8 discos para ouvir hoje: Mac DeMarco, Ladytron, Låpsley, Jadu Heart e mais

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Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Mac DeMarco, Ladytron, Låpsley, Biig Piig, John Cale, Dave Rowntree, Jadu Heart e Ryuichi Sakamoto.

Mac DeMarcoFive Easy Hot Dogs
(Mac’s Record Label)

Five Easy Hot Dogs é amplamente instrumental e foi gravado ao longo de quatro meses enquanto Marc DeMarco viajava pelos Estados Unidos, com cada música nomeada de acordo com a cidade em que foi composta. O plano era começar a dirigir para o norte e não voltar para casa em Los Angeles até que terminasse o disco, como estar em uma turnê só que sem shows na agenda. O resultado é uma exploração solitária e agradável da vida em uma sonoridade mínima armada em sintetizadores, baterias eletrônicas e arranjos suaves que transita do folk minimalista e ritmos que beiram ao yatch rock (“Edmonton”) e bossa nova (“Rockaway”). Um disco que detalha uma jornada pessoal, sem atentar-se ao destino final.

LadytronTime’s Arrow
(Cooking Vinyl)

Beleza, descartabilidade, fragilidade da cultura que nos cerca e a alegria de se libertar dessas estruturas. Estes são os temas a que o Ladytron apresenta no sétimo álbum de estúdio. Impulsionado por sintetizadores analógicos, arpejos ondulantes e paisagens sonoras ameaçadoras (“City of Angels”), o quarteto expande confiança no seu pop retrofuturista gélido para dimensões massivas. Com clareza adjacente nas melodias shoegaze e texturas industrial, instrumentações vertiginosas e vozes distintas de Helen Marnie e Mira Aroyo que idealizam um universo de esperança e otimismo, Time’s Arrow projeta um ambiente seguro para idealizar (“The Dreamers”, “Misery Remeber Me”).

LåpsleyCautionary Tales Of Youth
(Believe)

O terceiro álbum de Holly Lapsley Fletcher (a.k.a. Låpsley) é um reconhecimento íntimo, mas universal, ao trazer sentimentos que traduzem um rompimento amoroso (“Hotel Corridors”). Em Cautionary Tales Of Youth, a artista permite-se a ser eclética com sons – de afrobeats (“Dial Two Seven”) e música latina ao eletropop e R&B com sensibilidade pop ímpar – para desvendar uma jornada emocional sombria de um relacionamento desafiador desde o início obsessivo até as lutas mentais após o desfecho (“Smoke and Fire”) . O resultado é um trabalho emotivo e vulnerável, mas comovente e de redescobertas, sobre amor, perda e evolução. “Estou me sentindo bem e estou esperançosa / estou olhando para dentro e minha alma está cheia”, canta a artista em “32 Floors”, uma ode a um coração machucado e disposto a render-se a um novo relacionamento.

Biig PiigBubblegum
(Sony Music)

Jess Smyth (a.k.a. Biig Piig) lança a mixtape Bubblegum em que reflete sentimentos de solidão e confusão. Explorando uma gama de sons, que futuramente moldarão o registro de estreia, a artista traz elementos de hyperpop e drum ‘n’ bass (“Picking Up” com Deb Never), funky pop (“This Is What They Meant”), UK garage (“Kerosene”) e indie (“In The Dark”). Com um vocal discreto quase sussurrado, a garota compartilha um quadro íntimo de uma adolescente ansiando por descobertas, transparecendo positividade sexual e confrontando o caos do cotidiano.

John CaleMERCY
(Double Six/Domino)

Por quase 60 anos, ou pelo menos desde que ele era um jovem galês que se mudou para Nova Iorque e formou o The Velvet Underground, o músico John Cale vem reinventando-se com uma regularidade deslumbrante e inspiradora. MERCY, o primeiro álbum completo do artista em uma década, atravessa pelo verdadeiro tormento eletrônico em direção a canções de amor vulneráveis, reflexões (“NIGHT CRAWLING” inspirado nas andanças com David Bowie) e considerações esperançosas para o futuro com a ajuda de algumas das mentes jovens mais curiosas da música, como: Weyes Blood (“STORY OF BLOOD”), Animal Collective (“EVERLASTIN DAYS”), Tei Shi (“I KNOW YOU’RE HAPPY”) e Sylvan Esso (“TIME STANDS STILL”). Cale sempre buscou novas maneiras de explorar antigas ideias de alienação, mágoa e alegria. MERCY é uma descoberta radiante de uma mente inquieta.

Dave RowntreeRadio Songs
(Cooking Vinyl)

Dave Rowntree, o baterista do Blur, segue os passos dos colegas de banda e aposta no primeiro álbum solo. Produzido por Leo Abrahams (Brian Eno, Ghostpoet, Wild Beasts) e com orquestrações gravadas em Budapeste, Radio Songs é um disco sonoramente expansivo, mas também profundamente pessoal, com uma melancolia admirável. No álbum, aborda temas como relacionamento de longa distância (“1000 Miles”), ansiedade e tumulto interior (“Tape Measure”, com um som característico de uma trilha de Bollywood), a claustrofobia e senso de presságio sombrio (“HK”) e as experiências de crescer na Grã-Bretanha durante a incerteza econômica da década de 1970 (“Devil’s Island”). Radio Songs é um trabalho diverso, como uma série de estações disponíveis no dial, para Rowntree sair de trás da bateria e manifestar a múltipla identidade musical.

Jadu HeartDerealised
(VLF Records)

O terceiro álbum do duo Jadu Heart inspira-se no passado dos músicos e olha para o futuro. Em Derealised, Diva-Sachy Jeffrey e Alex Headford mergulham em assuntos como saúde mental – durante o bloqueio do COVID-19 -, examinando introspectivamente suas lutas através das lentes da esperança e do otimismo, em vez do desalento e do niilismo. Indie rock, shoegaze, pop (“You.Are”), sintetizadores planos, melodias claras de guitarras e os tons mais sombrios do registro anterior (Hyper Romance) servem para criar uma paisagem sonora ampla (“Blame”, “Glistener”) de melodias brilhantes (“I Shimmer”) e texturas sonhadoras (“Cocoon”). O álbum, uma viagem introspectiva a lugares irreais em nosso ser mais íntimo, é uma declaração musical de amor por aceitação e devoção. E com uma certeza irrefutável de que toda fase difícil é acompanhada por um novo começo auspicioso e positivo.

Ryuichi Sakamoto12
(Milan Records)

O músico, compositor e produtor japonês Ryuichi Sakamoto lança 12, uma coleção íntima de doze composições, escritas e gravadas em Tóquio durante um período delicado: a batalha contra o câncer ao longo de 2021-2022, enquanto melhorava após uma cirurgia. Cada título numerado refere-se à sua data de gravação. O resultado é um diário funesto e encantador, numa jornada de redescoberta através de sintetizadores sutis e pianos, com um som puro e direto da alma que poucos artistas conseguiriam proporcionar.