Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Tinashe, Liars, LION BABE, Lingua Ignota, Nas, Mackenzie Leighto, Alinne Garruth e Foxing.
• Tinashe – 333
(Tinashe Music/Equity Distribution)
Tinashe lança o quinto disco de estúdio e evidencia uma liberdade confortante como artista independente. Desde que deixou a RCA Records em 2019, onde vivia presa desde 2012, ela seguiu fazendo o tipo que música que sempre quis com influências do R&B, hip hop, pop e dance para renunciar o rótulo de “princesinha do R&B” que queriam lhe impor. Na companhia de nomes como KAYTRANADA (“Unconditional”), Kaash Paige (“Angels”), Jeremih (“X”), Buddy (“Pasadena”) e outros, Nashe enquadra-se perfeitamente em baladas encantadoras (“Angels”, “I Can See The Future”) e números pop confiantes (“Undo (Back To My Heart)”, “Bouncin”) com um autodomínio estonteante.
• Liars – The Apple Drop
(Mute)
Por mais de 20 anos, Angus Andrew do Liars transformou elementos da música pós-punk, experimental e eletrônica em um corpo de trabalho em constante evolução. The Apple Drop, o décimo álbum do estúdio e talvez o disco mais acessível do grupo, é estranho e belo. Gravado com o baterista de jazz de vanguarda Laurence Pike e o multi-instrumentista Cameron Deyell, misturando sua instrumentação ao vivo orgânica e crua com o solo de Andrew interpelando no computador, o resultado é um registro que confunde os limites entre art rock sombrio e eletrônica experimental. Texturas ricas se sobrepõem a um ambiente encantador (“Slow and Turn Inward”), antes de dar lugar a explosões efusivas de ruídos, eletrônica crepitante e batidas que acarretam em uma atmosfera de horror (“Sekwar”, “Big Appetite”) em temas como morte, confusão e arrependimento.
• LION BABE – Rainbow Child
(LION BABE)
Rainbow Child, o terceiro álbum da dupla alt-R&B composta pela cantora Jillian Hervey – filha de Vanessa Williams – e o produtor Lucas Goodman, chega dois anos depois de Cosmic Wind. O registro conta com nove canções que celebram e reconectam nossa criança interior em números envolvidos de funk, hip hop, soul e sons eletrônicos. Explora dor, beleza, medo e amor, mas nos lembra de sempre abraçar tudo (“Frida Kahlo”) e nos libertar dos próprios pensamentos e julgamentos (“Get Up” com o rapper Trinidad James). Destaque para as colaborações de Ghostface Killah em “Rainbows” e a dupla de afrofuturismo OSHUN em “It’s Okay”.
• Lingua Ignota – SINNER GET READY
(Sargent House)
Kristen Hayter, a multi-instrumentista com formação clássica, artista performática e vocalista conhecida como Lingua Ignota, combina suas afinidades com a investigação espiritual e esotérica com heavy metal, ópera e eletrônica. SINNER GET READY é um retrato catártico de devoção e traição, julgamento e consequência, ambientado na paisagem abandonada da Pensilvânia rural. A habilidade distinta de Hayter de tecer o alegórico com o trauma pessoal é ainda mais refinada, conforme lamentações íntimas sobre abandono e solidão são entrelaçadas com referências ao folclore holandês da Pensilvânia (“PENNSYLVANIA FURNACE”), ressurreição e clemência (“PERPETUAL FLAME OF CENTRALIA”) numa jornada espiritual para administrar as próprias angústias.
• Nas – King’s Disease II
(Mass Appeal)
O ícone do hip hop Nas lança o álbum King’s Disease II, a sequência de King’s Disease – projeto que lhe rendeu o primeiro Grammy. O trabalho conta com participações especiais de nomes lendários e jovens talentos. Entre eles estão Lauryn Hill, que aparece ao lado de Esco em “Nobody”, e Eminem, que co-estrela ao lado de Nas e da dupla de rap EPMD em “EPMD 2” – canção revisitada da trilha sonora de ‘Judas e o Messias Negro’. O registro também traz artistas como A Boogie Wit Da Hoodie e YG (“YKTV”), Charlie Wilson (“No Phony Love”), Blxst (“Brunch on Sundays”) e Hit-Boy (“Composure”) no repertório.
• Mackenzie Leighton – Fleuriste
(Maison Wisteria)
Mackenzie Leighton é um cantora e compositora indie folk em ascensão, nascida em San Diego e que vive em Paris. Fleuriste, o terceiro EP da garota, foca na realidade da vida como uma exiliada, dividida entre duas culturas e continentes diferentes. Com uma sonoridade que remete os primeiros trabalhos de Maggie Rogers e Julia Jacklin, as canções são guiadas por baixos sinuosos, batidas marcantes, sintetizadores sutis e guitarras cintilantes que a permitem sonhar com o mundo afora (“Un jour la vie”), dividir as realidades vividas durante a pandemia (“Florist by Day”) e encontrar um lugar na música com canções em uma língua que não é a sua (“Je ne suis pas poète”).
• Alinne Garruth – Coroa
(Casulo Brv.)
O EP Coroa, o sucessor de Abre Alas, traz uma versão mais madura da capixaba Alinne Garruth. Marcado por referências do pop nacional e internacional, da música popular brasileira e da música latina, as composições refletem sua perspectiva ímpar sobre o mundo. O trabalho constituído por quatro faixas promete uma visão efusiva e inquietante da cantora sobre a sociedade, relacionamentos e sobre si mesma.
• Foxing – Draw Down The Moon
(Grand Paradise / Hopeless Records)
A banda indie Foxing volta com o quarto álbum de estúdio com a produção de Andy Hull (Manchester Orchestra). Draw Down The Moon é um álbum sobre envelhecimento, significado mágico e galáctico. Cada música é um tema diferente para explorar através dessa lente. O álbum é um tesouro de ricas texturas sonoras que evocam distração, melancolia (“Go Down Together”), amores (“Draw Down The Moon”) e introspecção espiritual (“Where The Lightning Strikes Twice”) por meio de significados cósmicos numa mistura synthpop e rock cinematográfica que endereçam trabalhos do Passion Pit, Sufjan Stevens e Arcade Fire.