Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Primer, SAULT, Kurt Ville, Bodysync, Romero e Sofá a Jato.
• Primer – Incubator
(Egghunt Records)
O Primer, projeto da vocalista e produtora Alyssa Midcalf, busca inspiração na eletrônica dos anos 80 para encontrar refúgio de uma sequência de desilusões amorosas. Incubator é uma reflexão e estardalhaço para dançar com uma lágrima escorrendo pelo rosto (“Just A Clown”) com um sorriso no rosto, acatar feridas de um coração partido e recuperar-se de um relacionamento tóxico (“Warning”). O álbum como um todo nos leva ao colapso do relacionamento de cinco anos de Midcalf com o companheiro com músicas também escritas no final da adolescência e reimaginadas (“Anything”). Coproduzido com Noah Prebish, do grupo psych pop Psymon Spine, a artista cria uma obra sentimental borbulhante envolta de synthpop, new wave e eletropop – que pode trazer à mente nomes como CHVRCHES, Robyn, M83, Molly Nilsson e Jessie Ware – para lidar com as próprias emoções com uma agilidade necessária.
• SAULT – Air
(Forever Living Originals)
Sem aviso prévio, o misterioso coletivo neo soul SAULT, liderado pelo produtor Inflo (Adele, Jungle), lança o sexto álbum de estúdio Air. O registro é diferente de qualquer coisa que o grupo já lançou antes e apresenta sete composições longas – “Solar” passa dos 12 minutos -, confeccionadas em elementos orquestrais colossais e canto coral não lírico – com exceção de “Time Is Precious” com Cleo Sol apoiada por um coral nos minutos finais e trazendo a estética conhecida do projeto. O escopo cinematográfico do material traz à mente nomes como Antonín Dvořák, Maurice Ravel, Aaron Copland e Hans Zimmer como se fosse a trilha sonora para um componente visual que ainda está por vir (de surpresa).
• Kurt Vile – (watch my moves)
(Verve Records)
Depois de anos em gravadoras independentes e sete discos solo, Kurt Ville faz sua estreia em um grande selo. O artista evidencia os talentos como cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor em direções inesperadas. O resultado é um disco vibrante, mas meditativo, impulsionado por um charme descontraído e espírito entusiasmado. São momentos de reflexão pessoal (“Going on a Plane Today”), crises existenciais (“Like Exploding Stones”), sabedoria (“Chazzy Don’t Mind”), devaneios (“Flyin (like a fast train)”), nostalgia (“Mount Airy Hill (Way Gone)”) e diversão (“Jesus on a Wire” com Cate Le Bon) como um diário – e até um cover de Bruce Springsteen (“Wages of Sin”). Vile mantém-se confortável e fiel ao estilo que adotou há mais de dez anos, desde que começou a criar canções no próprio estúdio em casa, com um rock clássico melodioso e doce auxiliado de sintetizadores cósmicos (“Palace of OKV in Reverse”) dedicado para aqueles que o acompanham desde sempre e novos ouvintes.
• Bodysync – Radio Active
(Bodysync)
O Bodysync, colaboração entre os produtores de música eletrônica Ryan Hemsworth e Charlie Yin (a.k.a. Giraffage), é uma sondagem de sons de videogames, UK Garage, R&B, techno e house music dos anos 1990, evocando trabalhos como o do Disclosure, na companhia de nomes como Nite Jewel (“Forever”, “Just Kiss”), Devin Morrison (“Japan”), Tinashe (“Body”) e Daniela Andrade (“Suenos Bravos”). São músicas brilhantes e despreocupadas para dançar, mergulhadas em referências clássicas, mas focadas em estimular os sons de hoje.
• Romero – Turn It On!
(Cool Death Records)
O álbum de estreia do quinteto australiano ROMERO é uma explosão precisa de powerpop, garage rock, punk e soul em histórias de esforço pessoal, recomeços, relacionamentos deteriorados (“Halfway Out the Door Read”) e êxtase emocional da incerteza numa celebração do crescimento através de todas essas experiências. A banda soa como um Buzzcocks liderado por Debbie Harry nas guitarras estridentes de Fergus Sinclair e Adam Johnstone, percussão robusta de Dave Johnstone e proeza vocal de Alanna Oliver. Apesar de uma quantidade notável de referências, Turn It On! é uma injeção de entusiasmo com um efeito rejuvenescedor em números poderosos (“Talk About It”) e disciplinados (“White Dress”).
• Sofá a Jato – Revoada
(Sofá a Jato)
Inspirada pela terrosidade da canção brasileira, a Sofá a Jato cria a própria paisagem musical, aliando elementos tradicionais como a viola, violão e bandolim ao uso de sintetizadores, loops de bateria e texturas. Em um ambiente que mistura o cotidiano a um mundo de fantasias, as camadas sonoras de cada composição criam um clima épico, onde a realidade é confrontada pela sensação de fuga, proposta pelas letras e arranjos. Inspirações variam de Milton Nascimento e Almir Sater, até Daft Punk, Junip e Fleet Foxes.