7 discos para ouvir hoje: Jamie xx, Nelly Furtado, Bright Eyes, Joan As Police Woman e mais

Jamie xx / Laura Jane Coulson

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Jamie xx, Nelly Furtado, Bright Eyes, Joan As Police Woman, The Voidz, The WAEVE e Noga Erez.

Jamie xxIn Waves
(Young)

Quase uma década após o lançamento de seu álbum solo de estreia, In Colour, o produtor e músico britânico Jamie xx retorna com In Waves, um trabalho criado ao longo da pandemia. Durante o isolamento, o artista redescobriu sua paixão pela música dance, dando início a uma jornada sonora voltada para as batidas da pista de dança. O registro explora uma gama de emoções, desde a intensidade de viver na eletro house “Life”, com a participação da sueca Robyn, até a busca por conexão em “Waited All Night”, ao lado de seus colegas do The xx, Oliver Sim e Romy. “Dafodil”, com Kelsey Lu, a rapper John Glacier e Panda Bear (do Animal Collective), revive uma experiência romântica e mágica na mistura de dance e soul. In Waves captura o anseio por celebração e intensidade, seja em “All You Children”, com o The Avalanches e um sample do poema de Nikki Giovanni, ou na energética “Baddy On The Floor”, com Honey Dijon. O álbum se equilibra entre a melancolia e o êxtase, como em “Treat Each Other Right”, celebrando a conexão humana e o retorno à normalidade.

Nelly Furtado7
(Nelstar)

A cantora e compositora Nelly Furtado retorna após sete anos com seu álbum 7, que combina uma sonoridade contemporânea com elementos marcantes de sua discografia dos anos 2000. A faixa de abertura, “Showstopper”, traz um ritmo dançante e define o clima do álbum, seguida por “Corazón”, uma colaboração bilíngue com o Bomba Estéreo. Em “Love Bites”, parceria com SG Lewis e Tove Lo, as influências de house e eletropop são evidentes. O registro desacelera com baladas como “Floodgate” e “All Comes Back”, esta última contando com Charlotte Day Wilson e refletindo sobre revisitar o passado. Em “Better Than Ever”, Furtado compartilha suas experiências e processos de cura emocional. Apesar de explorar diversos estilos, o álbum mantém uma coesão firme, com faixas dançantes como “Ready For Myself” e “Take Me Down”, além do single “Honesty”. Em 7, Nelly demonstra sua versatilidade e evolução artística, explorando novos territórios musicais sem perder sua essência, reafirmando com confiança seu espaço no cenário musical.

Bright EyesFive Dice, All Threes
(Dead Oceans)

Five Dice, All Threes é um álbum intenso e delicado do Bright Eyes, combinando uma catarse coletiva com uma jornada pessoal. Após quase três décadas de carreira, a banda – composta por Conor Oberst, Mike Mogis e Nate Walcott – apresenta faixas que mesclam uma nova energia com seu estilo inconfundível. A produção é caracterizada por uma abordagem espontânea e vibrante, refletindo influências diversas e a maturidade dos músicos. “Bells and Whistles” é uma balada indie folk rock poderosa, típica da banda, que reflete sobre escolhas erradas e suas consequências emocionais e físicas. “Rainbow Pass” traz o som clássico do Bright Eyes com uma atmosfera punk folk e a colaboração de Alex Orange Drink, da banda The So So Glos. Já “All Threes” se destaca pelo piano com influência jazz e os vocais emocionantes de Cat Power, enquanto a melancólica “The Time I Have Left” destaca-se na participação de Matt Berninger, do The National. Com letras profundas e uma sonoridade rica e diversa, Five Dice, All Threes representa uma fusão entre o legado e o futuro do Bright Eyes.

Joan As Police WomanLemons, Limes & Orchids
(PIAS)

O álbum Lemons, Limes and Orchids, o primeiro desde a colaboração de Joan Wasser (a.k.a. Joan As Police Woman) com Tony Allen e Dave Okumu em The Solution Is Restless (2021), e seu primeiro trabalho solo com músicas inéditas desde Damned Devotion (2018), destaca a voz de Joan em toda sua grandiosidade, acompanhada por arranjos de piano e cordas. O disco conta com Me’Shell Ndegéocello no baixo, Chris Bruce na guitarra, Daniel Mintseris nos teclados, além dos bateristas Parker Kindred e Otto Hauser. Com letras que se assemelham a confissões de um diário, o álbum transita por referências de soul, jazz e pop. A faixa “The Dream” evoca uma sensualidade envolvente com sua sonoridade eletrônica, enquanto “Back Again” mergulha no soul e funk, trazendo à tona uma busca por reconciliação após um relacionamento turbulento, enquanto “Long For Ruin” mistura indie rock com soul alternativo. O álbum também flerta com o rock suave em “With Hope In My Breath” e incorpora influências de synthpop dos anos 80 em “Remember the Voice”, que conta a história de um amor que trouxe paz a uma vida agitada. Com temas que vão do amor à perda, refletindo sobre a confusão da vida e explorando a tensão entre apego e desapego, Lemons, Limes and Orchids se consolida como uma obra diversa e notável, reafirmando Joan As Police Woman como uma das figuras mais intrigantes e fascinantes da música pop.

The VoidzLike All Before You
(Cult Records)

Julian Casablancas explora uma vasta gama de gêneros em Like All Before You, o terceiro álbum de estúdio de seu projeto paralelo The Voidz, destacando sua habilidade melódica e vocais distorcidos. O disco inicia com “Overture”, que evoca um ambiente de enredo ficção científica, e segue com faixas como “7 Horses”, que mistura new wave experimental com toques de psicodelia e percussão lenta com influência de dub. Em “Flexorcist”, Casablancas traz uma sonoridade pop dos anos 80, marcada por sintetizadores etéreos e guitarras funk, em uma fusão que lembra New Order e Phoenix. Já em “Prophecy Of The Dragon”, a banda aposta em guitarras de inspiração metal, criando uma faixa atmosférica e potente. O resultado é uma produção eclética e ousada, que soa como a trilha de um videogame futurista com influências retrô, reafirmando o percurso único de Casablancas na música experimental ao equilibrar elementos clássicos e contemporâneos.

The WAEVECity Lights
(Transgressive Records)

O duo de art rock The WAEVE, formado por Graham Coxon (do Blur) e Rose Elinor Dougall (ex-The Pipettes), lança seu segundo álbum de estúdio, City Lights. Produzido por James Ford (Arctic Monkeys, Depeche Mode), o disco amplia a sonoridade do trabalho anterior , incorporando arranjos de cordas e instrumentos de sopro, com destaque para solos de saxofone de Coxon na faixa-título e em “Durantia”. O material celebra o amor que floresceu apesar das dificuldades enfrentadas pelo casal, explorando temas como a evolução do relacionamento, a experiência da paternidade e a busca de consolo em comportamentos autodestrutivos, como em “Broken Boys”. Canções como a intensa “You Saw”, que descreve uma jornada emocional, a balada “I Belong To…”, que transforma a tristeza em esperança com a chegada de alguém especial, e a delicada “Simple Days”, uma ode à maternidade, revelam um lirismo romântico e poético. A folk orquestrada “Song For Eliza May” homenageia o amor do casal por sua filha. Embora o disco comece com um tom de angústia, à medida que as faixas avançam, fica claro que os desafios apenas fortaleceram a conexão entre o casal, tanto no nível pessoal quanto musical.

Noga ErezTHE VANDALIST
(Neon Gold/Atlantic Records)

A cantora, rapper e produtora israelense Noga Erez lança THE VANDALIST, um projeto satírico e confessional que explora a vida tanto real quanto virtual. Com 16 faixas que mesclam rap e pop, além de influências que vão do jazz ao hip hop, passando pelo reggaeton em “AYAYAY” e pela bossa nova em “Mind Show”, o álbum se destaca pela produção refinada e faixas impactantes, repletas de sagacidade, charme e atitude. Expandindo seu alcance emocional, o registro transita entre o sedutor e o feroz, apresentando ainda mais ambição nas letras ágeis, nos estilos vocais diversos e na produção minuciosa, feita em parceria com seu colaborador Ori Rousso. O álbum também traz colaborações especiais, como Robbie Williams em “Danny”, Flyana Boss em “SAD GENERATION, HAPPY PICTURES” e Eden Ben Zaken em “GODMOTHER”. THE VANDALIST reafirma a capacidade de Erez de navegar por diferentes gêneros musicais sem perder sua essência provocadora e progressista, incorporando arranjos exuberantes de cordas e metais, ao mesmo tempo em que preserva sua autenticidade artística.