Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: George FitzGerald, SOHN, Two Door Cinema Club, Kenny Beats, It Could Be Franky, Triathalon, Franc Moody, Hóspedes da Rua Rosa e Cryalot.
• George FitzGerald – Stellar Drifting
(Domino)
O artista de música eletrônica George FitzGerald lança o terceiro disco de estúdio, uma manifestação expansiva de maravilha sonora. Em dez faixas, ele percorre em UK garage, house e techno, enquanto extrai melodias pop, ritmos de clubes e outros elementos da música dance para ultrapassar os limites do seu som cósmico. Com colaborações de SOAK (“Rainbows and Dreams”), London Grammar (“The Last Transmission”) e Panda Bear (“Passed Tense”), Stellar Drifting é o projeto mais ambicioso de George até hoje.
• SOHN – Trust
(4AD)
Cinco anos após o último registro de estúdio, o cantor, compositor e produtor inglês Christopher Michael Taylor (a.k.a. SOHN) retorna com Trust. O álbum o encontra explorando ainda mais um som que primeiro encontrou sucesso nos espaços eletrônicos e noir-pop, e agora vasculha raízes mais profundas em estruturas folk e baladas dolorosas (“Figureskating, Neusiedlersee”, “M.I.A.”) e emotivas (“I Won’t”). Tendo passado o período escrevendo, gravando e trabalhando em um disco que ele não amava mais, ele decidiu começar de novo, do zero. Sentindo falta de comunidade e amizade na vida e no processo criativo, ele percebeu que não poderia mais trabalhar sozinho como nos projetos anteriores – e deu um salto de fé ao começar a praticar o dar e receber confiança com colaboradores criativos. Trust representa um passo importante para encontrar sua verdadeira voz artística e sair da zona de conforto.
• Two Door Cinema Club – Keep On Smiling
(Glassnote)
O grupo irlandês Two Door Cinema Club chega ao quinto disco de estúdio com a fórmula indie eletropop imaculada. Com uma tentativa de renovação, com a inclusão de elementos da música disco (“Millionaire”) e eletro funky (“Won’t Do Nothing”), Keep On Smiling conta com uma série de músicas otimistas (“Everybody’s Cool”) e ensolaradas pelas raízes indie próprias da turma de Alex Trimble (“Wonderful Life”, “Feeling Strange”) com potencial de levar a banda de volta ao fascínio das eras que os catapultaram.
• Kenny Beats – LOUIE
(XL Recordings)
O produtor Kenny Beats lança o primeiro álbum solo, um projeto em grande parte instrumental gravado depois de saber que o pai havia sido diagnosticado com câncer. Com mais de 17 músicas, LOUIE é uma odisseia hipnótica de uma alma doída e em forma de lágrima, uma explosão espontânea de criatividade alimentada por uma avalanche de desespero e imaginação. Somente depois de compartilhá-lo com alguns amigos íntimos, o artista foi convencido a liberá-lo ao público. Alguns desses amigos que contribuíram para o material incluem: Benny Sings, Fousheé, JPEGMAFIA, Mac DeMarco, Pink Siifu, Omar Apollo, Remi Wolf, slowthai, Thundercat e Vince Staples, entre outros.
• It Could Be Franky – Edena
(It Could Be Frankly)
It Could Be Franky é o projeto eletrônico de Danielle Hamel, cuja marca pop é influenciada pelo minimalismo de vanguarda e vocal peculiar que traz à mente Joanna Newsom – inclusive a artista tem um cover de “Bridges and Ballons” no disco We All Know How This End. Seu terceiro álbum, Edena, mostra-a solidificando uma estética pop confiante, bombástica, peculiar e às vezes sombria.
• Triathalon – Spin
(Lex Records)
O trio nova-iorquino Triathalon lança o quarto álbum de estúdio com mixagem de Gabe Wax (Adrianne Lenker, Fleet Foxes) e masterização de Zeroh (Pink Siifu). O registro, que capta a sensação moderna de mergulhar nas experiências e encontrar sentido no meio de crises existenciais (“Dream”) ao som de sintetizadores vintage e guitarras distintas num som indie rock fundido com R&B, é inspirado em Frank Ocean, Alex G, breakbeat dos anos 90 (“Infinity Mirrors”), drum ‘n’ bass, sensibilidade funky (“XP”), psicodelia e Magical Mystery Tour dos Beatles.
• Franc Moody – Into the Ether
(Juicebox Recordings)
Com um som infundido de soul, funk, disco e eletrônica moderna que conquistou legiões de fãs em todo o mundo, com diversos EPs e o álbum de estreia Dream in Colour (2020), o coletivo londrino Franc Moody decidiu ‘inverter o conceito’ para o álbum Into The Ether, inspirando-se nas trilhas sonoras spaghetti western de Ennio Morricone (“The 7”) e as imagens cinematográficas de filmes como ‘Mad Max’ e ‘Lawrence da Arábia’. Da melancólica discreta disco de “I’m in a Funk” ao groove irresistível do primeiro single “Mass Appeal”, a música deste álbum tem uma qualidade onírica e mostra uma banda com confiança construindo o próprio mundo e levando o seu som ao limite.
• Hóspedes da Rua Rosa – Eu tô muito é pior
(Bolo de Rolo / Rockambole)
Após o lançamento de singles como “Não Inventa”, “A Dama” e “Do Avesso”, a banda recifense Hóspedes da Rua Rosa apresenta o álbum de estreia. O disco traz canções que passeiam pelos mais diversos estilos e abrangem temáticas presentes na vida da juventude moderna, como amores correspondidos, desilusões, monotonia em um mundo frenético, idealizações e outras temáticas mundanas presentes na atualidade. Entre os fuzzes e outros efeitos de guitarra, linhas dançantes de baixo e baterias rítmicas, o quarteto acha espaço para mesclar outros elementos como flauta transversa, percussões regionais, a exemplo de alfaias, e efeitos psicodélicos, construindo uma sonoridade única e fluida. Com a produção musical de Iuri Brainer, o álbum e essa transição entre estilos comportaram gêneros musicais como o indie rock, rock alternativo, post rock, surf music, indie pop e jazz contemporâneo até samba rock, maxixe, brega, xote, frevo, udigrudi e manguebeat.
• Cryalot – Icarus
(Cryalot LTD)
O Cryalot, projeto solo de Sarah Midori Perry (do Kero Kero Bonito), lança o EP de estreia Icarus. Cercado de metáforas, turbulências e produção eletrônica expansiva, o compacto utiliza a figura mitológica grega de Ícaro para traçar o destino de cada uma das canções. O compacto se baseia nessa mentalidade para canalizar a estética mais sombria da música noise (“Hell Is Here”) e do metal sendo fundido com o pop experimental (“Touch the Sun”) para ilustrar as temáticas das composições. Uma introdução ao mundo visceral do Cryalot para um universo mais macabro do que o experimentando antes no colorido universo do grupo de Sarah.