TOP 50: os melhores discos de 2017

50. Toothless
(The Pace Of The Passing)

Ed Nash, baixista do Bombay Bicycle Club, arrisca-se em uma trajetória solo com o projeto Toothless por melodias polidas (“Palm’s Backside”), eufóricas (“Sisyphus”), acústicas (“Charon”) e instrumentações eletrônicas (“Party for Two”) na companhia de artistas como Tom Fleming, Marika Hackman, Liz Lawrence e The Staves. O resultado agrada os fãs da banda do músico e cativa novos.

Dica de download: “Sisyphus”


49. Willow
(The 1st)

Nas onze canções de The 1st, Willow demonstra amadurecimento musical em composições que abordam motes feministas, políticos (“Romance”) e as incertezas de uma jovem (“Lonely Road”) guiadas por melodias acústicas brandas com presença da cena folk e dos anos 90 vindos de Ani DiFranco e Alanis Morissette (“Human Leech”).

Dica de download: “And Contentment”


48. Niia
(I)

Niia emana luxúria no vocal aveludado e acalentado por melodias sedutoras, produzidas por Robin Hannibal (cara metade do Rhye), num material sofisticado em cordas refinadas, preciso em doses dramáticas (“Sideline”) e românticas (“Nobody”) em seu soul pop inspirado em Sade.

Dica de download: “Nobody”


47. Austra
(Future Politics)

Os canadenses do Austra questionam um futuro alienado em Future Politics através de seu manifesto musical de sintetizadores aprumados e o vocal teatral de Katie Stelmanis (“Utopia”) que clama por protestos generalizados para uma revolução (“Future Politics”).

Dica de download: “I Love You More Than You Love Yourself”


46. James Vincent Mcmorrow
(True Care)

True Care é uma coleção de melodias inspiradas em sintetizadores dos anos oitenta abraçadas por harmonias sombrias, eletrônica calorosa, afro-jazz “December 2914”, folk disco (“Thank You”) e baladas sublimes (“National”) contornadas de emoção no vocal manso de James Vincent Mcmorrow.

Dica de download: “National”


45. Lana Del Rey
(Lust for Life)

Há um otimismo em Lust for Life e sua identidade que estipula um novo capítulo na carreira de Lana Del Rey. A artista assente o seu universo musical e temático com liberdade para seguir seu pop inteligente, hedonista de batalhas internas e, agora também, político (“God Bless America and all the Beautiful Women in It” e “Coachella – Woodstock in My Mind”) como uma viagem pelas estradas dos EUA na companhia de grandes nomes como Stevie Nicks e The Weeknd na carona.

Dica de download: “Summer Bummer”


44. The xx
(I See You)

O minimalismo dos discos anteriores do The xx é preenchido por produções mais alinhadas e arrojadas do produtor Jamie xx, em sua coleção de samples (como Hall and Oates em “On Hold” e Alessi Brothers em “Say Something Loving”), sem perder a estética etérea e poética do grupo (“Brave For You”).

Dica de download: “A Violent Noise”


43. Jessie Ware
(Glasshouse)

Há vulnerabilidade pop nas composições de Glasshouse que caem como uma luva no vocal resistente de Jessie Ware num material íntimo (“Sam”) e acessível para ganhar as rádios em sua eletrônica soul (“Midnight” e “Your Domino”) fascinante.

Dica de download: “Midnight”


42. Queens of the Stone Age
(Villains)

O produtor Mark Ronson, conhecido por seus trabalhos com Amy Winehouse e Bruno Mars, repagina o rock encorpado e solto dos integrantes do Queens of the Stone Age para lavrar terrenos do pop com suas guitarras potentes e melodias inquietas (“The Way We Used to Do” e “The Evil Has Landed”).

Dica de download: “Head Like a Haunted House”


41. Ryan Adams
(Prisoner)

Em Prisoner, Ryan Adams documenta relações fracassas como uma ferida aberta em seu folk rock orientado pelos anos 80 (“Do You Still Love Me?”) numa série de composições influenciadas pelo fim de seu casamento com Mandy Moore.

Dica de download: “Doomsday”


40. Fleet Foxes
(Crack-Up)

A quietude no folk campesino e selvagem do Flet Foxes é envolvida pela veia dramática de Robin Pecknold para entoar sua calamidade súbita em versos desesperançosos (“If You Need To, Keep Time on Me”), explorar conflitos pessoais e mitologias (“Cassius, –”).

Dica de download: “Third of May / Ōdaigahara”


39. Charli XCX
(Number 1 Angel)

Em Number 1 Angel, Charli XCX segue o caminho do EP Vroom Vroom com R&B noventista e pop futurista da PC Music (“Blame It On You” e “ILY2”) na companhia de produtores como A.G. Cook, SOPHIE e Danny L Harle.

Dica de download: “ILY2”


38. The War on Drugs
(A Deeper Understanding)

O rock magnético do The War on Drugs compila influências (vindas de Bruce Springsteen) em percussões aceleradas, sintetizadores precisos e solos expressivos de guitarras para Adam Granduciel cantar sobre abandono e repensar seus sentimentos.

Dica de download: “Holding On”


37. Paramore
(After Laughter)

Em seu quinto disco de estúdio, o Paramore entrega-se ao pop colorido e ensolarado com uma guinada new wave (“Rose-Colored Boy”) e amadurecimento lógico envolvido de esperanças (“26”) de uma banda desamarrando-se do rótulo punk/emo.

Dica de download: “Grudges”


36. The New Pornographers
(Whiteout Conditions)

O The New Pornographers mantém sua habilidade powerpop exaltada em guitarras potentes, sintetizadores grooves e percussão iminente em melodias primordiais na química infalível (em “Whiteout Conditions” e na política “High Ticket Attractions”) nos vocais de A.C. Newman e Neko Case.

Dica de download: “High Ticket Attractions”

35. Zola Jesus
(Okovi)

Okovi é traçado pelo pop gótico e elementos industriais (“Exhumed”) junto ao vocal penoso e potente de Zola Jesus em composições amarguradas (como o suicídio de um amigo em “Siphon”) que parecem sair de um filme de horror (“Soak”).

Dica de download: “Wiseblood”


34. Alt- J
(Relaxer)

Relaxer é um disco curto, totalizando oito faixas, para o Alt-J continuar estendendo seu som criativo e orgânico em canções que ecoam uma saga ritualística (“3WW”) de ápice contemplativos (“Pleader”) e hostilizantes (“In Cold Blood”).

Dica de download: “3WW”


33. Laura Marling
(Semper Femina)

A parceria de Laura Marling com o produtor Blake Mills (Alabama Shakes e Fiona Apple) resulta num álbum conciso ao mover-se por sonoridades do folk, country e blues em composições levadas pela perspectiva feminina num universo íntimo desolado e de embates.

Dica de download: “Nothing, Not Nearly”


32. Ibeyi
(Ash)

O segundo disco de estúdio das irmãs Diaz funciona como uma série de mantras poderosos nos sons tribais, percussão crescente, mistura de eletrônica e elementos tradicionais na companhia de nomes como Chilly Gonzales, Me’Shell Ndegéocello, Mala Rodriguez e Kamasi Washington.

Dica de download: “Me Voy”


31. Amber Coffman
(City of No Reply)

Amber Coffman vem comum pop jubiloso e nostálgico em sua estreia solo, após sua saída do Dirty Projectors e com a ajuda do ex-colega/namorado Dave Longstreth na produção, em guitarras e baixos funky para cantar de maneira prazerosa temas como anseios e amores perdidos (“No Coffee”).

Dica de download: “If You Want My Heart”


30. Drake
(More Life)

More Life coleciona uma série de novos clássicos (“Passionfruit” e “Get It Together”) como Drake merecia após o sucesso estrondoso de “Hotline Bling” e “One Dance”. Sua combinação de estilos passa pelo house, trap, afropop e dancehall ao lado de convidados estrelares (de Kanye West a Sampha) e samples inveterados (de Jennifer Lopez a Lionel Richie).

Dica de download: “Get It Together”


29. Grizzly Bear
(Painted Ruins)

O Grizzly Bear aprimora o seu indie pop com frações de funky (na caótica “Aquarian”) e eletrônica (“Three Rings”) nas suas melodias intrincadas e puras como uma pintura ambiciosa e equilibrada abastecida por todas as cores possíveis de uma paleta.

Dica de download: “Mourning Sound”


28. LCD Soundsystem
(American Dream)

Após um hiato de seis anos, o LCD Soundsystem ainda consegue nos animar nas pistas de dança com suas suas melodias dançantes contrastadas pelo peso de suas letras angustiantes (“I Used To”) e de caráter político (“Call The Police”).

Dica de download: “Tonite”


27. Dirty Projectors
(Dirty Projectors)

O projeto de Longstreth, conhecido por sua eletrônica intimista com soul pop excêntrico, revela instantes de pura infelicidade (“Keep Your Name”) para sanar sua separação de Amber Coffman e amornar com criatividade (como na envolvente tropical “Cool Your Heart”, co-escrita por Solange) seu caleidoscópio emocional.

Dica de download: “Keep Your Name”


26. Moses Sumney
(Aromanticism)

Como uma mescla de Sufjan Stevens e Solange, o músico Moses Sumney balanceia seu vocal soul aveludado com beats minimalistas, cordas arranhadas em um violão e instrumentações graciosas numa série de preces românticas que ferroam a alma (“Indulge Me” e “Quarrel”) dos que vivem as ilusões do amor (“Plastic”).

Dica de download: “Indulge Me”


25. Father John Misty
(Pure Comedy)

Os contos de Father John Misty em Pure Comedy, de supostas noites de amor com Taylor Swift (em “Total Entertainment Forever”), histórias de humor negro e tons confessionais (“Leaving LA”), revelam uma persona cômica e amargura nas composições apocalípticas e embaladas por melodias genuínas de instrumentações setentista e aura de um Elton John hodierno.

Dica de download: “Total Entertainment Forever”


24. Björk
(Utopia)

Utopia marca uma temporada de recomeços na vida de Björk. A depauperação do álbum Vulnicura é um paralelo direto com este em que a islandesa irradia paz (“Blissing Me”) e desprende-se para progredir em uma nova jornada (“Features Creatures”) num paraíso multicolorido de flautas, sons de pássaros (“Arisen My Senses”), corais e harpas na companhia do produtor Arca.

Dica de download: “Blissing Me”


23. Tyler, The Creator
(Flower Boy)

Flower Boy é um marco na carreira de Tyler, The Creator e uma antítese em relação aos trabalhos anteriores. Se antes suas letras ganhavam a cena com argumentos controversos, Flower Boy revela um artista maduro ao expor temas como depressão, solidão, sexualidade (“Garden Shed), fama (“Where This Flower Blooms”) e amizades de maneira evasiva. A produção do próprio Tyler é aprimorada, deixando a antiga veia amadora silenciada, para enriquecer o disco com acordes de piano com levada jazz e qualidade neo soul.

Dica de download: “Boredom”


22. The National
(Sleep Well Beast)

Com seu rock melancólico de promessas românticas (“Carin at the Liquor Store”) e politizado (“The System Only Dreams in Total Darkness”), o The National aceita o desafio de limar sua sonoridade com elementos eletrônicos e novas possibilidades.

Dica de download: “The System Only Dreams in Total Darkness”


21. Tei Shi
(Crawl Space)

Em seu trabalho de estreia, a cantora e compositora Valerie Teicher (a.k.a. Tei Shi) flerta com sintetizadores morosos, riffs frouxos, melodias R&B dançantes e referências dos anos 90 com seu vocal charmoso (“Keep Running”) em composições sobre amores destrutivos (“How Far”) de maneira deslumbrante e rememorando suas origens latinas (“Como Si”).

Dica de download: “Say You Do”


20. Sampha
(Process)

O produtor e cantor Sampha faz sua estreia com Process, um buquê de composições intimistas (“(No One Knows Me) Like The Piano”) e jornadas sombrias (“Blood On Me”) montadas em beats elaborados (“Incomplete Kisses”), eletrônica cuidadosa e o vocal soul aprimorado (“Take Me Inside”) do artista.

Dica de download: “(No One Knows Me) Like the Piano”


19. Perfume Genius
(No Shape)

A sensibilidade nas orquestrações esplêndidas (“Choir” e “Slip Away”) e o vocal flutuante de Mike Hadreas (a.k.a. Perfume Genius) nas produções de No Shape soam como um cenário para os sonhadores e apaixonados (“Just Like Love”) numa peça teatral de um artista que soa como uma variante de Kate Bush (“Go Ahead”).

Dica de download: “Slip Away”


18. Charli XCX
(POP 2)

Se em Number 1 Angel, Charli graceja com o universo da PC Music, em POP 2 ela se entrega por inteira e calibra seus bangers alucinantes (“I Got It”), pop borbulhante (“Unlock It”) e exagera nos vocais robóticos na companhia de amigas como Carly Rae Jepsen, Caroline Polachek (do Chairlift), Brooke Candy, e Pabllo Vittar.

Dica de download: “Out of My Head”


17. Wolf Alice
(Visions of a Life)

Em Visions of a Life, o Wolf Alice sofistica o seu grunge rock e explora terrenos do synthpop (“Don’t Delete the Kisses”) e peculiaridades do punk (“Yuk Foo”) auxiliados pela qualidade vocal, com influência impaciente dos anos 90, de Ellie Rowsell que encontra beleza no caos (“Planet Hunger”).

Dica de download: “Don’t Delete the Kisses”


16. Nicole Atkins
(Goodnight Rhonda Lee)

Em Goodnight Rhonda Lee, a talentosa Nicole Atkins atina sua veia clássica e circunvaga pela Motown (“Sleepwalking”), country (“Goodnight Rhonda Lee”), baladas noir (“A Night of Serious Drinking”) e pop (“A Little Crazy”, co-escrita por Chris Isaak) delineadas por letras de tom confessional e sem rodeios (“Colors”).

Dica de download: “Brokedown Luck”


15. Feist
(Pleasure)

Com o caráter caseiro e simplista, os acordes sólidos de guitarra, percussão envolvente e o vocal brando de Feist perdem-se no caos emocional, melódico pop rústico e limites emocionais das composições de Pleasure.

Dica de download: “Any Party”


14. Charlotte Gainsbourg
(Rest)

Em Rest, Charlotte Gainsbourg encontra-se musicalmente – pela primeira vez escreve suas letras – numa declaração que entoa temas como infância (“Dans vos airs”), luto (“Kate”) e o fardo do nome Gainsbourg na produção atilada de SebastiAn e sua combinação de synthpop, hip hop, psicodélica e new wave francesa.

Dica de download: “Deadly Valentine”


13. Jacques Greene
(Feel Infinite)

Em sua estreia, o produtor Jacques Greene faz música eletrônica dançante para tocar a alma humana (“Feel Infinite”) com euforia das raves (“Real Time”), vocais R&B (“True”) que tremulam em suas produções energéticas (“You Can’t Deny” com sua batida house) de sensações e ritmos sortidos.

Dica de download: “True”


12. Sevdaliza
(Ison)

Ison flutua cuidadosamente em sua paleta de influência vindas do trip hop, industrial, R&B e dubstep para colorir suas melodias sombrias e sensuais. Com sua sonoridade impulsiva e vocais sussurrados que remetem obras de FKA twigs, Tricky e BANKS, Sevdaliza embarca numa jornada para descobrir sua identidade e desafiar o mundo em que habita refletindo medos e sentimentos ilimitados.

Dica de download: “Libertine”


11. Kelela
(Take Me Apart)

Os vocais R&B dos anos 90 (“Frontline” e “Waitin”) e a favorecida produção eletrônica sedutora (“Blue Light”) arquitetam a tensão de aventuras amorosas de Kelela em sua estreia Take Me Apart. A jornada de términos, solidão, medos e esperanças é acalentada pelo som atmosférico futurista e urbano (dubstep, trap, hip-hop e drum and bass) para retratar os estágios de uma relação que caminha para o fim em busca de cicatrizar um coração despedaçado.

Dica de download: “LMK”


10. JAY Z
(4:44)

Calcado em uma série de críticas sociais, 4:44 soa como uma resposta a Lemonade para o rapper ponderar fama, matrimônio e experiências como um homem negro bem sucedido na América. “Kill Jay Z” relembra a briga com Solange num elevador e as tretas com Kanye West, em “4:44” sugere traições durante o casamento e em “Moonlight” critica a indústria do entretenimento em versos como “nós estão presos em ‘La La Land’, até quando nós ganhamos, nós iremos perder” fazendo referência à confusão durante à entrega do Oscar de Melhor Filme e a direção que a cultura toma.

Dica de download: “Smile”


09. Julien Baker
(Turn Out the Lights)

As melodias serenas de Turn Out the Lights, acentuada por instrumentações para acompanhar o piano e as guitarras acústicas, revelam uma alma transtornada no vocal cristalino de Julien Baker que explora temas como sexualidade, pensamentos suicidas (“Claws in Your Back”), batalhas pessoais (“Shadowboxing”), abuso de drogas (“Happy to Be Here”) e relações frustantes (“Sour Breath” e “Appointments”).

Dica de download: “Appointments”


08. Aimee Mann
(Mental Illness)

Estrelas de Hollywood decadentes (“Patient Zero”), pessoas com problemas com a bebida (“Philly Sinks”), pacientes psiquiátricos (“Lies of Summer”) e bipolares (“Rollercoasters”) pautam as melodias folk pop gentis de Aimee Mann e seu talento estupendo de conceber crônicas musicais peculiares para divagar a complexa mente humana.

Dica de download: “You Never Loved Me”


07. Fever Ray
(Plunge)

Após oito anos, o extravagante Fever Ray, projeto solo de Karin Dreijer (do The Knife), volta com o segundo disco de estúdio e estende sua identidade musical. A eletrônica esquizofrênica com nuances de ameaça em seus sintetizadores pavimentam o caminho para Dreijer manifestar sua visão de sexo e prazeres (“Mustn’t Hurry”), com fervor político (“This Country”), em composições de índole anárquica.

Dica de download: “IDK About You”


06. Juana Molina
(Halo)

A cantora e compositora argentina Juana Molina aventura-se com seu folk virtuoso, de timbres acústicos e eletrônicos, em melodias selvagens (“Cosoco”) e umbrosas (“Paraguaya”) para idealizar um universo de maldições (“Lentísimo”) e devaneios como um Radiohead em espanhol.

Dica de download: “Cosoco”


05. St. Vincent
(Masseduction)

Annie Clark (a.k.a. St. Vincent) colore o seu art rock inventivo de guitarras distorcidas com elementos technicolors do eletropop oitentista (“Sugar Boy”) e melodias com ares setentistas (“Smoking Section”), como uma estrela pop do futuro em uma viagem ao passado, em letras honestas, inteligentes e emotivas sobre poder e sedução.

Dica de download: “Masseduction”


04. Aldous Harding
(Party)

A cerimônia sombria de emoções, paixões e paranoias da neozelandesa Aldous Harding evoca nomes como Vashti Bunyan, Nico, Kate Bush e Joni Mitchell em sua voz versátil e melodias construídas em guitarras acústicas generosas, acordes lentos ao piano e percussão empoeirada. A produção alinhada do registro é de John Parish, parceiro de longa data de PJ Harvey.

Dica de download: “Imagining My Man”


03. SZA
(CTRL)

Sintetizadores ambientes, batidas trap, pop disco (“Prom”), força do hip hop e sensibilidade R&B com uma levada condoída de Frank Ocean permitem SZA brilhar em seu confessional CTRL. Em um repertório de composições poéticas (“20 Something”), sensuais (na ode ao sexo de “Dove in the Wild” com Kendrick Lamar), de amor próprio (“Love Galore” com Travis Scott) ou de relacionamentos despudorados (“The Weekend”), a artista revela um futuro promissor em seu material de estreia.

Dica de download: “Prom”


02. Lorde
(Melodrama)

Grandes obras artísticas nascem de traumas. No caso de Lorde, uma desilusão amorosa. Mas, ao invés de jogar-se ao fundo do poço, a garota encontra uma forma de sair da fossa em melodias libertadoras (“Green Light” e “Supercut”) e obtém um impulso dentro de si para transformar-se num furacão de dramas (“Homemade Dynamite”) ao dar voz à uma geração (“Hard Feelings/Loveless”) auxiliada pela co-produção astuta de Jack Antonoff.

Dica de download: “Supercut”


01. Kendrick Lamar
(DAMN.)

Mais uma vez, o garoto de Compton leva o hip hop à outra patamar. Kendrick Lamar eleva suas produções vagarosas, cercadas de temas políticos (com um olhar direcionado à América em “XXX.” com o U2), violentos, espirituais e pessoais (“DNA.”) na qualidade inquieta e filosófica de suas rimas afiadas auxiliadas pela sonoridade old school e moderna. DAMN. é o evangelho artístico e musical de Kendrick.

O disco inda conta com contribuições calibradas de Mike WiLL Made-It, do grupo canadense BADBADNOTGOOD (“LUST.”), Rihanna (dividindo os versos em “LOYALTY.”), KAYTRANADA (autotune em “LUST.”), da cantora Anna Wise (“PRIDE.”), do produtor Greg Kurstin (“LOVE.”), James Blake (na produção de “ELEMENT.”).