Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Sondre Lerche, Confidence Man, ÄTNA, Red Hot Chili Peppers, Karol Conká, Filligar e Funny Alexander.
• Sondre Lerche – Avatars Of Love
(PLZ / InGrooves)
Sondre Lerche retorna com o trabalho mais ousado e expansivo da carreira: o álbum duplo Avatars Of Love. Escrito e gravado no espaço de um ano, o registro manifesta as representações honestas do amor romântico – seja de longa data (na épica faixa-título) ou efêmero (“Cut”) – numa categoria musical fantasiosa concebida pela mente melosa do artista (“Turns Out I’m Sentimental After All” ). Cercado de arranjos epopeicos, o músico encontra impulso na bossa nova de João Gilberto (“Will We Ever Get Absorbed”), na música de Françoise Hardy, Leonard Cohen (“Now She Sleeps Beside Me”) e Serge Gainsbourg, um molde para o pop romanesco faminto em busca – quase sempre nos lugares equivocados – do amor. Destaque para as participações especiais de AURORA (“Alone In The Night”), CHAI (“Summer In Reverse”), Mary Lattimore (“Magnitude Of Love”) e Felicia Douglass do Dirty Projectors (“Special Needs”).
• Confidence Man – Tilt
(Amplifire Music)
Diferente de Confident Music for Confident People, o segundo álbum do quarteto australiano Confidence Man retrocede no tempo para mirar a euforia das pistas de dança e evidencia desenvoltura em ganchos cativantes. Tilt celebra o europop, deep house (“Woman”), dance pop (“Feels Like a Different Thing”), as raves e festas underground dos anos 80 e 90. É possível pinçar referências de Dee-Lite (“Trumpet Song”), Ace of Base (“Push It Up”) e B-52’s (“Angry Girl”) ao longo do projeto. O resulto é uma trilha sonora nostálgica de verão (“Holiday”), menos divertida e atrevida que a estreia, mas com uma confiança esperta do grupo ao explorar e expandir o universo musical.
• ÄTNA – Push Life
(Humming Records)
O duo alemão de avant-garde pop ÄTNA, de Inéz Schaefer e Demian Kappenstein, ostenta uma mistura estranha – no melhor dos sentidos -, surpreendente, ousada e dançante ao quebrar os limites dos estilos musicais. Com números sombrios que podem lembrar um Fever Ray (“Aye Aye”) ou uma versão amaldiçoada de CocoRosie (“Smile”), insanos e melodramáticos na combinação de hyperpop e R&B (“Lonely”), exagerados na fusão de pop e hip hop à la Die Antwoord (“Trick By Trick”), vigorosos e repaginados pelo som de Nova Orleans – com a banda de techno marcial MEUTE em “Weirdo” -, introspectivos (“Flow”) e alinhados para atiçar multidões (“Autobahn”), Push Life é um chamado para uma jornada surreal de descobertas por um labirinto de sons incomuns.
• Red Hot Chili Peppers – Unlimited Love
(Warner Records)
É evidente uma retomada à assinatura funk rock da banda em sua primeira gravação com o guitarrista John Frusciante desde 2006 e o produtor e colaborador de longa data Rick Rubin (Johnny Cash, Kanye West, Adele) desde 2011. Reprisando a parceria de três décadas com Rubin, Unlimited Love é um trabalho aconchegante – um esforço melódico que mistura os reflexos ondulados do triunfo de Californication com o rock expansivo de Stadium Arcadium – para celebrar como uma reunião familiar o legado da banda nas composições enigmáticas de Anthony Kiedis, o baixo dinâmico de Flea, a bateria estrondosa de Chad Smith e os solos de guitarra flutuantes de Frusciante.
• Karol Conká – Urucum
(Sony Music)
O terceiro disco de Karol Conká foi estruturado entre sessões de terapia e outras de estúdio. O segredo foi empoleirar uma conexão entre a psicóloga, o produtor RDD (um dos principais produtores do afropop feito no Brasil), a batida e a poesia para tornar o peso de uma das maiores experiências da vida – a passagem pelo ‘Big Brother Brasil 21’, do qual ela saiu com recorde de rejeição. Para manifestar as múltiplas personalidades, Urucum mistura hip hop, pagodão baiano, trap, funk, rock, soul, arrocha, baião, samba e outros tantos ritmos permitindo a artista transparecer as facetas de autocontrole a causadora nas canções. Segundo ela, “Calma” é uma música em que a Karoline dos Santos de Oliveira (nome de batismo) canta para a ‘Jaque Patombá’ (apelido atribuído à rapper pelos espectadores do reality show, em referência à sua intolerável atitude no confinamento). A ‘Jaque’ canta para o “cancelamento” em “Cê não pode”, enquanto a ‘Mamacita’ aparece em “Se Sai”.
• Filligar – Future Self
(Decade Records)
O Filligar encerra o hiato de sete anos e retorna com o oitavo álbum de estúdio. Future Self mantém o dinamismo indie rock com um estrutura pop luminosa (“The Fire in the Sun”) e explora novos territórios (na furiosa “Wait a Minute” e na psicodélica “17th Hour”) em letras que exploram vida e amor. O registro é um reflexo não apenas da jornada que fizeram como banda, desde o início como adolescentes em um porão de Chicago, mas também do entusiasmo em continuar desvendando novos oportunidades para o que amam fazer.
• Funny Alexander – Sorte Que Tem O Amanhã
(Funny Alexander)
O duo Funny Alexander, de Ric Olivera e Bela Expedito, apresenta o EP de estreia com uma sonoridade dos anos 80 que se encontra com o indie pop atual. As letras em português falam sobre os mais diversos temas, sempre tentando trazer reflexão e, principalmente, um sentimento de esperança. O compacto é produzido por Iuri Freiberger e Ric Olivera, mixado por Iuri Freiberger e masterizado pelo premiado Carlos Freitas (Los Hermanos, Céu).