O rapper baiano Baco Exu do Blues apresenta o EP FETICHE através do seu próprio selo 999, em parceria com a Sony Music. Enquanto seu último álbum, QVVJFA?, abordava a dificuldade de entender, receber e oferecer afeto, FETICHE trata de paixão e desejo.
Segundo o artista, o desafio do projeto foi criar instrumentais suaves que permitissem ao público apreciar tanto a profundidade das letras quanto a musicalidade envolvente. Ele destaca que a delicadeza é uma marca rítmica do processo. Com FETICHE, Baco busca oferecer um novo olhar sobre sua imagem e a dos que se identificam com ele, valorizando todas as suas qualidades e evitando limitações a uma única característica
“Somos vistos como seres hipersexualizados, mas não somos vistos como seres bonitos. É como se fisicamente fôssemos maiores e melhores, mas só nesse lugar. Um simples desejo carnal que é imposto pra gente. Este álbum é uma defesa contra isso. Eu não aceito e nem quero abraçar as limitações impostas pela história. Quero estar no imaginário alheio por mais de um motivo, criando meu próprio espaço”, afirma o cantor e compositor.
Em “tanto inveja”, o artista expressa sua superioridade e confiança, destacando seu sucesso e estilo de vida luxuoso através de suas rimas seguras e uma sonoridade deslumbrante e sossegada, construída por um baixo, estalos e notas de piano. “piscina vazia” descreve uma relação apaixonada e intensa, marcada por atração e momentos de aventura e intimidade. “você foi a melhor” retrata uma relação intensa e sensual, onde pede à parceira que se acostume com ele e passe tempo juntos. “limão siciliano”, em parceria com Young Piva e uma atmosfera latina nos violões e palmas flamencas, celebra uma conexão singular e como dois amantes se complementam emocionalmente e fisicamente (“te entreguei meu sentimento / cada centímetro / você está sentindo / nada te falta”, canta), enquanto “pausa da sua tristeza”, com sua levada de afrobeats e sample de “Want U” de Clara La San, com vocais de Liniker, expressa um desejo de ser um refúgio para a tristeza da pessoa amada.
O compacto encerra com “sodade”, acompanhado de um sample de Nana Caymmi, que é um apelo emocional para que a pessoa amada não o esqueça, com versos como: “a solidão não vai esperar o meu perdão crescer / janelas para perfeição / meu sertão de você / quando o oceano sussurrar meu nome em teu ouvido / você cravejou lembranças em cristais de areia”.
Além do EP, um curta-metragem dirigido por Camila Cornelsen, gravado em São Miguel do Gostoso, Rio Grande do Norte, complementa o conceito artístico desenvolvido pelo artista.