#11. Kendrick Lamar
(Good Kid, M.A.A.D City)
Kendrick Lamar revela em tom biográfico sua adolescência nos subúrbios californianos em Good Kid, M.A.A.D City (My Angry Adolescence Divided), sua estreia oficial. Com diálogos cinematográficos de familiares ao longo das faixas, Lamar retoma o hip hop dos anos 90 (“Money Trees”) para pautar sua breve trajetória existencial em narrativas sobre violência (“The Art of Peer Pressure”), abuso de drogas (“Swimming Pools”) e estados paranóicos numa liguagem suja e direta (como em “Sherane a.k.a. Master Splinter’s Daughter” em que vai ao encontro de uma garota da escola e diz “nothing but pussy stuck on my mental”). Nasce um sucessor para André 3000 (“Bitch, Don’t Kill My Vibe” / “Sing About Me, I’m Dying of Thirst”) na música urbana.
Dica de download: “Bitch, Don’t Kill My Vibe” ()
#12. Tame Impala
(Lonerism)
Neste segundo registro do Tame Impala, a psicodelia e o groove dos australianos são impulsionados por sonoridades de Pet Sounds, Dark Side of the Moon e White Album ao optar por soltar faíscas em seus sintetizadores e controlar suas guitarras para desbravar dimensões imaginárias. Entre composições explosivas (“Apocalypse Dreams”), serenatas ao piano (“Sun’s Coming Up”) e manifestos sentimentais (“Feels Like We Only Go Backwards”) é a produção cercada de beleza extra-sensorial que se manifesta.
Dica de download: “Elephant” ()
#13. Django Django
(Django Django)
O rock ‘folktronic’ e psicodélico do Django Django inicia sua jornada no western spaghetti “Introduction”. No entanto, indica sua essência e direcionamento nas batidas tribais e eletrônicas de “Hail Bop”. Com certa originalidade e influências de bandas inglesas, o trabalho sobrevive e se sobressai (“Default”) como se o Hot Chip fosse uma banda de rock.
Dica de download: “Default” ()
#14. Ladyhawke
(Anxiety)
A neozelandesa Pip Brown (a.k.a. Ladyhawke) deixa de lado os sintetizadores, teclados e estética oitentista que a consagraram com o hit “Paris is Burning” em seu álbum de estreia e procura referências roqueiras dos anos 90 como Garbage, Elastica e Blur. O mérito em Anxiety está na veia rock pop contagiante (“Vaccine” / “Blue Eyes”) e seus refrões clichetes carregados de “ha ha has” e “yeah yeah yeahs” (“Vanity”) permitindo a Brown dar uma reciclada no seu (breve e exigido) currículo.
Dica de download: “Blue Eyes” ()
#15. Beach House
(Bloom)
O dream pop do Beach House mantém sua consistência melodramática em Bloom garantindo o nível dos seus antecessores. O pop nebuloso (“Wild”), as sonoridades lúdicas (“Other People”) e a voz aveludada de Victoria Legrand estão todos ali. Respeitam a estética sonora quase que de forma obsessiva para aprimorar sua complexa sofisticação, não fugir do selo de qualidade da dupla e seguir encantando com seus pequenos feitiços sonoros.
#16. Miguel
(Kaleidoscope Dream)
Miguel apoia-se no pop atual (“Don’t Look Back” com os samples de “Time of the Season” do Zombies), territórios sonoros que remetem à melancolia do The Weeknd (na sensual “Use Me”) e influências sedutoras de Prince / Marvin Gaye (“Adorn”) para revelar sua série de desencontros amorosos – sexo e infelidadade – em seu R&B contemporâneo neste segundo registro de estúdio. Vale destacar a participação de Alicia Keys em “Where’s the Fun in Forever”.
#17. Spiritualized
(Sweet Heart Sweet Light)
O space rock do Spiritualized desenha em Sweet Heart Sweet Light perfeccionismo. Na leveza das cordas da banda islandesa Amiina (que tem o Sigur Rós no currículo), no soul gospel (“Too Late”) e na receita britpop (nos dois momentos de “Hey Jane” / “Little Girl”), o líder Jason Pierce encontra superação para os problemas de saúde que o afetaram nos últimos anos nesta redenção musical (“sometimes I wish that I was dead, because only living can feel the pain”).
Dica de download: “Headin’ for the Top Now” ()
#18. Japandroids
(Celebration Rock)
O rock acelerado do Japandroids, de guitarras heróicas e percussão impaciente, separa uma seleção de melodias impactantes (“Younger Us”) em seu segundo registro de estúdio. Sem deixar o seu ouvinte tomar fôlego ao longo dos 35 minutos do disco, o duo apresenta em seu diário musical: longas noites de bebedeira, suas idas e vindas ao longo de suas turnês e momentos nostálgicos.
Dica de download: “The House That Heaven Built” ()
#19. Grizzly Bear
(Shields)
Shields é um trabalho de fácil assimilação do Grizzly Bear, os criadores de Veckatimest, e poderia facilmente tirar a banda de seu status indie. É o universo abstrato do grupo de forma mais acessível (“Yet Again”), mas sem desarmar-se completamente (“Speak In Rounds”) dos trabalhos anteriores e apelar para a já famigerada “Two Weeks” ao desvendar suas desilusões e conflitos. Até porque as construções sonoras e texturas transcendentais do quarteto mantém-se em cada uma das composições.
Dica de download: “Gun-Shy” ()
#20. Alabama Shakes
(Boys & Girls)
O Alabama Shakes recupera substâncias do rock dos anos 60 e 70 para dar vida ao seu trabalho de estreia e reciclar sonoridades (“You Ain’t Alone” / “Heartbreaker”) nas guitarras magistrais / afiadas (“Hang Loose”) e no vocal de Brittany Howard (um encontro de Janis Joplin e Aretha Franklin). As composições soam como se tivessem renascido de uma pilha esquecida de compactos antigos com o toque moderno do The Black Keys e de Jack White.