Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Squid, Alfie Templeman, Iceage, Weezer, Hooverphonic, Ashe, Fickle Friends e Sufjan Stevens.
• Squid – Bright Green Field
(Warp Records)
Bright Green Field, o disco de estreia do Squid e produzido por Dan Carey (Black Midi, Fontaines DC), é um choque caótico de influências e que ultrapassa os limites de gênero. Há tendências de pós-punk (“Narrator”), math rock, motorik (“Paddling”), funky (“G.S.K.”) e avant rock (“Documentary Filmmaker”) num combo caótico de guitarras ressoantes, percussão não convencional, sintetizadores zumbidos, saxofones e coros distorcidos. Um registro para externar o alvoroço do nosso mundo em composições que ilustram a perturbação de alienação da vida moderna, memórias não resolvidas da juventude, distopia e globalização.
• Alfie Templeman – Forever Isn’t Long Enough
(Chess Club)
Alfie Templeman revelou-se não apenas uma sensação indie pop nos últimos anos, mas uma satisfação ao gênero. O jovem, de apenas 18 anos, lança o mini-álbum Forever Isn’t Long Enough, uma prévia do que se pode esperar do registro de estreia, comprovando seu refinamento pop que declara ser um misto da “sensação entre Rumors, do Fleetwood Mac e Currents, do Tame Impala“. Há momentos de pura inspiração (“Wait, I Lied”) e outros de genuinidade (“Everybody’s Gonna Love Somebody”, “One More Day”) num encontro de bedroom pop com hip hop, funky, disco e frescor juvenil.
• Iceage – Seek Shelter
(Mexican Summer)
Uma década depois de seu primeiro álbum, os dinamarqueses do Iceage continuam a dirigir suas vidas e reinventar-se por meio da música. Para a história da salvação de Seek Shelter, as composições do grupo adotam estruturas convencionais de forma mais visível do que no passado e resgatam sons dos Rolling Stones, Primal Scream, Nick Cave e atos britpop. Tal como aconteceu com todos os registros anteriores, Elias Bender Rønnenfelt se afastou por um período de semanas e escreveu as letras do álbum em um único take. Aqui, suas composições alcançam grandes alturas construindo um retrato sombrio sobre violência, afetos (“The Holding Hand”), crises mundanas (“Gold City”), drogas e rancores (“Love Kills Slowly”).
• Weezer – Van Weezer
(Atlantic Records)
Van Weezer é o 14º álbum de estúdio do Weezer. A inspiração para este trabalho vem das raízes mais profundas do Weezer: metal. No disco, a banda expõe a sua admiração por obras de Kiss, Black Sabbath, Van Halen, Rush, Slayer e Metallica. É uma homenagem aos grandes atos do gênero dos anos 80 e criada em guitarras virtuosas cingidas de nostalgia. A última vez que essa veia de hard rock foi explorada pela banda foi em Maladroit (2002). A produção afiada e descomedida é de Suzy Shinn (Panic! at the Disco).
• Hooverphonic – Hidden Stories
(Universal Music)
O Hooverphonic, conhecido por sua mistura de música eletrônica com elementos de pop, trip hop e ambiente, lança Hidden Stories com a volta da icônica cantora Geike Arnaert após doze anos de seu afastamento. É um disco cativante que trafega pela música pop (“Lift Me Up”), exagera de arranjos de cordas graciosos (“A Simple Glitch of the Heart”), raízes do anos 60 (“Thinking About You”). Um trabalho completamente contemporâneo em melodias e letras melancólicas que caberiam no cinema de David Lynch (“If You’d Really Know Me”) e influenciadas pela obra de Ennio Morricone (“Full Moon Duel”).
• Ashe – Ashlyn
(Mom+Pop)
O álbum de estreia de Ashlyn Rae Willson (a.k.a. Ashe) conta com 14 canções profundamente pessoais com letras que retratam honestamente os próprios destroços emocionais da artista, infundidos com um equilíbrio delicado de sensibilidade onírica e percepções reais (“Save Myself”, “Me Without You”). Musicalmente, ela constrói sinfonias elaboradas em torno de suas revelações mais íntimas, apresentando elementos de tudo, desde pop orquestral, rock dos anos 70 e canções de piano, com acenos de influências como Carole King, Elton John, ABBA e The Beach Boys.
• Fickle Friends – Weird Years: Season 2
(Cooking Vinyl)
O retorno do Fickle Friends no início deste ano foi o renascimento da banda com seu EP apropriadamente intitulado Weird Years: Season 1. Na segunda parte do projeto, a banda eleva seu pop com um som pulsante em sintetizadores cintilantes, refrões cativantes e letras expõem emoções altamente vulneráveis (“Not in the Mood”).
• Sufjan Stevens – Convocations
(Asthmatic Kitty)
Convocations, projeto instrumental em cinco volumes de Sufjan Stevens, chega em sua forma final com a parte Incantations. O registro serve para homenagear o pai e que morreu apenas dois dias após o lançamento do álbum The Ascension. O material é um retrato melódico sinistro e introspectivo da dor do artista através de sintetizadores ruidosos e sons etéreos numa espécie de busca por conforto emocional.