Aldo agora é St. Aldo, anuncia o disco ‘Esther Building’ e mostra o single “Pleasant Man”

O duo paulistano St. Aldo (ex-Aldo) anuncia o álbum Esther Building para o dia 22 de julho via Tratore. Gravado em um loft do histórico Edifício Esther, no centro de São Paulo, ao longo de dez dias num processo de total imersão, a obra marca uma nova fase para André Faria e Murilo Faria. Após o falecimento do Tio Aldo de Covid-19 durante a pandemia, tio dos irmãos que deu origem ao nome da banda, o duo decidiu trocar o nome como uma forma de homenageá-lo.

Sobre o projeto, André comenta:

“Particularmente prefiro compor fora do estúdio, respirando um oxigênio menos viciado, acordando e dormindo com o instrumento no colo, cantarolando o que vem à cabeça, sem pretensões… por isso adoramos o processo de imersão. Porque você consegue gravar um volume de ideias que faz sentido naquela janela de espaço-tempo, e depois é mais fácil e divertido fazer um select, rebuscar, escolher aquilo que realmente se comunica com o outro você fora dali. Os momentos juntos também rendiam brisas tipo Heavens Gate (a seita) que o Mura era obcecado na época. Lembro que varamos uma noite vendo vídeos e pesquisando a vida do criador da seita. A única pessoa que colou no apartamento foi o Vitor Bossa, amigo diretor e fotógrafo, para fazer umas fotos por ali. Nada ali foi produzido, ele apenas passou um dia curtindo conosco ali, dando pitacos no que curtia mais. Adoro essas fotos”.

Murilo complementa ainda:

“No estúdio você tem infinitas possibilidades de equipamentos, já no Edifício Esther nós tínhamos apenas alguns instrumentos: dois ou três synths, duas guitarras, um baixo, pedais e um microfone. Quisemos de alguma maneira reproduzir o jeito mais indie e desleixado que produzimos o primeiro álbum, na época, na casa da nossa própria mãe, gravando as vozes no armário. No Edifício Esther era parecido, tudo mais solto e menos sério do que um estúdio profissional. Outra coisa que funcionava muito eram as jams. Às vezes passávamos o dia apenas tocando, curtindo e gravando. Só no dia seguinte ou à noite escutávamos o que fizemos e decidimos trabalhar em cima. Escolhíamos apenas o que de alguma maneira gostaríamos de escutar por aí, seja produzido por nós ou por qualquer outra banda. Tocamos o que gostamos de ouvir, sem pensar muito, sem raciocinar muito, tentando manter a espontaneidade dos dias, sem se preocupar em agradar ninguém… Quando estávamos sem ideia simplesmente olhávamos em volta e alguma coisa surgia. Foi assim que criamos “Bell Jar”, olhando em volta e achando o totem do Olivier Anquier ao lado de um senhor com aquelas placas ‘VENDO OURO'”.

O resultado é uma mistura de indie com eletrônico, linhas de baixo, guitarra e synths. O álbum conta com 9 faixas, tendo como inspiração a cidade de São Paulo e outras histórias curiosas como a seita Heaven’s Gate, que pregava que a passagem do cometa Halley iria salvar os fiéis que “pulassem em sua cauda”. Essa é a letra de “Comet Tail”. Alguns personagens que marcaram a infância da dupla também serviram de inspiração, como o Fofão da Augusta em “Glitterin Stain”. Sem falar em vereadores corruptos como “Pleasant Man”, a primeira amostra disponível do registro.

Com a pandemia, a banda cancelou a turnê na Europa e rompeu com a gravadora londrina Full Time Hobby, que passou por apuros financeiros. Nesses anos, a dupla resolveu se dedicar exclusivamente a fazer trilhas para comerciais de TV através da Evil Twin Music, produtora de áudio também fundada pelos irmãos, incluindo um comercial global da Samsung para as Olimpíadas de Inverno 2022. Mas agora, com Esther Building, estão de volta à ativa.

Capa e repertório de Esther Building:

01. “Bell Jarr”
02. “Cashew Tree”
03. “Curly Mind”
04. “Comet Tail”
05. “Glittering Stein”
06. “Golden Child”
07. “Light Cracks”
08. “Pleasant Man”
09. “Scratching The Surface”