Comemorando 20 anos de carreira, o Noporn, projeto de poesia eletrônica para dançar de Liana Padilha e Lucas Freire, lança o quarto álbum, Contra Dança. São 12 faixas onde a noite é a personagem principal e o sexo é uma forma comum de trocas entre pessoas. O público já pôde sentir um pouco da nova obra com o single duplo “Nome Sujo + Estranha e Louca”, apresentado em agosto.
“Quando pensamos em lançar o disco #4 do Noporn, vários assuntos pularam nas nossas cabeças. Pensei nas mulheres deste século, e no meu próprio papel de ser uma mulher há vinte anos criando música, abrindo espaço no charme e no microfone, em festas, bares e mini casas noturnas do começo do século XXI até agora, tocando para públicos, em palcos maiores, nos grandes festivais. A força de criar junto com outras pessoas, de continuar me divertindo, criando mundos únicos e particulares de poesia e som. Meu encontro com o Lucas Freire (meu parceiro desde 2018), produtor com faro e sensibilidade de buscar essência e ritmo para as minhas frases. E o próprio público do Noporn, cada dia mais jovem, que eventualmente descobre e curte músicas antigas, como se tivessem sido feitas ontem. Enfim, as relações entre pessoas, trocas, territórios, sempre estiveram no meu universo pessoal” explica Liana Padilha.
Em Contra Dança, o Noporn oferece uma obra diferente de SIM, disco lançado em 2021 no auge da pandemia, que dizia “SIM” ao mundo e ao futuro como um processo de cura. O momento agora é de resistência clubber, mostrando que o duo continua sobrevivendo em um mundo onde a comunidade Queer luta por direitos nas ruas, mas chega na boate, arruma a make, o look e se acaba na pista de dança.
Lucas Freire diz:
“‘Contra Dança’ é um álbum direto. Compusemos ele em sessões intensas, procurando em nós algo elementar. Trouxemos novos instrumentos e parceiros de trabalho para mudar um pouco a perspectiva de criação. Buscamos o cru e o explosivo, mesmo vivendo sentimentos antagônicos.”
Esse é o universo do quarto álbum do Noporn. A introdução traz o oceano como inspiração para abrir o disco e a segunda faixa, “Sereia”, apresenta a figura sensual que não consegue dormir sem gozar. Em seguida, a canção que dá nome ao registro faz uma crítica ao vazio da época da superexposição. Já a figura misteriosa de “Lilith” aparece com o encontro de duas pessoas que têm essa figura no mapa astral no signo de escorpião. Em “Antropofagia do Amor”, a saudade é amenizada com o cheiro da camiseta da pessoa amada esquecida. O lado romântico do duo aparece em “Estranha e Louca” ao retratar uma mulher livre, solta e que ainda sonha com o amor. Remetendo ao hit “Xingu”, do álbum de estreia, a faixa “Adoro DJs” tem o título autoexplicativo. Em “Drinks Ruins”, há uma analogia com sexo, desejos e expectativas. A nona faixa, “Perigo”, descreve a mulher que não tem medo de andar sozinha nas ruas, porque ela é o perigo. Em “A Boca e Mais Nada”, o tesão explode. “Dezembro” mostra a lascívia do verão brasileiro, enquanto “Nome Sujo” fecha o álbum com sensualidade e provocação.