Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Alfie Templeman, Wilco, Cheat Codes, HAAi, Stars e Tate McRae.
• Alfie Templeman – Mellow Moon
(Chess Club Records)
Se uma série de singles, EPs e um mini-álbum, Forever Isn’t Long Enough, indicava que Alfie Templeman era um talento distinto, o disco de estreia é a confirmação. O álbum é uma espécie de milagre, pousando em algum lugar entre uma viagem de outro mundo e uma ode cheia de alegria à vida na terra. Como em todas as jornadas, a mudança de humor é palpável em Mellow Moon, com músicas nostálgicas como “3D Feelings” ou “Broken”, sobre as pequenas oscilações de ser adolescente e descobrir a si mesmo, que vibram com a energia de uma vida sendo experimentada novamente. Ao longo de 14 faixas, Templeman fecha os olhos e imagina outro mundo, onde ele está à vontade e não se distrai com os desafios. Com toques de indie, funk, eletrônica e pop rock, o trabalho é inspirado por influências modernas como Steve Lacy, Khruangbin e Leon Bridges, bem como o constante guia cósmico de Alfie, Todd Rundgren. Atuando tanto como uma entrada de diário íntimo (“Colour Me Blue”), o disco é o trabalho mais completo de Alfie até hoje e uma plataforma da qual ele certamente usará para se impulsionar ainda mais na estratosfera.
• Wilco – Cruel Country
(dBpm)
Nos anos 90, o lançamento do álbum de estreia do Uncle Tupelo, No Depression, marcou para sempre Jeff Tweedy como um ícone do alt-country. O rótulo sempre o incomodou. Quando o grupo se separou em 1994, ele formou o Wilco com o que restava da antiga formação, embarcando em uma sequência criativa de lançamentos que conquistaram elogios da crítica e público. Agora, quase três décadas depois, com o disco duplo Cruel Country, a banda busca resgatar as antigas raízes e reencontrar a relação com a música country. O trabalho, quase inteiramente composto de tomadas ao vivo, segue uma narrativa conceitual solta da história fragmentada dos Estados Unidos em temas como alienação social (“I Am My Mother”), política e reconhecer a América como ela existe atualmente (“Hints”) sob o olhar de pessoas comuns.
• Cheat Codes – HELLRAISERS, Part 3
(DashGo)
A terceira e última parte do álbum de estreia do trio Cheat Codes, diferente dos anteriores – influenciados pelo pop e o outro pelo hip hop – é inspirado pela simpatia do integrante Mathew Russell pela música dance. Com sucessos como “Payback”, com as garotas do Icona Pop, HELLRAISERS, Part 3 leva o grupo de volta às origens com uma lista vasta de colaboradores. O resultado de três álbuns únicos e distintos entre si, representados individualmente, manteve ainda mais fiel a essência e quem o Cheat Codes realmente é.
• HAAi – Baby, We’re Ascending
(Mute)
O álbum de estreia da DJ/produtora australiana Teneil Throssell (a.k.a. HAAi) é a sua coleção mais colaborativa, enérgica e vibrante até hoje. Baby, We’re Ascending é uma aventura sonora eufórica que nos leva para um percursso impressionante por colagens de sons influenciados pelo techno, batidas ecoantes a linhas de sintetizador delirantes e coloridas e samples de vocais brilhantes e distorcidos. As vozes do álbum são vastas e ecléticas: de Jon Hopkins (“Baby, We’re Ascending”) e Alexis Taylor do Hot Chip (“Biggest Mood”) à cantora Obi Franky (“Purple Jelly Disc”) e o poeta e ativista Kai-Isaiah Jamal (“Human Sound”).
• Stars – From Capelton Hill
(Last Gang Records)
O nono disco dos canadenses do Stars é sobre um ambiente familiar, as relações estabelecidas, a alegria e a vida que acontece no meio disso e a inevitável decadência de tudo. Musicalmente, com a ajuda do colaborador Jace Lasek, do The Besnard Lakes, o registro parece entrar em um universo íntimo e nostálgico em canções sobre perdas e esperanças (“Capelton Hill”). Está repleto de arranjos deslumbrantes do britpop dos anos 80 e 90 (“If I Never See London Again”), powerpop (“Pretenders”), folk (“That Girl”), elementos eletrônicos sutis e pulsantes (“Build A Fire”), mas sucumbidos ao universo do grupo. From Capelton Hill é uma concentração direta da busca de décadas do Stars.
• Tate McRae – i used to think i could fly
(RCA Records)
Depois de conquistar o público do TikTok e garantir milhões de execuções do single “you broke me first”, a cantora e compositora canadense Tate McRae lança o disco de estreia. Com uma tendência de buscar inspiração em trabalhos de Olivia Rodrigo e Billie Eilish – inclusive a faixa “i still say goodbye” é co-escrita e produzida por FINNEAS -, o registro é comprometido de hinos pop eufóricos (“what would you do?”) com pitadas de punk (“she all i wanna be”), baladas graciosas (“i still say goodnight”, “chaotic”) e composições poéticas e confessionais (“hate myself”) que refletem as ansiedades da vida adulta, relacionamentos fracassados (“don’t come back”) e inseguranças.
