7 discos para ouvir hoje: Julia Jacklin, Eyedress, 4s4ki, Pantha Du Prince e mais

Nick McKinlay

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Julia Jacklin, Muse, Eyedress, Ezra Furman, Pantha Du Prince, Origami Aquém e 4s4ki.

Julia JacklinPRE PLEASURE
(Polyvinyl Record)

PRE PLEASURE é o terceiro álbum de tirar o fôlego da cantora e compositora australiana Julia Jacklin. Coproduzido com Marcus Paquin (The Weather Station, The National), o material vê a artista como seu eu mais autêntico, entregando as dez músicas mais íntimas, cruas e devastadoras da carreira até hoje. Uma letrista intransigente e magistral, sempre disposta a explorar as profundezas de sua própria experiência de vida em temas como: família (“Less Of A Stranger”), romances (“Too In Love To Die”), religião (“Lydia Wears A Cross”) e pressões emocionais e sexuais (“Ignore Tenderness”). Passando por guitarras ruidosas e harmonias dissonantes ou de pureza em camadas de cordas, PRE PLEASURE carrega uma coleção de canções profundamente pessoais, afetuosas, vulneráveis e atemporais.

MuseWill Of The People
(Warner Music)

O nono disco do Muse é influenciado pela crescente incerteza e instabilidade no mundo. Uma pandemia, novas guerras, protestos, oscilação da democracia ocidental, autoritarismo crescente, desastres naturais e a desestabilização da ordem global. O álbum é uma navegação pessoal através desses medos e uma preparação para um futuro controverso. A faixa-título traz uma provocação lúdica a um glam rocker distópico enquanto há uma inocência e uma pureza nas texturas eletrônicas nostálgicas de “Verona”. Da emoção visceral de “Won’t Stand Down”, aos riffs pesados com toque industrial de “Kill Or Be Killed”, a triunfante “Liberation” com influencia de Queen ou synthpop  dos anos 80 Compliance, Will Of The People encerra a jornada com um final frenético e brutalmente honesto (“We Are Fucking Fucked”).

EyesdressFULL TIME LOVER
(Lex Records)

O músico filipino-americano Idris Vicuña, detentor do projeto de bedroom pop Eyedress, retorna com uma coleção de gêneros na bagagem e uma extensa lista de colaboradores, que inclui: Chad Hugo (do The Neptunes), The Drums, Gonjasufi, HOMESHAKE, Nosaj Thing, Paul Cherry, Chuck Strangers, Na-Kel Smith, Slimesito, entre outros. De baladas rock alternativas (“IN THE DOG HOUSE”), números synth-funk (“DREAM DEALER”) e eletrônica pop experimental (“SPAGHETTI”) a momentos lo-fi punk (“2 HEADED GOAT”), rap (“SMOKE  MIRRORS”) e surf rock (“STILL IN LOVE”), FULL TIME LOVER é um trabalho versátil para lidar com temas ordinários do coração.

Ezra FurmanAll Of Us Flames
(Anti)

Há anos, Ezra Furman tece histórias de descontentamento queer, intimidades improváveis ​​e frágeis. Com raiva e otimismo, All Of Us Flames amplia esse foco para um escopo comunitário, pintando conexões transformadoras entre pessoas que perturbam as histórias que o poder conta para se sustentar. Produzido por John Congleton (Angel Olsen, Sharon Van Etten), o registro desencadeia a composição da artista em um mundo sonoro aberto e vívido cuja ousadia aumenta a urgência da música. Musicalmente, é inspirado em clássicos do rock norte-americano (“Forever In Sunset” soa como um hino de Bruce Springsteen), girl groups dos anos 1960 (“Dressed In Black”), synthpop (“Train Comes Through”), blues (“Throne”) e art pop dos anos 1980 (“Poor Girl A Long Way From Heaven”). O registro chega como a terceira parte de uma trilogia, começando com a saga Transangelic Exodus (2018) e continuando com a fúria do punk rock de Twelve Nudes (2019).

Pantha Du PrinceGarden Gaia
(Modern Recordings)

O produtor, compositor e artista conceitual alemão Hendrik Weber (a.k.a. Pantha du Prince) prossegue a exploração sobre a vida real da natureza, tópicos esotéricos e a ciência sociofísica, tema explorado nos álbuns anteriores (Elements of Light e Conference of Trees), na eletrônica desvirtuada da fusão de música clássica, techno minimal e krautrock em Garden Gaia. Com cordas ascendentes, sintetizadores suaves, loops robustos de bateria, timbres de sinos e pianos sutis, o registro revela-se modesto, meditativo e destemido.

Origami AquémO Pior dos Origamis
(Caravela Records)

Formada em 2020, a banda sergipana Origami Aquém lança o disco de estreia O Pior dos Origamis. Tendo como base o rock cru e direto, os garotos exploram universos da MPB (“Com Você”), pop dos anos 1960 (“Mate o Amor” com uma atmosfera suja de “All I Have To Do Is Dream” do Every Brothers), folk (“Vinho do Frei”) e sons alternativos dos anos 1980/90. Nas letras das canções retratam temas como ansiedade, incertezas, traumas do passado, relacionamentos tóxicos e o medo do tempo.

4s4kiKiller in Neverland
(Victor Entertainment)

A cantora, compositora e rapper 4s4ki (pronuncia-se Asaki) é um artista da nova geração que está apresentando novas músicas pop alternativas de Tóquio para o mundo. Ela é capaz de escrever, compor e arranjar músicas com ênfase hyperpop, emo, punk e rap melódico com um lado amargo e sombrio ao mesmo tempo em que é colorido e fofo. Suas canções abordam temas como realidade virtual e personalidade num mundo caótico, onde jovens acham difícil viver. Este trabalho apela aos ouvintes que é importante ter um lugar onde você possa ser você mesmo.