O músico e compositor paraense Reiner lança show ao vivo com o repertório do EP Breu. Todas as cinco faixas do registro são apresentadas, em sua ordem de lançamento, com novos arranjos tocados e reproduzidos com guitarra, microfone e programações.
O dia e a hora em que foi exibida – 18 de julho, Dia Internacional de Nelson Mandela, às 18 horas – reforça a simbologia presente nessa apresentação, algo que reflete a construção conceitual do compacto. Breu, além de evocar a escuridão íntima de cada um e sócio-política do país, também significa purificação, pois assim é chamado o incenso utilizado em rituais de cura em religiões de matrizes africanas. Foi nesse caminho que os diretores Lucas Domires e Adriana de Faria construíram visualmente o clima para a performance ao vivo, cuidadosamente pensada para traduzir os sentimentos presentes no trabalho, como o ódio e a dor, e para criar uma intimidade típica do show ao vivo presencial.
“A ideia é expandir o universo ‘Breu’ de uma forma sensível e intimista mas ao mesmo tempo agressiva. Acho que é sensível porque é como eu me sinto cantando sobre todos os assuntos que envolvem as canções do disco; intimista porque eu tô ali sozinho fazendo um som pra Adriana, pro Lucas e pra mãe dele; e ainda teve a coisa das velas que trouxeram essa vibe de aconchego, sabe? Agressivo porque acho que meu jeito de tocar tá bastante cortante nesse show. Eu tentei me expressar de uma maneira que não conseguisse por meio de palavras”, conta o artista.
O político EP Breu, produzido por Léo Chermont (Os Amantes, Strobo), gerou debates entre o público e o meio artístico sobre racismo, meritocracia e vários outros problemas sociais que agridem a pele negra. É uma sonoridade incisiva que instiga e é anti-pop, misturando referências dramáticas do trip hop, com uma linguagem brasileira na tentativa de traduzir a vida de um homem negro urbano, fruto de 500 anos de discriminação racial. O compacto em versão de estúdio encontra-se disponível nas plataformas de streaming: