O cantor, dançarino, modelo e influenciador digital afro-francês radicado no Brasil Loïc Koutana (a.k.a. L’HOMME STATUE), ex-integrante do grupo Teto Preto, apresenta o primeiro álbum solo, SER, com o videoclipe do single “Don’t Tell Me”.
Abrindo portas para o trabalho, Statue lança a música “Don’t Tell Me”, faixa eletrônica que flerta com o funk e o R&B. Nela, o artista expressa sua opinião invasiva e violenta com o corpo preto, repetindo: “não me diga o que tenho que fazer”. O videoclipe, que envolve captação 3D, é dirigido por Pedro Tejada e Marcello Costa e produzido por Stink São Paulo. Para os diretores, a técnica casava perfeitamente com a personada do artista:
“”Loïc sempre se destacou muito nos meios digitais – e usamos isso como base para desenvolver a história do clipe, contada através de instalações e momentos digitais, representando forço do Loïc nas redes versus as lutas que ele enfrenta na vida real”.
O single dá dicas do trabalho completo: produzido por Statue e Pedro Zopelar, seu colega e maior parceiro criativo, SER passeia pelo techno, funk, R&B, disco, trap – sonoridades que atravessaram o cantor durante sua trajetória artística.
“A forma despretensiosa e divertida com que trabalhamos ao longo do processo refletiu a pureza e potência de cada composição, resultando em um trabalho muito único e autoral que sintetiza uma bela parte do mundo particular de L’Homme Statue” conta Zopelar”.
Esse universo particular se destaca em cada verso, em cada canção: com toda a bagagem cultural (e ancestral) de Statue, o cantor flui entre inglês, francês e português, formando a linguagem mista que ele já tornou sua.
SER é um retrato intimista mesmo para quem está habituado a se expor. Com uma carreira baseada em “emprestar seu corpo” dançando para artistas como Elza Soares, Baco Exu do Blues e Mahmundi, L’HOMME STATUE é familiar à nudez; Loïc nem tanto. Nesse disco, Statue e Loïc se encontram, se reconhecem, se definem.
“Eu falei: ‘Eu vou eu mesmo me definir. Eu decido tomar o controle sobre o meu corpo, a minha sexualidade e quem eu sou’. Quero que as pessoas lembrem de mim pelo fato de ser” conta L’Homme Statue.
O resultado é um álbum que parece uma declaração de independência, do “corpo preto viado” que sempre foi definido pelos outros. Aqui, Statue controla a própria narrativa, transitando do romântico e delicado ao tenso e caótico sem perder a vulnerabilidade. Mais que a música, o disco é um manifesto – elaborado por anos e que, finalmente, toma forma.