Antes de tudo, o trio londrino do Is Tropical não revela o nome de seus integrantes. Sem enquadrar-se num gênero musical – exploram disco, synth, pop, dance, sons tropicais, etc. -, o mistério de suas reais identidades beneficia a divulgação do disco de estreia Native To no cenário indie, chamando a atenção dos blogs/sites de música.
Com um videoclipe eleito como ‘um dos melhores do ano’, assim como seu single “The Greeks”, o grupo topou fazer uma entrevista exclusiva para o tecoapple.com:
Em primeiro lugar: o nome da banda. De onde vem Is Tropical?
Is Tropical: Quando começamos a banda estávamos num porão escuro e úmido em Londres. Era inverno, então o meio não poderia ser descrito como “tropical”. Achamos também que seria uma boa palavra. Nosso amigo Scouse Chris fez o resto.
E as máscaras? Como surgiu ideia?
Is Tropical: Não é algo que discutimos no início. Era uma espécie de instinto para fazer os shows e se esconder de alguma forma. Era pura timidez, mas acabou sendo uma energia divertida para nos manter no palco.
Além disso, não acredito que somos o tipo de banda que coloca maquiagem e dança na frente dos fotógrafos – há coisas melhores para se fazer num concerto do que pensar “o meu cabelo está ok?”.
O que aconteceria se vocês tirassem as máscaras? Seria como se a mágica desaparecesse?
Is Tropical: Sim, provavelmente.
Sua música tem diversas influências, certo? O que realmente inspirou vocês? O som de vocês não é enquadrado em um gênero.
Is Tropical: É muito bom você dizer que nosso som não se enquadra em nenhum gênero. Quando estávamos fazendo o disco, só tínhamos consciência em fazer um álbum pop. Somos influenciados por vários estilos – de Ratatat, Daft Punk, e Clark … The Strokes, Tom Petty… até Wu Tang, Gang Starr, e até rap tem seu lugar em nossos laptops. É interessante, porque você faz música constantemente e experimenta outros estilos sem ficar preso a ideia de “preciso utilizar as mesmas batidas e melodias para uma nova canção”.
Como vocês descrevem a banda e a música que produzem?
Is Tropical: Apesar de termos assinado com a Kitsuné e tudo mais, relativamente somos underground, o que é bom. Não ser tão ‘hype’ significa que você pode fazer as coisas do seu jeito e se concentrar em sua música sem viver de expectativas.
Nós fazemos música pop. Às vezes dance para à noite ou algo divertido, com um pegada pop, e às vezes é algo que não tenho ideia de como descrever.
De acordo com vários blogs de música, o videoclipe de “The Greeks” é digno do título de um dos melhores do ano. Como vocês reagiram com quase um milhão de visualizações em apenas cinco dias?
Is Tropical: Não foi uma surpresa. Quando assistimos o resultado criado pelo coletivo Megaforce, sabíamos que era algo especial. Ganhamos mais de 2.5 milhões de acessos até o YouTube restringir o material ou algo do tipo. Acabou sendo ruim da parte deles, mas os comentários das pessoas era positivo; falam que se lembram de quando eram crianças e muitos gostam da música. Outros nem perceberam que se tratava de um videoclipe.
Qual o próximo passo para um (excelente) clipe e single?
Is Tropical: Um bem melhor (esperamos) vídeo e single. Não tentaremos a mesma coisa no próximo – será uma história com uma estética muito bonita. Assim como “The Greeks” ou “South Pacific” (vídeo), o trabalho será uma extensão da música, com um enredo um pouco diferente e aludindo a ideia geral.
O single e clipe de “Lies” será lançado por setembro, então fiquem de olhos e (ouvidos) preparados.
O que sabem sobre música brasileira? Por sinal, o Brasil é um lugar muito ‘tropical’.
Is Tropical: Ano passado, estava numa fase Bossa Nova, Astrud Gilberto e todos os clássicos. Se tivéssemos tempo, gostaríamos de visitar Ipanema, lugares com a arquitetura art déco e bares que devem ter um visual incrível durante o dia. Seria um deleite ser levado a um bar e assistir seus semideuses bronzeados dançando como a natureza sugere.
Com o lançamento de Native to, quais são os próximos planos? Uma visita ao Brasil? Já ofereceram algum convite pra tocarem no país?
Is Tropical: Definitivamente, está nos planos. Fomos à Venezuela e foi uma experiência incrível – estamos interessado em tocar em lugares que não é normal uma banda como a gente se apresentar. Não queremos ficar presos ao “status indie” de Londres – a parte de viajar e conhecer lugares diferentes é a melhor parte de ter um álbum lançado. Espero que os jovens do Brasil estejam preparados para nós.
O que vocês escutam ultimamente? E quais os seus discos favoritos, além do de vocês?
Is Tropical: Esse ano, muitos trabalhos bons foram lançados. Tem o Cults, o novo do Metronomy, da Beyoncé… também estamos escutando muito Crystal Fighters, Washed Out, DOM, entre outras coisas.
Mais informações sobre o Is Tropical podem ser encontradas na página do Facebook do grupo.