#21. Jazmine Sullivan
(Reality Show)
Quatros anos após anunciar o seu afastamento da indústria da música, a cantora Jazmine Sullivan lança o álbum Reality Show. Com suas crônicas amorosas tóxicas (“Veins”) e abusivas (“Dumb” / “Stupid Girls”), Sullivan lava a roupa suja passeando por caprichadas melodias R&B, disco music (“Stanley”), jazz (sobre uma aspirante rapper em “Brand New”) e produções acústicas robustas (“Forever Don’t Last”) transformando infortúnios em arte.
Dica de download: “Brand New” ()


(Kiddo)
A cantora/compositora Tove Styrke soa como um encontro polido das conterrâneas Robyn, Lykke Li e Elliphant. A garota conduz seu Kiddo com maestria (“Ego”) arriscando-se pelo rap (“Snaren”), reggae (“Borderline”), acid house (“Decay”) e sintetizadores exagerados (“Burn”) para dar identidade a cada faixa do trabalho. O disco é uma obra pop caprichada de versos extraordinários – “your tears don’t shake my world like Britney Spears, she is fierce” em “Number One” – e pessoais (“Who’s Got New”) que não poderia vir de outro lugar do mundo a não ser da Suécia.


(Sound & Color)
Em seu segundo disco de estúdio, o sucessor do elogiado Boys & Girls, o Alabama Shakes volta com um trabalho refilado, moderno e complexo montado em suas raízes rock garage blues. As composições perdem-se na explosão swingada e sexy dos instrumentos (“Gimme All Your Love”) e orquestrações num duelo intenso e harmônico com a voz soul potente e rouca de Brittany Howard (“The Greatest”) que desliza com propriedade e resistência pelas melodias.
Dica de download: “Don’t Wanna Fight” ()


(Depression Cherry)
Com uma sonoridade lo-fi nebulosa (“Days of Candy”), extraída de sintetizadores discordantes e guitarras com espírito shoegaze (“Sparks”), o duo Victoria Legrand e Alex Scally (a.k.a. Beach House) mantém-se fiel à sua sonoridade pop sonhadora em Depression Cherry para nos levar numa viagem a outras dimensões – “there’s a place I want to take you” como cantam em “Levitation” – com seu pop sedutor e luminoso (Wildflower”) para explorar temas como o amor e a melancolia.


(Blood)
Lianne La Havas entrega um trabalho coeso em Blood com sua agradável sonoridade pop soul jazz em letras pessoais que resgatam suas raízes familiares (“Greeen & Gold”), dias de solidão impostos pela profissão (“Tokyo”) e amores perdidos (“Unstoppable”) sob uma cuidadosa e serena produção na companhia de colaboradores como Jamie Lidell, Howard Lawrence (do Disclosure) e Paul Epworth.
Dica de download: “What You Don’t Do” ()


(Have You In My Wilderness)
Depois de buscar inspiração em tragédias gregas e musicais do cinema em trabalhos anteriores, Julia Holter torna-se mais acessível em composições íntimas em Have You In My Wilderness com baladas radiantes e nostálgicas (“Silhouette”), instrumentações meticulosas (“Have You In My Wilderness”), country pop (“Everytime Boots”) e jazz ambiente espacial (“Vasquez”). Mas, sem perder a aura conceitual própria na cacofonia das cordas de suas melodias eufóricas para revelar suas histórias de amor, confiança e relações humanas.
Dica de download: “Silhouette” ()


(Fading Frontier)
O funk psicodélico de “Snakeskin”, o space rock de “Ad Astra” e os cortes pop tensos de “Breaker” – em que Bradford Cox relembra um acidente de carro – , colocam os roqueiros do Deerhunter numa aventura sonora em Fading Frontier na companhia de integrantes do Broadcast (“Take Care”) e Stereolab (“Duplex Planet”). Um trabalho convencional e esplendoroso para confrontar as barreiras do estilo musical da banda.
Dica de download: “Living My Life” ()


(Grey Tickles, Black Pressure)
John Grant cantava a vida gay e a batalha contra a AIDS sem precisar pagar de bom samaritano no álbum Pale Green Ghosts. Em Grey Tickles, Black Pressure não perde o humor negro e a sensibilidade para lidar com as relações amorosas (“Guess How I Know”), mesmo que abatido com a crise da meia idade (“Grey Tickles, Black Pressure”), em suas melodias emotivas e eletropop teatral. Destaque para a participação de Amanda Palmer na provocativa “You & Him” e Tracey Thorn na amorosa “Disappointing”.
Dica de download: “Snug Slacks” ()


(What Went Down)
Na companhia do produtor James Ford, responsável por trabalhos do Arctic Monkeys, o Foals encontra o equilíbrio na fúria da faixa título em refrões de perder o fôlego (“when I see a man, I see a liar”), na aura dramática post-rock de “A Knife in the Ocean” e na dinâmica rock funk radiofônica de “Mountain At My Gates” para entregar um trabalho veemente à altura de seu caloroso currículo musical.
Dica de download: “What Went Down” ()


(25)
Amores e desilusões trocam de endereço e sobrenome, mas a receita de Adele segue efetiva para embalar romances conturbados. Há mágica pop sentimental na produção de Max Martin para destruir corações (“Send My Love (To Your New Lover)”) e de Greg Kurstin (“Water Under the Bridge”) contrastadas com as baladas sentimentais (“Remedy” e “When We Were Young”) redondinhas para amenizar as dores de um peito apaixonado. Algo que Adele é especialista em seus álbuns que servem como material didático de auto-ajuda sentimental.
Dica de download: “When We Were Young” ()