A habilidade da cantora e compositora Asa de criar histórias sinceras, cantadas em inglês e iorubá (língua falada no sudoeste da África, principalmente na Nigéria), tornaram-a em uma das artistas mais provocantes de sua geração.
Após cinco anos de hiato, a artista retorna com o álbum Lucid, trabalho em que supera o fim de um relacionamento intenso e detalha o processo na obra.
Lucid é sobre o amor em suas diferentes formas. Asa rejeita a ladainha do romance tão frequentemente cantado para simplificar o amor de uma maneira que ainda mantém intactas suas complexidades. Ela não apenas canta o sentimento, mas sacia a fome humana de descrever uma emoção que é tão comum, mas incompreendida.
Confira a conversa exclusiva da artista com o TECOAPPLE.com:
Teco Apple: Hey Asa, estamos muito felizes de entrevistar você. Você pode se apresentar e seu estilo musical em poucas palavras?
Asa: Ótimo conversar com vocês. Meu nome é Asa, eu sou uma artista, cantora da Nigéria. Minha música é pop, folk.
Fazem cinco anos que você lançou seu último disco de estúdio. O que você fez durante esse período?
Bem, eu estive vivendo uma vida normal e escrevendo. Estive em turnê por 2 anos, iniciada em 2014. Não queria ter pressa de voltar para o estúdio de imediato após a última turnê.
Vamos falar sobre o novo disco, Lucid. Houve uma ideia em especial para criá-lo?
Não houve um processo especial na composição, eu escrevi como sentia que deveria ser. Não me ocorreu até a hora de gravar, que eu estava escrevendo sobre amor e todas as suas complexidades.
Por que o título do novo disco é Lucid?
É claridade para mim. Depois de uma fase na minha vida, encontro claridade.
O quanto o seu trabalho é ficcional? E o quanto é pessoal?
(Risos) Eu oscilo entre ficção e realidades. Às vezes, as mensagens são um pouco ofuscadas. Mas, a maioria das minhas canções começam de um lugar real para seguirem suas próprias vidas. Elas se tornam o que você quiser que elas sejam.
Sendo assim, “The Beginning”, o primeiro single, podemos dizer que é um canção sobre o fim de uma relação e que nos desperta um novo começo?
Não diria que é uma canção sobre términos. Pelo contrário, é sobre o que eu deveria ter dito e nunca o fiz.
O que aprendeu sobre você durante a produção de Lucid?
Eu aprendi a ter muita calma, sem precisar me apressar no processo.
Como se sente ao escrever temas pessoais para o mundo inteiro ouvir?
Eu lutei tanto com isso. Cresci engarrafando muitos dos meus sentimentos, minha infância foi muito estrita, e a música também foi uma saída, mas nunca me abri muito. Lucid foi a primeira vez que me permiti mais vulnerabilidade. Estou me acostumando a me abrir.
Nos conte sobre a faixa “Murder In The USA”.
“Murder In The USA” foi inspirada em um documentário. Sou grande fã de documentários, adoro ótimos documentários. Eu não conseguia entender porquê alguém poderia cometer um crime passional por uma razão banal, mas sim, simpatizo. Eu sei que não deveria, é complicado.
Quem são as pessoas que te inspiram?
Em Lucid, eu fiquei de olho em artistas como os Beatles no estilo de composição, Miriam Makeba, Tina Turner e Lenny Kravitz.
Se você tivesse a tarefa de montar uma girlband, quais outros três membros você escolheria?
Elas precisam ser famosas? Estou me batendo aqui para escolher. Minha amiga Mayra Andrade, Beyoncé, então cantaríamos menos e seríamos animados por ela. Se eu escolher a Posh Spice das Spice Girls, teríamos que esperar muitas horas para os ensaios.
Planos de visitar o Brasil em breve?
Eu amo o Brasil! Eu mal posso esperar para voltar em 2020.
E por último, como de costume, o que você está escutando nos seus fones nesses dias?
Estou ouvindo James Blake, Lucid e Jamie Woon.