Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Metric, Viagra Boys, Laura Veirs, FLO, Deep Sea Peach Tree e Scoobert Doobert.
• Metric – Formentera
(Thirty Tigers)
Com quase 25 anos de carreira, a banda indie rock canadense Metric chega ao oitavo disco da carreira e apresenta um trabalho com traços cinematográficos para ilustrar as incertezas da vida pandêmica logo na faixa de abertura, a épica “Doomscroller”. Reconhecendo o frágil destino da vida na Terra, o grupo captura o desejo universal de voltar à realidade (“Formentera”) numa jornada synth-rock desesperadora e imediata (“All Comes Crashing”, “What Feels Like Eternity”). Os vocais desenfreados e melancólicos de Emily Haines saem em busca de esperança (“I Will Never Settle”, “Paths in the Sky”) na presença de guitarras salientes, sintetizadores nebulosos e festivos (“False Dichotomy” que flerta com “Time to Pretend” do MGMT), baixos impulsivos e cordas arrebatadoras (“Enemies of the Ocean”) que resulta num trabalho com um entusiasmo atemporal.
• Viagra Boys – Cave World
(YEAR0001)
Tematicamente, Cave World é inspirado pelo caos e absurdo do clima do mundo, com todo o projeto agindo como uma sátira comparando as tendências horríveis de tiroteios em massa e negação da ciência às vidas de nossos ancestrais. Como carolos, se os pecados tivessem que ser ingeridos de uma colher muito pequena, o coletivo punk do Viagra Boys consome o caos (“Crawlers”) de nossa era e o destilam em canções imaculadas pelo pós-punk, new wave e krautrock junto a grooves sincopados, saxofones estridentes, guitarras explosivas e vocais agitados de Sebastian Murphy. O disco é um ataque sonoro selvagem e autêntico, abandonando os traços mais simplistas de Welfare Jazz, em padrões de bateria no estilo de Beck (“Big Boy”) e instinto industrial (“Creepy Crawlers”) nas músicas sobre comportamento humano (“Punk Rock Loser”), bagunça de eventos atuais (“Troglodyte”) e teorias conspirativas (“Return to Monke”). Com Cave World, o grupo supera a trágica perda do guitarrista Benjamin Vallé e entrega um material caótico, audacioso e coeso num espectro totalmente vigente.
• Laura Veirs – Found Light
(Bella Union)
Found Light é o 12º disco de estúdio da artista folk rock Laura Veirs, mas também, em muitas particularidades, parece sua estreia. Se My Echo (2020) – escrito e mixado pouco antes de sua separação em 2019 do marido, produtor de longa data e o pai dos dois filhos – foi o álbum de divórcio, Found Light é sobre o que vem depois – uma nova página de um diário. Entre as referências de despertar sexual (“Naked Hymn”), penhorar a aliança de casamento (“Ring Song”) e reconectar-se consigo mesma (“Seaside Haiku”) após um relacionamento que a estremeceu, o material é a trilha sonora para embalar a nova perspectiva pessoal e musical da artista.
• FLO – The Lead
(Island Records)
O FLO apresenta o EP de estreia com cinco faixas, incluindo as lançadas anteriormente “Cardboard Box” e “Immature”, no repertório. As músicas do trio londrino, com produção executiva do talentoso MNEK, concebem perfeitamente o estilo tingido pelo charme do R&B dos anos 90 nas batidas metalizadas , vibrações nostálgicas – a acústica “Another Guy” busca inspiração em Aaliyah – e assentidas pelo pop contemporâneo (“Summertime”) com uma notável oferta sensual (“Feature Me”).
• Deep Sea Peach Tree – Certain Thoughts
(Deep Sea Peach Tree)
O Deep Sea Peach Tree, projeto de Kristof Denis, Andrew Dell Isola e Wiley Watson, tem lançado consistentemente algumas das melhores músicas de surf rock e guitarras psicodélica nos últimos anos. O grupo apresenta o segundo disco de estúdio, o sucessor de Vaguely Navy, com uma exploração de sons de garagem e influências de jazz, shoegaze, surf rock e o ocasional som eletrônico. Na combinação de estilos, suas letras são repletas de sensibilidade pop (“Puppy Love”) com um espírito esperançoso e sarcástico juvenil (“You and McGregor”) que pode agradar o público de Mac Demarco, Homeshake e Twin Peaks.
• Scoobert Doobert – KŌAN C
(Beformer)
O multi-instrumentista e produtor Scoobert Doobert lança KŌAN C, o terceiro EP de uma série de quatro, com canções que transparecem a paleta pop singular que está conquistando um público em expansão. Combinando elementos que vão do groovy ao psicodélico (“All My Friends Live on the Internet”), indie rock expansivo (“No Worries Yes Worries”), funky refrescante (“Who Am I Really Folling Anyway”) e eletrônica atmosférica (“What Makes You You”), o artista tem uma compreensão de vários idiomas, principalmente sendo um falante de japonês (“無門関”), além do inglês nativo, com lançamentos que se encaixam no reino pop com temperos extras de surpresa.