9 discos para ouvir hoje: Fred again.., Junior Boys, Benjamin Clementine, Dragonette e mais

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Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Fred again.., Nosaj Thing, Junior Boys, Dragonette, Benjamin Clementine, Tom Odell, Yes We Mystic, Vera Blue e Montell Fish.

Fred again..Actual Life 3 (January 1 – September 9 2022)
(Atlantic Records)

O britânico Fred again.., um dos nomes mais falados no cenário da dance music atualmente, retorna com a terceira e última parte da série de álbuns Actual Life. Em Actual Life 3 (January 1 – September 9 2022), cada faixa é distinta na forma em que o artista constrói um novo som dentro da música com produções adicionais de Jamie xx, PARISI, Four Tet e outros parceiros. Vemos o produtor aprimorar o estilo distinto da música eletrônica emocionalmente, semelhante a um diário, fragmentado com uma coleção aprimorada de samples – vindos de 070 Shake (“Danielle (smile on my face)”), Delilah Montagu (“Delilah (pull me out of this)”) e a falecida cantora gospel Clara Ward (“Clara (the night is dark)”) – e gravações caseiras (“Kelly (end of a nightmare)” com Kelly Zutrau do Wet), em uma obra autobiográfica que serve como experiência universal nas batidas eufóricas regidas de versos comoventes e sombrios que as acompanham.

Nosaj ThingContinua
(LuckyMe)

Continua é o tão esperado retorno de Jason Chung (a.k.a. Nosaj Thing), com o quinto álbum de estúdio e estreia no selo LuckyMe, um trabalho conjunto concebido na sonoridade minimalista moderna e nebulosa do músico. O registro apresenta doze artistas na vanguarda do jazz, hip hop, rock, soul e avant garde, reunidos pela coesão da assinatura de Chung e esculpindo com propriedade o som atmosférico e cinematográfico do registro. Nomes como Toro y Moi (“Condition”), Julianna Barwick (“Blue Hour” que emana uma estética do Massive Attack), Panda Bear do Animal Collective (“All Over”), Eyedress (“Different Life”), serpentwithfeet (“Woodland”), Pink Siifu (“Look Both Ways”), Kazu Makino do Blonde Redhead (“My Soul or Something”) e outros contribuem para o material já clássico.

Junior BoysWaiting Game
(City Slang)

Waiting Game, o sexto álbum dos produtores canadenses Jeremy Greenspan e Matt Didemus, encontra o Junior Boys em um clima brando, reduzido e contemplativo (“Night Walk”, “Thinking About You Calms Me Down“). Criado durante a pandemia, o trabalho é uma mudança diante das melodias dançantes infundidas com R&B que determinaram trabalhos anteriores, como So This Is Goodbye. As letras focadas na sensação de esperar que algo aconteça são pontecializadas nas participações do colaborador do Caribou, Colin Fisher, que toca saxofone (“Waiting Game”) e a vocalista do Bonjay, Alanna Stuart, que canta ao lado de Greenspan em “Yes II”. Aqui, o Junior Boys entrega um álbum que reflete a beleza silenciosa do mundo, com uma atmosfera rica em camadas (“Samba on Sama”) e grooves lentos que coloca os detalhes acima do volume.

DragonetteTwennies
(BMG)

Com uma carreira de mais de quinze anos, a artista de eletropop Martina Sorbara (a.k.a. Dragonette) emplacou vários sucessos globais. No registro, o primeiro em seis anos e sucessor de Royal Blues, a artista escolhe trabalhar com o produtor de Dan Farber (Lizzo, Tkay Maidza) para dar cara a um pop esperançoso, dinâmico (“Seasick”) e intimista (“T-Shirt”, “Outie”) com um híbrido das influências originais (“Twennies”) e o que aprendeu ao longo da jornada musical (na power pop “New Suit”). Com Twennies, Sorbara entra em um novo capítulo em sua ilustre carreira, olhando para o futuro com mais sabedoria, experiência e confiança do que nunca.

Benjamin ClementineAnd I Have Been
(Preserve Artists)

O cantor, compositor e poeta britânico Benjamin Clementine, vencedor do Mercury Prize com o álbum At Least for Now (2016) e que pôde ser visto como o personagem Herald of the Change no filme ‘Duna’, lança o terceiro álbum de estúdio concebido durante o confinamento da pandemia de Covid-19 e a primeira parte de uma trilogia. Em And I Have Been, o artista joga com temas de amor e caos envolvido de aprendizado, estado mental (“Atonement”), identidade cultural (“Gemesis”), epifanias de partilhar a vida com alguém (“Residue”, “Lovelustreman”) e pensamentos recorrentes durante o isolamento. Embalado por um pop sofisticado clássico em suaves acordes piano, cordas dramáticas (“Gypsy, BC”) e performances vocais calorosos (“Copening”), o trabalho mostra-se melancólico e sombrio (“Weakend”). Para os próximos registros, Clementine revela que a segunda parte será mais sombria ao explorar o amor como responsabilidade e a terceira se concentrará na esperança.

Tom OdellBest Day Of My Life
(UROK / mtheory)

O multi-instrumentista e compositor britânico Tom Odell lança o quinto disco de estúdio e, talvez, o mais significativo de forma independente após cumprir contrato com uma grande gravadora. Composto apenas por voz e piano, Best Day Of My Life é um novo capítulo com total controle criativo. Um retrato minimalista e sincero para expor as próprias lutas com a ansiedade (“Sad Anymore”, “Enemy”) ao desviar-se da grandiosidade pop de sucessos anteriores como “Another Love”. Com alguns floreios atmosféricos e faixas que não duram mais do que três minutos na maioria, as músicas vagam em terrenos da esperança (“Smiling All The Way Back Home”) e vulnerabilidade (“The Blood We Bleed”) nas letras conflituosas (“Best Day Of My Life”) levadas pelo vocal suave e puro do artista.

Yes We MysticTrust Fall
(DevilDuck Records)

O coletivo canadense de indie pop rock Yes We Mystic lança o álbum Trust Fall, o último trabalho do grupo que anunciou o fim das atividades em agosto para que cada integrante seguisse o próprio caminho. Passeando por momentos de pura euforia e desconforto (“Head Rush”), cacofonia indutora de sintetizadores vertiginosos (“Long Dream”), orquestrações libertadoras e inspiradoras (“Sit Down”), entrega vocal poderosa (“Trap Door”) e momentos meramente épicos (“Sun Room”), o registro retrata o incrível talento musical da banda para arranjos exuberantes cinematográficos atendidos pela urgência inquietante das composições. Trust Fall é digno de um descanso pacífico para um término anunciado.

Vera BlueMercurial
(Island Music)

Ao longo de cinco anos, desde o álbum de estreia (Perennial) e parcerias com os conterrâneos Flume e PNAU, a artista eletropop australiana Celia Pavey (a.k.a. Vera Blue) encontrou o sucesso, teve a saúde mental afetada, angatou um novo relacionamento e enfrentou uma pandemia. Mercurial é o produto de todas essas emoções vulneráveis misturadas com os desafios e triunfos dos últimos anos. Com uma sonoridade eletrônica que joga com a euforia e brilho dos anos 1980 (“Lethal”, “Feel Better”) e com momentos íntimos (“Everything Is”, “The Curse”), Payne celebra o poder das emoções, destacando que as mudanças podem ser curativas e benéficas. Mercurial é um lembrete ao mundo que há uma luz no fim do túnel contrastando os baixos extremos com os altos catárticos.

Montell FishHer Love Still Haunts Me Like a Ghost
(Lord’s Child)

O cantor e compositor Montell lança o EP Her Love Still Haunts Me Like A Ghost, um ponte de emoções entre o disco de estreia deste ano, JAMIE, e o próximo trabalho de estúdio, CHARLOTTE. As sete faixas do compacto trazem o artista levando seu som DIY despreocupado em uma nova direção, introduzindo sintetizadores fatigantes (“Every Night”), instrumentação sordideza em guitarras (“Exscape”, “Pretend Lovers”), ritmos prontos para a pista de dança (“Every Night”) e lirismo repleto de autoexploração num anseio por um amor perdido.