Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre as novidades estão os trabalhos de: Dua Lipa, Basia Bulat, Little Dragon, Nicolas Jaar, Waxahatchee, Margaret Glaspy, Pearl Jam, Sorry, Half Waif e Vanessa Carlton.
• Dua Lipa – Future Nostalgia
(Warner Records)
Depois do sucesso do primeiro álbum e um Grammy nas mãos, a britânica Dua Lipa tem a difícil tarefa de lidar com a temida “maldição do segundo disco da carreira”. Com Future Nostalgia, a artista entrega um disco eufórico, despretensioso e festivo com o brilho dos anos 70 e 80 (“Don’t Start Now” e “Physical”). Passeia livremente pela disco music, funky à la Prince (“Future Nostalgia”) e eurodance – recorrendo a samples de White Town (“Love Again”) e INXS (“Break My Heart”) na aprimoração de sua fórmula – para abordar temas como sexo, empoderamento e patriarcado.
• Basia Bulat – Are You In Love?
(Secret City Records)
Em Are You In Love?, a cantora e compositora folk Basia Bulat reflete sobre o quão bom o amor nos faz sentir, mas o quão pode nos desestruturar (“Your Girl”) quando nos permitimos vivê-lo e podemos perdê-lo. São melodias adoráveis que trabalham nas confissões dolorosas, em seus conceitos emocionais (“Already Forgiven”), impostas no vocal à la Natalie Merchant da artista. Assim como o seu antecessor, Good Advice, a produção do registro fica a cargo do músico Jim James (do My Morning Jacket).
• Little Dragon – New Me, Same Us
(Ninja Tune)
O quarteto sueco Little Dragon chega ao seu sexto registro de estúdio, New Me, Same Us, ajustando musicalidades antigas e experimentando sonoridades novas. Em sua combinação impecável de gêneros (como a house soul “Hold On”), revela a sua própria identidade como banda em canções de decepções amorosas (“Are You Feeling Sad” com Kali Uchis), mensagens de desapego e autocontrole.
• Nicolas Jaar – Cenizas
(Other People)
Entre trabalhar com FKA twigs (em MAGDALENE) e soltar faixas dançantes sob a tutela de Against All Logic, o produtor chileno Nicolas Jaar retorna com Cenizas, o primeiro álbum que o artista lança em seu próprio nome desde Sirens. Escrito e gravado em Nova York entre 2017 e 2019, o registro soa uma aventura cavernosa pelo desconhecido em sons ambientes com traços de jazz (“Agosto” e “Rubble”), eletrônica experimental e cantos ritualísticos que decorre em um material atmosférico (“Sunder”) e enigmático.
• Waxahatchee – Saint Cloud
(Merge Records)
Katie Crutchfield (a.k.a. Waxahatchee) fez uma grande mudança de estilo de vida no último ano e meio: ela abandonou a bebida. É através de sua recém-descoberta de sobriedade que conecta seu som alt-country com quem realmente é. Suas composições são contos meticulosos que tratam sentimentos de solidão, amor (“Can’t Do Much”), morte, conflitos pessoais (“Lilacs”) e inquietações (“Fire”) em Saint Cloud.
• Margaret Glaspy – Devotion
(ATO Records)
Em seu segundo disco de estúdio, a cantora e compositora Margaret Glaspy marca um novo capítulo sonoro ao construir composições com bases eletrônicas (“Killing What Keeps Us Alive”) em sua musicalidade encantadora. A artista procura ir além da habilidade na guitarra que delimitou o seu álbum de estreia (Emotion And Math) auxiliada de sua coleção de canções românticas (“Stay With Me” e “Devotion”).
• Pearl Jam – Gigaton
(Universal Music)
O Pearl Jam, uma das bandas pioneiras do grunge, volta com Gigaton, o décimo e primeiro disco de estúdio e primeiro após uma pausa de sete anos. Ao mesmo tempo em demostra estar disposto a restaurar sua sonoridade (como na dance punk “Dance of the Clairvoyants”), o grupo mantém-se fiel à identidade que os tornou um clássico (“Superblood Wolfmoon”). O disco começa com faixas animadas e ferozes antes de terminar em músicas mais contemplativas que carregam um sentimento assustador de uma época de mudanças climáticas e notícias falsas.
• Sorry – 925
(Domino)
Os londrinos do Sorry lançam o seu disco de estreia na companhia do produtor James Dring (Gorillaz, Lana Del Rey, Nilüfer Yanya) e criam uma variedade de canções em sua mistura divertida de música indie, eletro, jazz, pop e experimental no estilo lynchiano (“Right Round the Clock”). Inspirados por tudo, desde Hermann Hesse a Aphex Twin e o cantor da velha Tony Bennett, trazem sua abordagem experimental, passiva-agressiva e sofisticada em letras sarcásticas ao se destacarem como uma banda do século XXI e fruto de uma geração de frustrações.
• Half Waif – The Caretaker
(Anti-)
No álbum Lavender (2018), Nandi Rose (a.k.a. Half Waif) abordou os conceitos de morte e sofrimento. Agora, em The Caretaker, continua em uma linha igualmente introspectiva ao aprofundar a passagem do tempo e questões relacionadas à amizades. Com melodias elaboradas num art pop, de sintetizadores cintilantes e percussão pulsante auxiliado de letras astutas, Rose examina o significado de cuidar de si e dos outros (“Ordinary Talk”) em sua autodescoberta.
• Vanessa Carlton – Love Is An Art
(Dine Alone Records)
Love Is An Art, produzido por Dave Fridmann (MGMT, Flaming Lips), encontra Carlton expondo relações tóxicas (na confessional “Miner’s Canary”), parceria eterna (“Companion Star”) e as crianças que enchem o mundo com amor e graça, enquanto os políticos enchem seus bolsos (“Die, Dinosaur” – escrita após os tiroteios em Parkland, Flórida). Os arranjos de Love Is An Art detalham essas crônicas de maneira tão vibrante quanto as próprias palavras de Carlton.