TOP 15 – Filmes de 2007

#01. Ratatouille

A receita de Ratatouille está no humor refinado da animação. O diretor Brad Bird (de Os Incríveis) tem em mãos uma boa trama com um roteiro charmoso, auxiliado de um visual parisiense praticamente real. A história do ratinho Remy, que sonha em ser um chef de cozinha, com o toque de Midas da Pixar transforma Ratatouille num clássico instantâneo.

#02. Maria Antonieta

A direção de Sofia Coppola e a atuação de Kirsten Dunst imprimem em celulóide a vida de Maria Antonieta com um lirismo pop original e naturalidade capaz de humanizar a figura da Rainha francesa sem a atmosfera de documentário perfeito do History Channel. A capacidade de transportar os temas e atualizar as figuras históricas caracteriza esse projeto único – vaiado em Cannes – que seduz principalmente o seu público jovem. É isso que Maria Antonieta é, uma jovem como qualquer menina comum. Destaque para a trilha sonora espetacular que vai de Bow Wow Wow a New Order.

#03. Grindhouse

Conclusão: À Prova de Morte e Planeta Terror não funcionam separadamente. A unicidade quebrada pelos intere$$es com o lançamento no Brasil, descaracteriza o projeto de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. A homenagem dos cineastas aos filmes de horror dos anos 70, traz uma Rose McGowan excepecional em Planeta Terror, enquanto que Rosario Dawson e Kurt Russell brilham no filme mais “menininha” do ano, À Prova de Morte.

#04. Pecados Íntimos

O diretor Todd Field revela a (im)perfeição do subúrbio neste filme baseado no romance de Tom Perrotta. Com atuações precisas e um narrador em off de efeito literário, este conto de auto-destruição e paixão desenha-se na intensidade de Kate Winslet e no falso moralismo dos moradores da cidade. É cutucar mais uma vez no american way of life, mas sem a tragicomédia de Beleza Americana.

#05. Viagem a Darjeeling

Wes Anderson volta às telas com a trama de três irmãos – interpretados por Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman – e uma viagem à Índia na tentativa de reaproximação após um ano da morte do patriarca. O filme encontra perfeição nas atuações de seus atores, mas um dos grandes momentos é de Brody numa das cenas mais impactantes do ano. É comédia bem sucedida, no melhor estilo refinado, de Anderson.

#06. O Hospedeiro

O Hospedeiro é um filme de monstro e pode lembrar momentos trash de Godzilla. Mas, é um bom filme de monstro que se sustenta de forma equilibrada na fórmula da comédia, da política e do drama familiar. A seqüência inicial, com o surgimento da criatura, é uma das coisas mais bem arquitetadas, no quesito de prender a atenção, e vale destacar os efeitos visuais aqui. Grude-se no sofá e sinta uma ar de novidade, mesmo quando tudo sobre filmes de monstro já foi feito.

#07. O Ultimato Bourne

Com uma edição aprimorada e um direção cuidadosa – com o domínio de Paul Greengrass – a terceira parte da série Bourne se torna um dos filmes de espionagem mais surpreendentes dos últimos tempos. É como fosse ligado na tomada no ínicio e desplugado apenas no final dos créditos. A tensão (na Estação de Waterloo) e as cenas de perseguições (como a do Marrocos) são um dos grandes atrativos desse filme de Ação com “A” maiúsculo. E Matt Damon parece o cara certo para o papel, não?

#08. Superbad – É Hoje

A diferença de Superbad – É Hoje entre várias fitas direcionadas ao público teen está no equilíbrio entre a naturalidade e humor escrachado. Sim, é sobre adolescentes que querem encher a cara e perder a virgindade o mais rápido possível. Mas além de tudo, é a despedida de uma fase de inocência.

#09. A Vida dos Outros

Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, A Vida dos Outros toma partida antes da queda do Muro de Berlim. A Stasi, polícia secreta a serviço dos comunistas, não deixa oportunidades para que exista espaço para a resistência. Mas, antes de qualquer relação histórica, a qualidade desse projeto é trabalhar as relações humanas e, a partir disso, desenvolvê-las em seus personagens.

#10. Garçonete

Conhecida pelo seu papel na TV como Felicity, Keri Russel exorciza os fantasmas do mundo televisivo e acerta em cheio em sua carreira cinematográfica com este delicioso Garçonete. Jenna é garçonete num restaurante local e descobre que está grávida. Mas, a sua felicidade é inexistente, pois não ama o marido controlador (e futuro pai da criança) com quem convive. Bacana é que cada tragédia pessoal na vida da protagonista acaba virando nome de uma torta, como a “Torta Não Quero o Bebê de Earl”.

#11. Paris, Te Amo

Paris, Te Amo é um filme coletivo sobre a cidade do amor e suas facetas. Com diretores e atores de prestígio, o grande desafio é apresentar em cinco minutos um encontro romântico, seja ele na comunicação ou na falta dela, com a Cidade Luz. Destaque para o curta de Alexander Payne com a competente Margo Martindale.

#12. Império dos Sonhos

Império dos Sonhos é pura bizarrice da cabeça maluca de David Lynch. Não importa se você entende ou não, se as peças não são mastigadas do início ao fim como no cinema convencional. Aqui, a perturbação toma forma na atuação fodástica de Laura Dern e na trilha sonora – com um desfecho excelente ao som de “Sinnerman” de Nina Simone.

#13. A Rainha

Stephen Frears apresenta os bastidores do palácio de Buckingham após a trágica morte da princesa Diana. O grande mérito do longa é a atuação premiada de Helen Mirren, dando o tom certo à crise existente na realeza. Outro destaque é o roteiro de Peter Morgan e a forma com que trabalha com inteligência e ironia os assuntos internos da família real.

#14. Nome de Família

O cinema de Mira Nair (Um Casamento à Indiana) preocupa-se com a identidade de seus personagens. E nesse Nome de Família, ela está na saga de uma família indiana aos Estados Unidos. O olhar delicado no contraste cultural, através das gerações, é um dos grandes méritos aqui. Pura sensibilidade num dos filmes mais esquecidos do ano.

#15. Dreamgirls – Em Busca de Um Sonho

Dreamgirls é meu guilty pleasure do ano (não é, Fabrício?). Não consigo ver a mesma beleza no insosso Hairspray – Em Busca da Fama. Um das grandes atrações desse musical é que suas canções, no melhor estilo Motown, ganham brilho e contagiam já na abertura. Mesmo com escorregadas ao longo de duas horas, as músicas soam extremamente marcantes, coisa que não acontece (ao menos comigo) na refilmagem do filme de Waters.