A cantora e compositora Marisa Monte lança o álbum Portas, o primeiro de inéditas da artista em quase dez anos, via Sony Music. O registro é um olhar sensível pelos 30 anos de carreira da artista, que separam o disco atual de Mais (1991).
“Minha ideia inicial que era viajar e formar uma segunda banda, em Nova York, ficou impossível. Achamos que valia a pena experimentar uma gravação remota. Com coprodução do Arto Lindsay, que trouxe a sua banda, arriscamos gravar duas músicas, “Calma” e “Portas”, eles num estúdio na rua 37 e nós no Rio via zoom. Pra nossa surpresa deu muito certo o que nos abriu um novo universo de possibilidades e nos deu confiança de seguir com gravações remotas em outras cidades e com outras formações também”, relata.
Portas conta com parcerias da artista com Arnaldo Antunes, Chico Brown, SILVA, Lúcio Silva, Marcelo Camelo, Nando Reis e Seu Jorge. De acordo com a cantora, o trabalho passou pelas mãos de pessoas no Rio de Janeiro, Nova York, Lisboa, Barcelona e outras cidades do mundo — todos reuniram-se remotamente, pela Internet, por conta da pandemia.
“No começo de 2020, meu plano era entrar em estúdio em maio. Eu já tinha um repertório pronto, produzido ao longo dos últimos anos com diversos parceiros, esperando a hora certa de gravar. Durante esse período, o repertório cresceu. Fiz “Vagalumes” com Arnaldo Antunes e “Sal” e “Você Não Liga” com o Marcelo Camelo, que também me trouxe uma música dele, “Espaçonaves”, que já estava pronta”, explica a cantora em nota enviada à imprensa.
“Vento Sardo” foi contemplada com a gravação remota entre Madri e Barcelona com Jorge Drexler. Essa foi escolhida para ser lançada como um single, posteriormente, quando a cantora encontrar Drexler ao vivo. O álbum foi finalizado entre fevereiro e março. O primeiro single, “Calma”, feito em parceria com Chico Brown, foi lançado no mês passado.
Marisa passeia com poesia (“Vagalumes”) pelo samba (“Elegante Amanhecer”), pop soul (“Calma” e “Pra Melhorar” – com Seu Jorge e Flor), bossa nova (“Espaçonaves”), folk (“Praia Vermelha”), orquestrações magistrais (“A Língua dos Animais”) e baladas apaixonadas (“Totalmente Seu”), equilibrando alegria e melancolia, com um frescor romântico digno de uma carreira de 30 anos.