TOP 50 de discos de 2014 – # 11-20

#11. Caribou
(Our Love)

O Caribou, projeto refinado do canadense Daniel Snaith, disseca sua sonoridade anestesiada em loops vocais (“Our Love”) e beats matemáticos (“Mars”) num jazz groove eletrônico contemporâneo com visão pop avançada. Um apanhado de influências animadoras para aquecer corações gelados e carentes (“Second Chance” e “Your Love Will Set You Free”) como quando canta “where you gonna go without me tonight?” em “Silver”.

Dica de download: “Can’t Do Without You” ()


#12. Azealia Banks
(Broke With Expensive Taste)

Após anos de atrasado e brigas com sua antiga gravadora, Azealia Banks entrega o aguardado álbum de estreia e distribui confiança (“I could break ya nigga bone! Wanna bet bitch?” como canta em “Heavy Metal and Reflective”) para as inimigas. Do trap club “Ice Princess” (com sample certeiro de “In The Air” de Morgan Page), house noventista “Chasing Time”, mescla hip hop e salsa na bilíngue “Gimme a Chance”, surf rock “Nude Beach A Go Go” com o toque de Ariel Pink ao hit estourado “212”, Banks justifica o atrasado com distinção. “Imma be legendary when I end this”.

Dica de download: “Ice Princess” ()


#13. iamamiwhoami
(BLUE)

O projeto audiovisual synthpop iamamiwhoami, encabeçado pela sueca Jonna Lee na companhia do produtor Claes Björklund, lança o seu terceiro registro de estúdio. Com melodias etéreas e fantasiosas, ilustradas por narrativas complexas, BLUE soa mais acessível (“Chasing Kites”) que seus antecessores na onda de sintetizadores hipnóticos e enfeitiçados (“Ripple” e “Fountain”) que navegam pelo universo criativo e próprio do iamamiwhoami.

Dica de download: “Chasing Kites” ()


#14. Real Estate
(Atlas)

O Real Estate entrega seu Atlas envolvido de nostalgia em guitarras cativantes e relaxadas (“Crime”), melodias econômicas eficientes e vocal melancólico de Martin Courtney. Em suas histórias que vão de relacionamentos à distância (“Talking Backwards”) a um olhar indiferente para à própria juventude (“Past Lives”), a essência lo-fi da banda continua presente e a maturidade indie rock impressa em cada uma das composições.

Dica de download: “Talking Backwards” ()


#15. Lykke Li
(I Never Learn)

“My heart cracked, really loved you bad (…) never get you back”. I Never Learn é como uma ferida aberta no coração de Lykke Li. A conturbada vida amorosa da cantora dita cada uma das canções que vagam pelo limbo em melodias turvas em instrumentações apuradas e sensíveis. Baladas poderosas como “Never Gonna Love Again”, “Silver Line” e “No Rest For the Wicked” são cercadas de fragilidade, mesmo que isso custe a própria Li expor suas lamentações reais no vocal penoso.

Dica de download: “Gunshot” ()


#16. La Roux
(Trouble In Paradise)

A cantora/produtora Elly Jackson (a.k.a. La Roux) volta sem a companhia do parceiro Ben Langmaid, mas sem ficar abalada em Trouble In Paradise. O trabalho é envolvido de uma atmosfera setentista/oitentista na eletrônica e guitarras inspiradas em Nile Rodgers (“Sexotheque”), pop desenhado em David Bowie (“Uptight Downtown”) e clima de verão vintage (“Tropical Chancer”), junto a baladas repletas de decepções amorosas e sintetizadores orgânicos que se destacam no material.

Dica de download: “Sexotheque” ()


#17. Joan As Police Woman
(The Classic)

The Classic como o próprio título sugere segue uma linha clássica e vaga pelo tempo. Passeia pelo soul (em “Holy City” e na envolvente “Get Direct” com essência de “Sexual Healing” de Marvin Gaye no refrão), pelo “doo-wops” dos anos 50 (“The Classic”) e funk dos 70 (“Shame”) com pureza pop rock nostálgica sob o olhar de Joan Wasser (a.k.a. Joan As Police Woman).

Dica de download: “Holy City” ()


#18. Beck
(Morning Phase)

Morning Phase soa um retorno introspectivo em baladas acústicas e ricas orquestrações nos moldes do clássico Sea Change (2002) com um Beck mais maduro e otimista do que há dez anos. Nos passos de Nick Drake e Neil Young, o violão é o berço das melodias (“Blue Moon”) sem abandonar sutis inserções eletrônicas (“Wave”) nesta aventura folk espacial sentimental de melodias majestosas.

Dica de download: “Morning” ()


#19. Jungle
(Jungle)

O coletivo Jungle, liderado pelo duo de produtores J e T, promove um encontro polido entre eletrônica etérea, pegada soul, gingado funk e vocais que parecem sair de um ritual de uma tribo tropical (“Platoon”) e certa dose de TV on the Radio no que poderia ser facilmente uma trilha sonora reformulada de ‘Shaft’ (“The Heat”) ou ‘Os Embalos de Sábado à Noite’ (“Crumbler” e “Time”).

Dica de download: “Busy Earnin’” ()


#20. The Preatures
(Blue Planet Eyes)

O disco de estreia dos australianos do The Preatures é como um tesouro encontrado numa coleção de vinis guardada num porão. Seu rock setentista com sabor de nostalgia (“Whatever You Want” e “Is This How You Feel?”) e charme (“Ordinary” e “Two Tone Melody”) é confeccionado em guitarras soul pop arpejadas com a euforia do Fleetwood Mac e o vocal suave de Isabella Manfredi – como uma jovem Chrissie Hynde – em composições que transbordam energia (“Somebody’s Talking”).

Dica de download: “Is This How You Feel?” ()