O australiano R. F. Coleman já trabalhou com arte, fotografia, cinema, televisão e escrevendo artigos para publicações como o New York Times, VICE e The Guardian. Mas nada mais justo do que conhecê-lo, mesmo que tudo possa parecer um grande relato de um contador de histórias (o que não é, pois conversamos com ele), através de um breve e excêntrico release.
“R. F. Coleman foi baleado, esfaqueado, envenenado com cianeto [durante a direção de ‘Fortitude’ – documentário que abrange nove anos incorporados à extrema-direita da Austrália – enquanto jogava sinuca com um neonazista] e deu um golpe em si mesmo. Agora, sua loucura e criatividade está canalizada exclusivamente para a música. Queria dar uma chance a si mesmo, recusou um contrato com uma grande gravadora (sim, estúpido, mas não a coisa mais estúpida que fez), é independente, sem gestão, marketing, gravadora, distribuição ou suporte de imprensa”.
É desse meio de vivências e mente entusiasta que apresenta o single de estreia “I Couldn’t Trust”. A faixa, produzida por Joshua Moriarty (do Miami Horror e Telenova) e Scott Horscroft (Empire of the Sun, The Presets), é um número encantador e delirante que funciona como uma congregaçao de Beck, MGMT e The Doors. Com uma batida funky pop, teclados que soam como baixos e riffs psicodélicos, R. F. Coleman canta de maneira afetiva sobre confiar em si mesmo depois de anos sentindo-se um merda.
O engenhoso videoclipe ilustra a batalha que R. F. Coleman teve com ele mesmo ao interpretar sete personagens distintos durante uma luta de boxe. Nela, apenas um deve ser exaltado como ganhador. A direção é assinada por Jonathan Dutton.