TOP 50 de discos de 2010 – # 11-20

#11. Yeasayer
(Odd Blood)

O Yeasayer é um Animal Collective feito para as massas. Seu som psicodélico (“I Remember”), tribalista (“O.N.E.”) e experimental de vocais distorcidos (“The Children”) soa coeso. Diante de diversas informações, são as doses de indie pop (“Madder Red”) que permitem as composições serem mais acessíveis do que as do “Coletivo”. Odd Blood é um álbum de world music sob efeitos alucinógenos.

Dica de download: “Ambling Alp” ()

#12. Jónsi
(Go)

Em seu primeiro trabalho solo, Jónsi (o vocalista do Sigur Rós) apresenta um universo colorido e teatral (“Animal Arithmetic”), diferente das composições melancólicas do grupo. É a produção do compositor clássico Nico Muhly que direciona o material a um mundo mágico e cheio de brilho nos arranjos. Go é um sonho embalado pelos falsetes de Jónsi e sonoridade lúdica (“Go Do”), assim como uma trilha sonora de um desenho da Disney.

Dica de download: “Boy Lilikoi” ()

#13. Sufjan Stevens
(The Age Of Adz)

Enquanto Sufjan Stevens considera seu o álbum um tanto clichê pelos temas, The Age Of Adz soa inovador em sua discografia pelas texturas eletrônicas (“Too Much”) e vocais sintetizados (“Vesuvius”). Com novas experimentações – como a descompassada “I Want to Be Well” -, o músico abandona a ideia de produzir a série de discos (com o nome de cada estado norte-americano) e permite-se explora musicalmente. Um exercício tanto para Stevens, como para o seu ouvinte nos 25 minutos variantes de “Impossible Soul”.

Dica de download: “Futile Devices” ()

#14. LCD Soundsystem
(This Is Happening)

James Murphy despede-se do LCD Soundystem com honra. O talento do músico é claro em faixas que duram nove minutos (“You Wanted a Hit”) com loops insistentes, mas que encontram fuga nos vocais versáteis. A frequência entre letra e a melodia não aborrecem, já que vagam por terrenos calmos e excitantes (“Dance Yrself Clean” / “One Touch”) dentro da mesma composição. This Is Happening é o fim de um trilogia que continuará regando festas com diversão.

Dica de download: “I Can Change” ()

#15. Beach House
(Teen Dream)

O dream pop do duo Victoria Legrand e Alex Scally seduz na doçura, nostalgia (“Used to Be”) e inocência juvenil como o título sugere. O cativante encontro da música pop com a alternativa resulta no melhor álbum do Beach House. As canções são singelas, mas ecoam (“Real Love” / “Zebra”) direto da igreja em que foram gravadas para o universo particular de seu ouvinte.

Dica de download: “Zebra” ()

#16. Gil Scott-Heron
(I´m New Here)

Após quebrar um silêncio de quinze anos, o cantor e poeta Gil Scott-Heron, um dos precursores do hip hop, volta a contar suas histórias em I´m New Here. Na primeira faixa, “On Coming from a Broken Home, Pt. 1”, a voz atormentada de Scott-Heron fala de sua infância difícil com o sample (atual) de “Flashing Lights” de Kanye West. A interpretação do blues “Me and the Devil Blues” (de Robert Johnson) no downtempo “Me and the Devil” é claustrofóbica, assim como “Your Soul and Mine”. I´m New Here revela-se um álbum urbano (“New York is Killing Me”), sombrio e socialmente caótico (“Running” / “The Crutch”). Em 2011, o disco será relançado e remixado por Jamie XX (do The XX) com o nome de We´re New Here.

Dica de download: “Me and the Devil” ()

#17. The Drums
(The Drums)

Imagine levar Robert Smith (do The Cure) para passar as férias na praia? Pronto, esses são os garotos do The Drums. As melodias – prontas para virarem hits – são banhadas pela sonoridade dos anos 50 com a surf music ensolarada dos anos 60 (“Skippin´Town” / “Let´s Go Surfing”) e embarcam na pureza estética pop anos 80 (“Me and the Moon”). Espera-se que a estreia do grupo não seja apenas mais um amor de verão.

Dica de download: “Forever and Ever Amen” ()

#18. The National
(High Violet)

High Violet é uma obra-prima pintada pelo National em diversas cores. Um conjunto de sensações vagam pelo trabalho em canções rendidas pelo vocal grave e bucólico de Matt Berninger e a bateria marcada como ato principal entre os instrumentos. Destaque para a acentuada e grandiosa “Terrible Love”, a intensa “Anyone´s Ghost” e a nostálgica “Bloodbuzz Ohio”. A participação dos músicos Sufjan Stevens no backing vocal de “Afraid of Everyone” e Justin Vermont (a.k.a. Bon Iver) na triunfante “Vanderlyle Crybaby Geeks” só contribuem ainda mais para esse registro impecável.

Dica de download: “Terrible Love” ()

#19. Basia Bulat
(Heart of My Own)

A canadense Basia Bulat, com sua voz oscilante, mostra-se mais segura nesse Heart of My Own do que em sua estreia Oh, My Darling. Suas canções, de melodias variantes, parecem um encontro do indie folk com o pop acústico de Tracy Chapman. O disco transita por momentos introspectivos (“Sugar and Spice”/ “I’m Forgetting Everyone”), mas o coração de Bulat vibra no folk pop de “Run” e nos banjos em combustão de “Gold Rush”. A maldição do segundo disco não existe aqui.

Dica de download: “I’m Forgetting Everyone” ()

#20. Marina and the Diamonds
(The Family Jewels)

Marina Diamandis (a.k.a. Marina and the Diamonds) é um encontro entre o estilo pop saltitante de Regina Spektor com o vocal excessivo e esquisito de Lene Lovich. A artista sabe ser extravagante (“Shampain”), irônica (“Hollywood” / “Girls”), determinada (“Oh No!”) e tirar lições do fundo do poço (“Numb”) se for preciso em sua ópera pop art que é The Family Jewels. Diamandis está apenas engatinhando em direção à uma carreira promissora.

Dica de download: “Hermit the Frog” ()