me fez dar dinheiro à banda de Chris Martin.
Khan é uma artista completa. Em sua performance intimista, contrasta o canto suave com vigor, toca teclado (“Siren Song”, um dos momentos mais bonitos do espetáculo), utiliza samples eficientes (“Prescilla” e “What´s a Girl to Do?”) e dança com leveza pelo palco. Desconhecida por grande parte do público presente, apresentou faixas de seus dois álbums – Fur & Gold e Two Suns – ambos indicados ao Mercury Prize, o maior prêmio da música britânca.
Mas, vale ressaltar que o estádio do Morumbi não é um lugar apropriado para um show do Bat for Lashes. Não há lasers, chuva de borboletas de papel, imagens que circulam pelos telões como acontece com a atração principal. Além disso, não existe uma conexão da artista com o público à espera de Chris Martin e seus amigos.
No entanto, Khan entregou um show extremamente introspectivo e simples. Grandioso e de uma delicadeza única. Delicadeza essa que deveria ser apreciada por um público menor.
E se me arrependo de ter assistido ao espetáculo num lugar como o Morumbi e com um público com cara de paisagem? Nunca.
INFORMAÇÕES: Morumbi, São Paulo – SP
02/03 – 20h00 | Show de abertura do Coldplay no Brasil