6 discos para ouvir hoje: Spector, TeaMarrr, Guided By Voices, O. e mais

Spector / Facebook

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Spector, Guided By Voices, TeaMarrr, O., merci, mercy e cabezadenego, Leyblack & Mbé.

SpectorHere Come The Early Nights
(Moth Noise)

A banda britânica Spector lança o quarto álbum de estúdio, Here Come the Early Nights, gravado em treze dias em Londres com o produtor Dimitri Tikovoi (The Horrors, Marianne Faithful, Placebo). Este é o primeiro álbum da banda com a sua formação completa atual, composta por Fred Macpherson, Jed Cullen, Nicolas Py e Jennifer Sanin. O material aborda temas como envelhecimento (“Room With A Different View”), relacionamentos íntimos (“Driving Home For Halloween”) e solidão (“Some People”), enquanto musicalmente incorpora uma variedade de influências, desde sonoridades dos anos 80 até indie do início dos anos 2000, passando por baladas de piano (“Here Come the Early Nights”) e pop punk (“Not Another Weekend”) com refrões cativantes e sonoridade coesa. O trabalho apresenta uma abordagem mais ponderada em comparação com os anteriores, destacando a maturidade de uma grupo com mais de 20 anos de carreira e integrantes que agora são pais de família. Sendo assim, o álbum talvez contenha a menor quantidade de canções de amor, embora as músicas tenham sido escritas com mais amor envolvido.

Guided by VoicesNowhere To Go But Up
(Guided by Voices)

Nowhere To Go But Up é o terceiro álbum de 2023 (e o trigésimo nono no geral) do Guided By Voices, apresentando uma aventura expansiva e selvagem. Com praticamente nenhum refrão, o grupo mostra-se audacioso e destemido ao lidar temas como mortalidade, a questão de quem assumirá seus lugares, críticas sociais e relacionamentos. Guitarras melódicas (“How Did He Get Up There?”) e baterias estrondosas (“Stabbing at Fractions”) coexistem com melodias power pop, indie rock e psicodélicas (“For the Home”), complementadas por tons de sinos e sons de cordas (“Love Set”) na mixagem polida que serve como cenário perfeito para as linhas vocais memoráveis de Robert Pollard (“The Race Is On, The King Is Dead”). Este trabalho destaca-se como uma das realizações mais completas do grupo, mostrando uma banda de rock em seu auge, que completa 40 anos de carreira. Apesar do grande número de lançamentos nos últimos anos, eles continuam entregando trabalhos sólidos com temas complexos.

TeaMarrrYou Should Prolly Sit Down For This
(Raedio)

A cantora de R&B TeaMarrr lança seu álbum de estreia, You Should Prolly Sit Down for This, apresentando uma narrativa profundamente pessoal e sem filtros de sua jornada pela vida e pela indústria da música. O álbum contém uma coleção de 13 faixas que revelam sua experiência abordando temas como saudade, saúde mental, abuso de substâncias, problemas de relacionamento, serenidade, autoamor e muito mais. Com uma sonoridade influenciada por lendas da música como Amy Winehouse, Rihanna e Lauryn Hill, a artista proporciona uma melodia distinta para cada emoção. You Should Prolly Sit Down For This conta com colaborações do duo de produtores Butta-N-Bizkit (John Legend, Kelly Rowland), além do compositor Sebastian Kole (Alicia Keys, Dua Lipa, Alessia Cara).

O.SLICE
(Speedy Wunderground)

O duo londrino O., composto pelo saxofonista barítono Joseph Henwood e pela baterista Tash Keary, lança seu primeiro EP, SLICE, pela Speedy Wunderground. Após o sucesso do single de estreia “OGO” no ano passado, o compacto apresenta quatro faixas que capturam os dois primeiros anos de existência da dupla, sob o olhar preciso do produtor Dan Carey (Wet Leg, black midi). As músicas exploram padrões pneumáticos de riffs e ritmos que combinam a visceralidade robusta do metal com a dinâmica de improvisação do jazz, do rock experimental e do underground. O disco inclui faixas como “Slice” (escrita após a dupla passar uma semana no Brasil) e “Grouchy”, que transformam saxofone e bateria em padrões caóticos, além de “Moon”, que serpenteia uma linha ágil no instrumento de sopro por diversos estilos de produção dub.

merci, mercyLike An Orchid
(Liberation Records)

A artista australiana de alt pop merci mercy lança o terceiro EP de estúdio, Like An Orchid, inspirado em um cartão desenhado à mão que seu namorado lhe deu, contendo um poema que dizia: “como uma orquídea, você floresceu”, algo muito fofo, conforme detalhado pela artista. As músicas exploram os pensamentos da cantora sobre temas importantes, abrangendo altos e baixos em relacionamentos (“Shovel”), autossabotagem (“Lonely & Horny”), ansiedades (“Silver Lining”) e todas as complexidades relacionadas à vida de uma jovem de vinte anos (“If You Had Any Friends”, que carrega riffs diligentes de guitarra que evocam The Strokes). A energia presente no trabalho de merci, mercy é única e resulta de um forte senso de espírito e emoção, com melodias cativantes e coloridas contrastadas por letras vulneráveis e confessionais com um toque autodepreciativo. Like An Orchid revela a evolução da jovem artista como compositora e intérprete desde que o público a conheceu, refletindo a clareza da expressão criativa que ela persegue e permite florescer.

cabezadenego, Leyblack & MbéMimosa
(QTV)

Mimosa é uma iniciativa do multiartista mineiro Luiz Felipe Lucas, também conhecido como cabezadenego, em colaboração com os beatmakers e produtores do Rio de Janeiro, Mbé e Leyblack. O projeto é um registro de arqueologia antropológica e musical que resgata a potência dos ritmos afro-brasileiros, desde o terreiro até o samba (destacando “Hmm”, como uma reformulação da clássica “Manhã de Carnaval” de Luiz Bonfá e Antônio Mariasua), passando pelo hip hop, drum ‘n’ bass e pelas diversas vertentes do funk carioca por meio de samples e construção sonora. Mesmo realizado a uma grande distância, durante a imersão em uma residência artística no Etopia Centro de Arte e Tecnologia em Zaragoza, Espanha, o resultado é um disco manifesto sobre a potência dos ritmos afro-brasileiros.