Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Tyler, the Creator, Lucy Dacus, Gaspard Augé, Faye Webster, John Grant, Hiatus Kaiyote, Polo & Pan, Pom Pom Squad e Saint Sister.
• Tyler, the Creator – CALL ME IF YOU GET LOST
(Columbia Records)
Em seu primeiro lançamento desde o elogiado IGOR, Tyler, the Creator reúne amigos, incluindo Lil Wayne, Domo Genesis, Brent Faiyaz, Frank Ocean, Jamie xx (na co-produção de “RISE”) e muito mais. NBA YoungBoy e Ty Dolla $ign juntam-se ao rapper em “WUSYANAME”, enquanto Lil Uzi Vert e Pharrell Williams são convidados em “JUGGERNAUT”. Ele continua mostrando-se um produtor inventivo, recheando o álbum com arranjos maximalistas de trompas, passagens psicodélicas e samples bem selecionados. Aqui, assume o personagem do gangsta devaneador Baudelaire para ser o guia de uma viagem pelos pensamentos do artista sobre a busca por um relacionamento ideal (“WILSHIRE”), críticas sociais (“MASSA”) e a influência das pessoas que o cercam (“CORSO”).
• Lucy Dacus – Home Video
(Matador Records)
O terceiro registro de Lucy Dacus é um olhar nostálgico (“Hot & Heavy”) com a compaixão, o humor e a honestidade na escrita autobiográfica da artista. Retrata histórias de amadurecimento com memórias de infância e de como a religião foi ensinada a ser respeitada (“VBS”), a relação entre famílias atribuladas (“Thumbs”), a descoberta da sexualidade ser algo caótico e os relacionamentos amorosos juvenis idealizados para sempre (“Brando”, “Christine”, “Going Going Gone” com Phoebe Bridgers e Julien Baker). Home Video transforma o diário de uma adolescência em contos musicados e certifica a capacidade da compositora de usar o pessoal como portal para o universal.
• Gaspard Augé – Escapades
(Ed Banger/Because Music)
Gaspard Auge, mais conhecido como a metade do Justice, lança o álbum de estreia solo Escapades. Unindo o frenesi do rock, o som das raves, eletrônica francesa e italiana dos anos 80 (“Vox”), europop (“Captain”), disco e corais expressivos, o produtor fez um álbum instrumental cujo som será familiar aos fãs do Justice e as inspirações anteriores do duo. Escapades é uma jornada por um universo estelar que reimagina a música clássica europeia para este século com uma fórmula épica (“Force Majeure”).
• Faye Webster – I Know I’m Funny haha
(Secretly Canadian)
Em seu quarto registro de estúdio, a cantora e compositora Faye Webster transparece desejos românticos, decepções, inseguranças (“I Know I’m Funny haha”) e autodescoberta (“In a Good Way”) com fascínio e ironia. Através de sua sonoridade folk americana escoltada por uma atmosfera soul retrô, em precisos arranjos de cordas (“A Stranger”) e saxofones (“A Dream with a Baseball Player”), a artista ganha uma confiança extra para ser honesta em sua escrita e afrontar sua vulnerabilidade.
• John Grant – Boy From Michigan
(Bella Union)
Produzido pela amiga de longa data Cate Le Bon, Boy from Michigan é a obra mais autobiográfica e melódica de John Grant até hoje. Em doze faixas, o músico expõe seu passado, da transição da infância à idade adulta (“Boy From Michigan”, “County Fair”) – focando em sua adolescência e na mudança para a cristã e conservadora Denver -, além de expandir os horizontes ao satirizar a economia norte-americana (“Your Portfolio”) e a administração de Trump (“The Only Baby”). Numa sonoridade de sintetizadores espaciais atordoados e ameaçadores (“The Rusty Bull”), instrumentações potencializadas e o vocal acentuado de Grant, o registro desvela um impacto emocional pessoal e social único para cada uma das composições.
• Hiatus Kaiyote – Mood Valiant
(Brainfeeder Records/Ninja Tune)
Após seis anos do álbum Choose Your Weapon e uma pandemia no meio do caminho, a banda australiana Hiatus Kaiyote – sampleados por nomes como The Carters, Kendrick Lamar e Anderson .Paak – volta com suas instrumentações criativas e vocais sedutores de Nai Palm. Como um encantamento psicodélico num caldeirão de jazz funk (“Chivalry Is Not Dead”), seções de sopro, batidas tribais, pop, punk cigano, sons naturais (“Hush Rattle”), samba e bossa nova (“Get Sun” com o compositor brasileiro Arthur Verocai), Mood Valiant é um registro profundo e provocante com grooves espontâneos (“All the Words We Don’t Say”) que salientam um raio de esperança para tempos incertos.
• Polo & Pan – Cyclorama
(Virgin Records)
Como o duo francês de música eletrônica revela, Cyclorama é uma odisseia musical através das etapas da existência humana, do nascimento à idade adulta e à morte e transcendência. Com um dance pop faceiro (“Tunnel”), melancólico (“Requiem”) e elegante (“Melody”), Paul Armand-Delille e Alexandre Grynszpan desenham canções que remetem a infância (“Ani Kuni”), amadurecimento (“Magic”) e nostalgia (“Les jolies choses”) para colorir uma viagem que atravessa locais, tempo, ritmos e ciclos da vida.
• Pom Pom Squad – Death of a Cheerleader
(City Slang)
Na estreia Death Of a Cheerleader, o quarteto nova-iorquino Pom Pom Squad, liderado pela vocalista e guitarrista Mia Berrin, traz uma colagem sonora de odes à identidade pessoal, ataques ásperos contra as asneiras da sociedade (“Head Cheerleader”) e retratos de casos de amor desgastantes (“Lux”, inspirada na personagem de ‘As Virgens Suicidas’). Com um indie rock animoso e multifuncional, o grupo explora o universo de girl groups dos anos 1950 / 1960, com influência de doo wop (“Crimson + Clover”, cover de Tommy James and the Shondells), e energia riot grrrl punk cinematográfica (“Crying”).
• Saint Sister – Where I Should End
(Fuga)
Where I Should End é um projeto pessoal, com cada faixa escrita, arranjada e produzida pelo duo Saint Sister – vendo Morgana MacIntyre e Gemma Doherty evoluindo com confiança em seus papéis de compositora e produtora. São melodias folk atmosféricas confeccionadas com harpas e cordas refinadas, floreios eletrônicos (“Any Dreams?”), elementos tradicionais da música irlandesa e vocais cadenciados para refletir a vida que levam (“Karaoke Song”), relacionamentos de todos os tipos (“My Brilliant Friend”) e encontrar significado em um mundo que não para (“Manchester Air”). Destaque para a participação de Lisa Hannigan contribuindo com os vocais em “The Place That I Work”.