CyberKills é o projeto de dois produtores que nunca se encontraram pessoalmente. O paulistano Rodrigo Oliveira e o paraibano Gabriel Diniz são conhecidos por transformar hits nacionais em verdadeiras aventuras eletrônicas guiadas pelo PC Music. Após trabalhar com Pabllo Vittar, Jup do Bairro, Bemti, e Gabeu, a dupla apresenta o seu primeiro single: “Não Vou”.
O lançamento marca o início dos trabalhos autorais e tem os vocais de uma parceira já conhecida, Mia Badgyal, que compôs a música e um dedo do produtor FUSO. A faixa traz influências atuais como SOPHIE e Charli XCX, mas também resgata um pouco do que o pop brasileiro viveu no início dos anos 2000.
Confira a entrevista exclusiva do CyberKills para o TECOAPPLE.com:
Como e quando nasce o CyberKills, já que um integrante é de São Paulo e outro da Paraíba, e vocês nunca se encontraram pessoalmente?
CyberKills: O Cyberkills nasceu no finzinho do ano passado quando Gabriel chamou Rodrigo no Twitter pra gente brincar com “Buzina” da Pabllo. Ele (Gabriel) já havia visto alguns remixes do Rodrigo na Internet e o achava incrível. E assim caminhamos, a parceria deu certo e mesmo com todos os obstáculos da distância, decidimos criar o projeto, e hoje somos melhores amigos.
Como é trabalhar à distância?
CyberKills: Ainda não tivemos a oportunidade de nos encontrar pessoalmente (alô contratantes e promoters). A gente se vira nos 30 pra ter o dedo dos dois em todas as produções. Mandamos os arquivos online indo e voltando o dia inteiro e por vezes fazemos lives privadas enquanto mexemos nos elementos das músicas até que ambos concordem com a sonoridade de cada elemento. É um desafio, é exaustivo, mas no final das contas sempre nos orgulhamos do trabalho final.
E como surgiu o convite para “Buzina” aparecer no álbum NPN Remixes da Pabllo Vittar?
CyberKills: “Buzina” foi o primeiro remix que produzimos, mas de primeira não tínhamos a capella e etc, então o que saiu foi uma produção bem amadora. Lá em janeiro, recebemos os stems e atualizamos com uma nova produção e mostramos diretamente à Pabllo. Ela ouviu e amou. Disse prontamente que faria parte do NPN Remixes e aqui estamos, né? Na época, a oficialização do remix foi um divisor de águas pra nossa carreira, não só com a conquista do nosso público, mas também pra gente ter a noção de que poderíamos sim levar o projeto a sério. Se abrimos o álbum de uma das maiores cantoras brasileiras atualmente, então podemos qualquer coisa, este é o fator principal que nos motiva a trabalhar e dar continuidade nesse projeto.
Como foi o processo criativo de “Não Vou”, o primeiro lançamento autoral?
CyberKills: “Não Vou” começou a ser produzida lá no início do ano, logo após o remix de “Não Desliga o Telefone” da Mia Badgyal. A música sempre foi pra ela, resolvemos misturar algumas referências de pop, hyperpop, bubblegum bass para imprimir nossa identidade. Confiamos à Mia a composição da letra e a melodia, mas direcionando que remetesse o início dos anos 2000 e as produções pop do Brasil na época.
É uma sensação diferente?
CyberKills: Com certeza. É o nosso sonho se concretizando em mais uma etapa. É algo que construímos do zero sem nenhuma base preexistente. Então o frio na barriga é real. Mas, podemos dizer que é apenas o início e tem muita coisa boa sendo pensada pro futuro.
Mia Badgyal, com quem vocês já trabalharam em outras oportunidades, empresta os vocais e ajudou na composição da faixa. Falem um pouco sobre a letra. O quanto é ficcional e pessoal.
Mia Badgyal (responde): A letra foi escrita por mim num momento muito complicado na minha vida pessoal, a história que eu canto foi real sobre uma situação que vivi e decidi dizer que não ia mais passar por aquilo, 100% true como tudo que sempre escrevi como Mia Badgyal.
Já prospectam novos nomes para futuros lançamentos? E com quem gostariam de trabalhar?
CyberKills: Sim, mas não podemos revelar ainda! As coisas serão anunciadas no tempo certo. Somos fãs de muita galera que seria uma honra trabalhar: Duda Beat, Linn da Quebrada, Potyguara Bardo, Pabllo Vittar (novamente), Jaloo, Davi… e por aí vai.
Há algum ambiente ou contexto favorito em que gostariam que a música fosse ouvida?
CyberKills: Com certeza numa festa bem animada, que toque muito pop, PC Music, e se você tá sendo enrolado pelo crush, é o seu momento de gritar aos sete ventos que não vai mais rolar de jeito nenhum.
E uma coisa que a gente sempre gosta de perguntar. Quais são os discos em seus fones de ouvido nestes dias?
Gabriel: Enquanto respondo essa entrevista, estou ouvindo os lançamentos do dia. Amei Kesha, Tinashe e a mais animadinha da Selena Gomez. De álbuns, ando ouvindo muito o Charli (claramente), além do PANG da Caroline Polachek e o Jaguatirica Print da Luisa e os Alquimistas (estou apaixonado por ela).
Rodrigo: Meus gostos são mais estranhos, nesses últimos meses não tiro do repeat o álbum “1000 gecs” do duo 100 gecs, gosto muito do bass e sintetizadores rasgados e composição cômica que eles usam, inclusive foi o Gabriel que me apresentou o álbum e no fim eu que acabei em viciando. Mas, além dessa pegada mais doida, também estou ouvindo bastante o Turn Off The Light da Kim Petras e voltei a me viciar no clássico do trance The New Daylight do Dash Berlin.