7 discos para ouvir hoje: WILLOW, Linn da Quebrada, Clairo, Rodrigo Amarante e mais

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: WILLOW, Linn da Quebrada, Clairo, Rodrigo Amarantes, Chet Faker, John Mayer e Pop Smoke.

WILLOWlately i feel EVERYTHING
(Roc Nation)

WILLOW resgata referências juvenis e heróis da música para entregar um trabalho envolvido de nostalgia emo e pop punk do início dos anos 2000. Os vocais da artista ajustam-se perfeitamente com a teatralidade que o gênero exige e entrega o álbum mais pessoal da carreira. São números sobre autoconfiança (“Lipstick”), relacionamentos temporários (“4ever”) e medos existenciais excedidos por uma injeção de adrenalina (“¡BREAKOUT!”) – ou em momentos mais calmos (“naïve”) – que permitem a garota brilhar. Destaque para o rap rock “XTRA” com Tierra Wack e o pop punk “G R O W” com Avril Lavigne e Travis Barker.

Linn da QuebradaTrava Línguas
(Natural Musical)

Trava Línguas é um renascimento e amadurecimento artístico para Linn da Quebrada. É diferente do disco de estreia (Pajubá), mas na discordância há coisas que se repetem nos experimentos. Há uma congregação de elementos eletrônicos (“mate & morra”, “onde”) com guitarras, trompetes, pianos (“I míssil”, “tudo”) que costuram as novas composições. O jogo de palavras e a poesia política e contestadora alcançam um novo patamar ao explorar uma MPB legítima (“medrosa – ode à Stella do Patrocínio”). Entre as convidadas aparece nomes como Ventura Profana, com quem a artista divide “Eu Matei o Júnior”, e Luísa Nascim, da banda Luísa e os Alquimistas, em “Dispara”.

ClairoSling
(Fader/Republic)

Se no disco de estreia (Immunity), Clairo apostava num bedroom pop multicolor, a chegada do produtor Jack Antonoff (Taylor Swift, St. Vincent) reforma o quarto da garota com um pop vintage sofisticado e plácido com cordas brilhantes, sons de sintetizadores, instrumentos de sopro, pianos e violão. Sling soa como um disco de confissões, com o caráter das composições de Elliott Smith (“Zinnias”) com o universo musical de Carole King e Joni Mitchell, para a jovem esplandecer a transição para a vida adulta em canções sobre desilusão com a fama, a indústria da música (“Blouse” com Lorde), amores (“Little Changes”) e encontrar um lugar no mundo (“Management”).

Rodrigo AmaranteDrama
(Polyvinyl Records)

Drama, o segundo trabalho em carreira solo do cantor e compositor Rodrigo Amarante, é propositalmente caricatural (“Drama”), atmosférico e cinematográfico (“The End”) nos floreios orquestrais. As melodias inspiradas pelo samba (“Eu Com Você”), bossa nova, pop, jazz e trilhas sonoras do anos 60 são implicadas por uma brisa romântica peculiar (“Tango”). As músicas são abastecidas de sensibilidade (“Maré”, “Tao”) através da produção primorosa e dramatúrgica estampada nos ritmos, vozes e instrumentos notáveis.

Chet FakerHotel Surrender
(Details Records/BMG)

O músico australiano Nick Murphy ressuscita o projeto Chet Faker, abandonado em 2016, e apresenta o primeiro disco em sete anos. As letras desenvolvem-se em experiências próprias na indústria da música (“Get High”), as crises de identidade (“It’s Not You”), restrições (“Whatever Tomorrow”), isolamento e batalhas pessoais (“Low”) ao longo dos anos. Hotel Surrender é um retorno bem-vindo ao soul pop eletrônico melancólico e inspirador (“Feel Good”) expandido no vocal em falsete sedutor do artista e suas instrumentações garbosas.

John MayerSob Rock
(Columbia Records)

Durante os meses de isolamento por conta da pandemia global, John Mayer voltou-se para os sons que lhe trouxeram uma sensação de conforto: a música dos anos 80. Sob Rock, produzido pelo artista e Don Was, é uma carta de amor ao yatch rock e nomes como Dire Straits, Eric Clapton, Toto, Phil Collins, Hall & Oates. São canção apaixonadas (“Last Train Home”) e para consolar corações partidos (“Shouldn’t Matter But It Does”, “Shot in the Dark”) no vocal atraente de Mayer e que resgatam as vibrações mais sedutoras da década do século passado.

Pop SmokeFaith
(Victor Victor Worldwide)

A vida de Pop Smoke foi tragicamente interrompida em 2020 com apenas 20 anos de idade e é admirável quantas músicas inéditas ele deixou. O segundo álbum póstumo do rapper conta com participações de Kanye West, Pusha-T, Kid Cudi, Pharrell, Dua Lipa, Rick Ross, entre outros. Em Faith, o artista transparece em versos o estilo vida (“Bout a Million”), como chegou ao topo e popularidade (“Tell The Vision”) deixando um vazio do rumo que a história tomaria.