TOP 50 de discos de 2013 – # 21-30

#21. Sky Ferreira
(Night Time, My Time)

A aguardada estreia da it girl do pop cumpre o seu papel muito além do esperado sem recorrer a nenhuma das faixas do elogiado EP Ghost. Sky Ferreira soa como uma versão repaginada de The Runaways (“Boys”) e Cyndi Lauper (“Love In Stero”) num trabalho completo. Explora o rock psicodélico dos anos 70 e a new wave dos 80 (“24 Hours”) na sua leva de guitarras pesadas com tendência nervosa (“Nobody Asked Me (If I Was Okay)” e “Heavy Metal Heart”) e atmosfera nebulosa (“Night Time, My Time”).

Dica de download: “Nobody Asked Me (If I Was Okay)” ()

#22. The National
(Trouble Will Find Me)

Para suas canções que abordam “questões como a morte e morrer”, o The National ainda se supera em melodias contrastantes sem perder a intensidade própria (“Sea of Love”) na companhia do barítono marcante de Matt Berninger, peça fundamental que capta as emoções das composições. Guitarras expressivas, instrumentações distintas e melancolia exposta (“Don’t Swallow the Cap” e “Pink Rabbits”) embelezam a tristeza de Trouble Will Find Me, mesmo mantendo-se fiel a trabalhos anteriores.

Dica de download: “Graceless” ()

#23. Anna Calvi
(One Breath)

Em seu segundo registro de estúdio, a cantora/guitarrista Anna Calvi lança feitiços prorrogados em seu rock sombrio e fantasmagórico (“Sing to Me”) que caberiam perfeitamente na atmosfera particular de PJ Harvey e ilusória de Beth Gibbons. A barulheira virtuosa da artista vai em busca de uma identidade perdida (“Eliza”) rodeada de circunstâncias teatrais (“Cry”) e cinematográficas (“Carry Me Over”) impressas em suas melodias abastecidas de um fôlego sem fim.

Dica de download: “Suddenly” ()

#24. Laura Marling
(Once I Was an Eagle)

O folk engajado e polido de Laura Marling, com trejeitos de Joni Mitchell e Nick Drake, soa cada vez mais maduro, solitário e até mesmo sensual. Há resistências (“Master Hunter”) e desconfianças (“Once”) em suas narrativas para invocar relações vulneráveis de maneira poética (“Little Love Caster”) em seus contos apresentados por melodias dinâmicas para amenizar o sofrimento.

Dica de download: “Master Hunter” ()

#25. M.I.A.
(Matangi)

M.I.A. continua politicamente firme em Matangi sem perder sua propriedade em ritmos contagiantes que percorrem o mundo (“Matangi”) e simbolismos culturais. A fuga constante dos refugiados de guerra (“atTENTtion”), a batida alucinógena com leve inspiração religiosa de “Charmless Man” do Blur (“Come Walk With Me”) e as garotas de atitude (“Bad Girls”), são tiroteios em seus versos de batidas frenéticas (“Bring the Noize”). O quarto disco de estúdio – com seus atrasos por problemas com a gravadora – demorou mais do que deveria para ver a luz do dia e encontrar-se livre.

Dica de download: “Y.A.L.A.” ()

#26. CHVRCHES
(The Bones of What You Believe)

O synthpop preciso e açucarado dos escoceses CHVRCHES ameniza as dores de suas composições amargas – “I’m in misery” como refletem em “The Mother We Share” – através da vivacidade de sua eletrônica homogênea (“Under the Tide”) e do vocal meigo de Lauren Mayberry que absorve a força de suas letras (“Gun”). The Bones of What You Believe funciona como uma grande compilação de singles prontos para conquistar ouvintes pelas ondas do rádio.

Dica de download: “Gun” ()

#27. Majical Cloudz
(Impersonator)

O duo canadense responsável pelo Majical Cloudz desenha uma eletrônica sentimental de sintetizadores em loops estáticos e instrumentações minimalistas para envolver seu ouvinte numa atmosfera fria que cerca as pequenas declarações existenciais (“I want to feel like somebody’s darling” na faixa título) em Impersonator. Através do vocal abatido de Devon Welsh, que chega a se comparar a um inseto (“Bugs Don’t Buzz”), existe uma aura de fraqueza que busca força nas harmonias carregadas de comoção catártica.

Dica de download: “Childhood’s End” ()

#28. Lorde
(Pure Heroine)

Com seu disco de estreia Pure Heroine, a adolescente Ella Yelich-O’Connor (a.k.a. Lorde) já vive o sucesso de gente grande ao revelar-se uma poetisa através de seu pop minimalista de percussões espaçadas e traços do hip hop. A garota completa o material com ambições, medos e ansiedades da vida juvenil e fantasias de realeza (“Royals” e “Buzzcut Season”) em sua rotina de transformações diárias num ambiente novo (“Team” e “A World Alone” em que canta “maybe the Internet raised us, or maybe people are jerks”). Resta apenas um futuro incerto para o talento nato da cantora.

Dica de download: “Ribs” ()

#29. Queens of the Stone Age
(…Like Clockwork)

O rock robusto e preciso do Queens of the Stone Age em …Like Clockwork recebe um impulso através de sua lista de colaboradores. Nomes como Dave Grohl (Foo Fighters), Mark Lanegan, Nick Oliveri, Alex Turner (Arctic Monkeys) e Jake Shears (do Scissor Sisters na funkeada “Smooth Sailing”) acrescentam ao resultado final do trabalho da turma de Josh Homme. Isto tudo, sem perder a qualidade das guitarras distorcidas – “Fairweather Friends” com o piano inspirado de Elton John e “Kalopsia” com a eletrônica e vocal de Trent Reznor – com melodias que mantém a consistência sombria (“The Vampyre of Time and Memory”) do grupo.

Dica de download: “I Appear Missing” ()

#30. Foals
(Holy Fire)

Com melodias que vagam com influência do funk groove (“Inhaler”), riffs dançantes (“My Number”) e percussão tribal/tropical (“Out of the Woods”), o Foals demonstra uma pegada mais pop e redondinha (“My Number”) em Holy Fire para construir o seu rock emotivo. O grupo de Yannis Philippakis encontra-se numa estrada entre o universo indie e cada vez mais próximo do mainstream. Mas, isso não é necessariamente ruim, já que a qualidade do material continua notável.

Dica de download: “My Number” ()