ENTREVISTA: conversamos com o Rey Pila sobre o novo EP ‘Lucky No.7’

Depois de soltar os singles “Flames”, “Disciples IV”, e “Anxious”, o quarteto synthpop mexicano Rey Pila trabalha na promoção do EP Lucky No.7, produzido pela própria banda e com distribuição pela LAB 344 no Brasil.

Com dois álbuns na bagagem, entre diversos singles e EPs, o grupo coleciona elogios da crítica que os definem como uma banda que “cresceu ouvindo The Cars, David Bowie e Kraftwerk”. Já eles preferem se autodefinir como synth-driven dance-rock.

Em 2012, chamaram a atenção de Julian Casablancas, que os levou para sua gravadora, a Cult Records, produzindo três faixas de seu segundo álbum, The Future Sugar (2015). O cantor também co-produziu o EP Wall of Goth e colaborou com o Rey Pila numa turnê pela América do Sul, em 2017, com seu The Voidz.

Durante uma folga da promoção de Lucky No.7 e dos shows – a banda acaba de abrir o show do The Cure no México -, Diego Solórzono, vocalista do grupo, tira um tempo para conversar com o TECOAPPLE.com:

Olá! Vocês já tocaram no Brasil, certo? Quais são as melhores lembranças daqui?

Diego Solórzono: O Brasil é um lugar mágico. Nós deixou impressionado. As pessoas, a cultura e vibração em geral. É um desses lugares com uma personalidade única. É difícil dizer algo assim de um país quando tudo está tão globalizado. O mundo está mudando para um padrão de lojas de departamentos e lugares comuns.

Todos temos um profundo respeito por Jobim como artista e como pessoa.

Ok, então, fale para nossos leitores a origem do nome da banda.

Diego Solórzono: O nome é inspirado por uma frase (“King Battery”) num quadro de Jean Michel Basquiat. Uma colaboração que ele fez com o artista italiano Francesco Clemente.

Então vamos falar sobre música. Como foi o processo criativo do EP Lucky No.7?

Diego Solórzono: Muitas discussões da banda, amor, suor e lágrimas. Nós realmente trabalhamos duro para deixar tudo bem ajustado. Nós fizemos o nosso melhor. Houve muitas conversas profundas e intensas em todos os sons, todas as melodias e todos os riffs.

Como vocês chegaram a essas cinco faixas no disco? Há um pouco de punk, rock, baladas, pop e sintetizadores nostálgicos no geral.

Diego Solórzono: Nós ouvimos muitas músicas diferentes. Do ABBA ao Supertramp e ao Boys Noize. Tentamos colocar todas essas inspirações no liquidificador para misturá-las e torcer por um raio de sorte. Nós gostamos de nos divertir e expandir as ideias ao máximo.

Vocês acreditam que estão mais confiantes como banda agora desde o álbum The Future Sugar? E porquê?

Diego Solórzono: Acreditamos! Se você trabalha constantemente na composição das músicas, fica mais confiante. A disciplina definitivamente funciona. Acho que a idade concordou conosco (risos).

Então, podemos dizer que Lucky No. 7 é uma prévia do que está por vir? Um próximo álbum, talvez?

Diego Solórzono: Sim. Definitivamente. Na verdade, essas cinco músicas são apenas uma pequena parte de um corpo maior de gravações, uma boa transição no som da banda para um novo LP em 2020, que já está concluído.

Qual faixa vocês sugerem aos nossos leitores que estão ou não familiarizados com a sua música?

Diego Solórzono: “Come Over”, uma das nossas poucas “baladas”. Foi lá que dissemos que todos concordavam em ser diferente do resto. Tem muito coração e amor nela.

Achamos que Lucky No. 7 nos lembra aquelas trilhas sonoras de filmes clássicos dos anos 80. Vocês são fãs de cinema?

Diego Solórzono: Muito! O cinema é uma das principais inspirações da banda.

E se Rey Pila fosse um filme clássico ou cult, qual seria?

Diego Solórzono: Mmm.. perguta difícil. Hoje, eu diria ‘Oito e Meio’ do Fellini. Eu gostaria que pudéssemos ser esse filme .. estamos longe disso, mas sonhar é livre (risos).

Vocês já lançaram o videoclipe de “Flames”, podemos esperar outros em breve?

Diego Solórzono: Sim! Adoramos vídeos. É uma ótima maneira de complementar a mensagem que tentamos enviar. Nós gostamos de pensar que somos uma banda muito baseada em imagens.

Quem influencia o Rey Pila direta ou indiretamente falando?

Diego Solórzono: Temos uma longa lista de pessoas que admiramos. Kraftwerk, Supertramp, Aphex Twin, JG Ballard, Thomas Mann, Juan Rulfo, Stanley Kubrick, os irmãos Cohen.

Vocês já trabalharam com o Julian Casablancas e abriram shows para o Depeche Mode e o The Cure. Que outros músicos vocês gostariam de colaborar ainda?

Diego Solórzono: Kate Bush, Sonic Youth, A$AP Rocky, Stewart Copeland, Johnny Greenwood, AC/DC, Board of Canada, Frank Ocean.

E por último, mas não menos importante, o que vocês estão escutando, os discos em seus fones de ouvido nesses dias?

Diego Solórzono: Vangelis, Plaid, Frank Sinatra, Soda Stereo, Justice.

Escute o EP Lucky No.7: