R. F. Coleman revela-se um conquistador nato, com muito groove, no EP de estreia

Chris Hillary

Nos últimos meses, o australiano R. F. Coleman compartilhou uma série de singles memoráveis. Agora, ele foca-se na promoção do EP de estreia, I Couldn’t Trust, produzido em colaboração com o amigo de longa data Joshua Moriarty (do Miami Horror e Telenova) e Scott Horscroft (The Presets, Empire of the Sun). Nas cinco faixas do EP, o artista apresenta uma fusão de gêneros que transitam pelo pop, funk, hip hop, new wave, R&B e psicodelia das décadas passadas para ilustrar seus contos mundanos de um personagem intrigante. E histórias para ele – que já escreveu para o New York Times e Guardian, foi baleado, esfaqueado e envenenado com cianeto – não faltam.

A faixa-título e single de estreia, “I Couldn’t Trust”, apresenta uma batida funky pop e teclados que soam como baixos e riffs psicodélicos para abordar a falta de confiança após anos se sentindo um merda. Em “Crazy For You”, temos uma viagem distorcida e hiperativa ao passado através do funk rock e estilo R&B, que evoca a era Midnite Vultures de Beck, com sons de trompetes, sintetizadores e drum beats para tratar de forma despretensiosa o que nos deixa malucos: a paixão.

Já o funky groove sereno de “Always Attractive” trata da sensação de ser um perdedor despreocupado atraído pelo jogo do amor. “Thought Disorder” traz ideias sem sentido após ter sido diagnosticado erroneamente com Distúrbio de Pensamento Acelerado (PSA), enquanto “Play Me Loud” é mais ponderada e charmosa, poderia ser incluída no repertório do Gorillaz, revelando uma essência mais reflexiva e melancólica para o projeto.

No seu trabalho de estreia, Coleman brilha justamente por mostrar-se um artista despretensioso, porém extremamente talentoso e cativante em cada melodia criada e letra cantada com algo especial a dizer.

O EP I Couldn’t Trust encontra-se disponível em todas as plataformas de streaming.