Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Rex Orange County, Jenny Hval, Windowspeak, Alex Cameron, Luna Li, Charlotte Adigéry & Bolis Pupul, Kee Avil e Terno Rei.
• Rex Orange County – WHO CARES?
(Sony Music)
O músico britânico de indie pop Alex O’Connor (a.k.a. Rex Orange County) retorna com o quarto disco de estúdio, o sucessor de Pony. WHO CARES? é um trabalho radiante e encantador. Com arranjos primorosos de cordas (“AMAZING”), grooves delicados, baladas solenes (“MAKING TIME”) e produção cuidadosa de Benny Sings, o artista expõe dúvidas e inseguranças numa fusão moderna de jazz, pop e hip hop. Destaque para o reencontro de O’Connor com Tyler, The Creator em “OPEN A WINDOW”, cinco anos após a colaboração nas faixas “Foreword” e “Boredom”, do disco Flower Boy, do rapper.
• Jenny Hval – Classic Objects
(4AD)
A artista e romancista norueguesa Jenny Hval define Classic Objects como uma versão dela de um álbum pop que combina coisas celestiais (“Jupiter”) com coisas simples. Cada música tem um verso e um refrão. Há momentos intercambiáveis de complexidade, melodias interessantes por toda parte e uma sensação de elevação e clareza nos refrões. O registro é uma experiência sensorial, quase ritualística, nas imagens surreais e pequenas histórias em que a artista questiona a própria identidade (“Year of Love”), o isolamento durante a pandemia (“Cemetery of Splendour”) e autonomia (“Freedom”).
• Widowspeak – The Jacket
(Captured Tracks)
O sexto álbum do Widowspeak começou como um disco conceitual sobre uma banda fictícia de country, “Le Tex”, mas à medida que a cantora e compositora Molly Hamilton trabalhava nas canções, elas se desviaram para outros territórios, muitas vezes mais pessoais (“Everything Is Simple”). A dupla segue moldando sua coleção de baladas exuberante cercadas pela nostalgia dos anos 60 e 90 com uma receita simples: indie rock influenciado pelo folk, mas com um apelo pop cativante no vocal doce e sussurrado de Hamilton.
• Alex Cameron – Oxy Music
(Secretly Canadian)
O australiano Alex Cameron sempre foi um grande contador de histórias, encontrando seus caminhos nas profundezas dos lugares onde muitos outros não estão olhando. Com melodias pop teatrais e imaculadas inspiradas nos anos 80, Oxy Music é uma história, uma obra de ficção cercada de otimismo, principalmente da perspectiva de um homem completamente desiludido com a vida e no caminho do abuso de drogas e álcool (“Best Life”, “K Hole”). Um personagem faminto de um propósito significativo, confuso sobre o estado do mundo (“Cancel Culture”) e precisando de uma razão para viver.
• Luna Li – Duality
(In Real Life Music)
O álbum de estreia da multi-instrumentista coreano-canadense Hannah Bussiere (a.k.a. Luna Li) abrange elementos do pop psicodélico, bedroom pop, indie pop e pop art de maneira sublime ao combinar sons de guitarra, baixo, piano, violino e harpa. As faixas refletem os esforços da garota para descobrir como transitar pela vida ao longo dos anos do início da idade adulta (“Afterglow”), amor próprio (“Alone But Not Lonely”) e relações amorosas (“Trying”). Destaque para as participações especiais de Jay Som (“Boring Again”), Dreamer Isioma (“Flower (In Full Bloom)”) e beabadoobee (“Silver into Rain”).
• Charlotte Adigéry & Bolis Pupul – Topical Dancer
(DEEWEE / Because Music)
Topical Dancer é um manifesto dance pop através das mentes criativas inatas de Charlotte Adigéry e Bolis Pupul. Apropriação cultural e racismo. Vaidade nas redes sociais (“Esperanto”). Pós-colonialismo (“Blenda”) e correção política. Estes não são pontos de discussão que você normalmente ouviria na pista de dança, mas Charlotte e Bolis quebram as regras e provam ser uma força a ser reconhecida tanto nas festas quanto em atos de rebelião.
• Kee Avil – Crease
(Constellation)
Crease é o álbum de estreia de Kee Avil, projeto avant pop liderado pela produtora e guitarrista canadense Vicky Mettler. A artista confecciona um som com um pop desconstruído, pós-punk sombrio e várias manipulações eletrônicas para elaborar uma espécie de trilha sonora de terror contrastada por sua intimidade vocal e lírica (“See, my shadow”). O registro traz uma sensibilidade eletroacústica contemporânea para encontrar o equilíbrio certo entre caos e densidade em composições com influências vindas de Scott Walker, PJ Harvey, Juana Molina, Eartheater e Matmos.
• Terno Rei – Gêmeos
(Balaclava)
A banda paulista Terno Rei lança o quarto registro de estúdio com uma sonoridade nostálgica, com melodias grudentas e guitarras marcantes, que remetem ao final dos anos 1990 e início dos 2000 (“Dias de Juventude”). Gêmeos aponta novos caminhos para o grupo, que explora uma diversidade de gêneros e a inclusão de novos elementos nas composições melancólicas influenciadas, principalmente, pelo período de isolamento social (“Aviões”). Fruto de uma longa imersão e experimentação em novos processos como a participação ativa dos produtores na fase de composição das faixas, resultando em uma maturidade sonora e um processo mais inclusivo e abrangente.