Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Rina Sawayama, Djo, Marcus Mumford, Mura Masa, Whitney, The Mars Volta, Death Cab for Cutie e No Age.
• Rina Sawayama – Hold The Girl
(Dirty Hit)
Na sequência de sua estreia aclamada pela crítica, SAWAYAMA, o segundo álbum de Rina Sawayama mostra a artista mais uma vez justapondo histórias íntimas com músicas do tamanho de uma arena, criando outro álbum ambicioso e original. Escrito e gravado ao longo do último ano e meio, Rina mais uma vez se junta aos colaboradores de longa data Clarence Clarity e Lauren Aquilina, além de contar com o auxílio de nomes como o lendário Paul Epworth (Adele, Florence and the Machine), Stuart Price (The Killers, Madonna) e Marcus Andersson (Demi Lovato, Ashnikko). O resultado desses encontros é um álbum eclético que combina elementos do power pop (“Catch Me in the Air” com influência dos irlandês do The Corrs), rock, industrial (“Your Age” com uma levada de Nine Inch Nails), folk (“Send My Love To John” com acordes que resgatam “X-Static Process” de Madonna), entre outros numa declaração corajosa e honesta da evolução pessoal da artista para lidar com fantasmas do passado (“Phantom”), a cultura tóxica das celebridades (“This Hell”) e o júbilo de se voltar para o futuro (“To Be Alive”).
• Djo – DECIDE
(AWAL Recordings)
O segundo disco de estúdio do Djo, projeto musical do talentoso Joe Keery, mais conhecido pelo papel de Steve Harrington na série ‘Stranger Things’ da Netflix, é um odisseia sci-fi pop neon. DECIDE é uma coleção de números experimentais e psicodélicos com sintetizadores enérgicos (“Change”) e sinistros (“Half Life”), guitarras ágeis (“Gloom”) e musicalidade vibrante (“Runner”) feita para se desconectar da realidade. Musicalmente, Kerry carrega o DNA de David Byrne, The Strokes, David Bowie e Kevin Parker para ilustrar suas criações memoráveis e caráter nostálgico que funcionam como um diário do final dos 20 anos do artista. Liricamente, lida com a perda de fé enquanto navega pela Internet (“On and On”), romances sem sucesso (“Go For It”) e cria novos mundos (“Figure You Out”) numa jornada eletrônica encantadora e sedutora.
• Marcus Mumford – (self-titled)
(Universal Music)
O álbum de estreia de Marcus Mumford, vocalista da banda Mumford & Sons, traz o músico afrontando demônios com os quais lidou sozinho por muito anos. Logo na faixa de abertura, “Cannibal”, canta o abuso sexual que sofreu aos seis anos de idade num número sombrio e que dirige-se para uma sonoridade explosiva em que manifesta o desejo de uma reconciliação consigo mesmo. “Grace”, uma balada rock tingida pelo country, é sobre o momento em que ele tratrou do tema com a mãe, enquanto que “Better Off High” aborda fases do alcoolismo e automedicação diante de tantos fantasmas. Como uma sessão brutal de terapia em composições cartárticas e otimistas, (self-titled) conta com colaborações especiais de Clairo (“Dangerous Game”), Phoebe Bridges (“Stonecatcher”), Brandi Carlile (“How”) e Monica Martin (“Go In Light”) na busca de paz e um novo começo para Marcus.
• Mura Masa – demon time
(Polydor Records)
Diferente do álbum anterior R.Y.C, no qual o produtor Alex Crossan (a.k.a. Mura Masa) testou novas sonoridade desconectando-se da euforia eletrônica das festas e permitindo-se experimentar guitarras e sonoridades mais cruas, demon time é um trabalho escapista com o simples objetivo de trazer diversão pós-pandemia. O artista une sua habilidade de criar números eletrônicos cativantes e alegres que flertam com UK garage, drill e hyperpop na companhia de talentos diversos como Channel Tres e Shygirl em “hollaback bitch”, Erika de Casier em “e-motions”, Pa Salieu e Skillibeng em “blessing me”, Lil Uzi Vert e PinkPantheress em “bbycakes”, Gretel Hänlyn em “2gether”, slowthai em “up all week”, entre outros.
• Whitney – SPARK
(Secretly Canadian)
Depois de um disco intimista de covers (Candid), o duo Whitney enriquece a sonoridade folk pop sonhadora e intimista com loops de baterias, sintetizadores luminosos e letras em que ambos digerem o fim de um relacionamento sob o olhar apurado do produtor John Congleton (Sharon Van Etten). Com uma pegada pop, eletrônica e rock lo-fi, as melodias atraentes, harmonias onduladas e vocais em falsete brilham em cada espaço do registro. É um trabalho cercado de sentimentalismo. Seja na derrota e desesperança inconformada em “NOTHING REMAIS”, a perda devastadora em “TERMINAL”, os devaneios de medo e morte em “MEMORY”, as desilusões cantandas em “COUNTY LINES” e a renovação enfática em “REAL LOVE”. SPARK traz dois amigos superando períodos conturbados, saindo do passado e mirando uma nova vida no presente (“BACK THEN”).
• The Mars Volta – The Mars Volta
(Clouds Hill Records)
Quebrando mais de uma década de silêncio, o The Mars Volta retorna com o álbum autointitulado e encerra um hiato que durava desde Noctourniquet (2012). As 14 faixas desafiam bravamente tudo o que você achava que sabia sobre o grupo, entregando suas músicas mais emocionantes, acessíveis e sofisticadas até agora. Com a missão de “honrar nossas raízes e honrar nossos mortos”, a dupla constrói uma música que funde os sons latinos e caribenhos (“Graveyard Love”, “Qué Dios Te Maldiga Mi Corazón”) em que Rodríguez-López foi criado com o punk e a sonoridade underground em que ele e Bixler-Zavala mergulharam por anos. Suas visões esquadrinham elementos de rock clássico (“Blacklight Shine”), R&B (“Shore Story”), jazz (“Palm Full of Crux”) e eletrônica (“Vigil”) ao abandonar uma parcela do som original rock progressivo dos materiais anteriores e impactar os antigos fãs e garantir novos.
• Death Cab for Cutie – Asphalt Meadows
(Atlantic Recording)
A mistura de fragilidade juvenil e profundo anseio romântico (“Pepper”) do Death Cab for Cutie é uma das marcas registradas do rock moderno. Mesmo em seus momentos mais melodramáticos, eles mantêm a compostura de uma forma que seus ancestrais emo não mantinham, e seu décimo álbum em uma carreira de 25 anos não é exceção. Mas, como as imagens por trás de seu título, Asphalt Meadows é um som mais áspero do que a suavidade dos trabalhos anteriores ao explorar new wave (“Asphalt Meadows”), americana (“Rand McNally”), industrial (“Roman Candles”) e baladas atmosféricas (“I’ll Never Give Up On You”). Como de costume, Ben Gibbard faz temas específicos soarem universais como se escreve as canções apenas para você.
• No Age – People Helping People
(Drag City)
O No Age, do guitarrista Randy Randall e do baixista-baterista-vocalista Dean Spunt, apresenta o álbum lo-fi e totalmente DIY People Helping People. O sexto álbum do duo enfatiza os elementos sonoros ambientais, sons distorcidos e sonhadores do trabalho anterior (Goons Be Gone), afirmando a essência punk (“Plastic (You Want It)”, “Rush to the Pond”) que os determina. Escrito e composto no estúdio caseiro da dupla pouco antes do encerramento do início do isolamento por conta da pandemia, o disco foi finalizado na garagem de Randall, apelidada para a ocasião de Randy Randy’s Garage, People Helping People é uma representação de como a pandemia afetou o som instrospectivo e caseiro da banda.