Do universo próprio e sonhador de Caroline Polachek, passando pelo luto em arte de Björk à raiva canalizada de Residente, confira os 10 Melhores Videoclipes de 2022.
10. Caroline Polachek – “Welcome To My Island“
Direção: Caroline Polachek & Matt Copson
Bem-vindo à fantástica mente de Caroline Polachek. Em “Welcome To My Island”, a cantora tem um encontro com Natalie Mering (a.k.a. Weyes Blood) servindo-a em uma cafeteria, cantando dentro de uma caixa de papelão que remete ao videoclipe de “Bunny Is A Rider”, surgindo em cena como uma quimera, correndo por construções, projetando sombras em cavernas numa referência ao ‘Mito da Caverna’ de Platão, dançando e desviando de espermatozoides animados, correndo por praias de mãos dadas a um centauro e mais situações próprias do universo sonhador da artista.
09. Yeah Yeah Yeahs – “Wolf”
Direção: Allie Avital
A atriz Britt Lower (a Helly, da série ‘Ruptura’ da Apple TV) interpreta uma dona de casa comum tomada por um instinto animal. Ela se refugia numa floresta, adere a vida selvagem, encontra com a banda de Karen O num bar e retorna possuída para o lar ao encontro do companheiro.
08. Harry Styles – “Music For a Sushi Restaurant”
Direção: Aube Perrie
Os responsáveis por um restaurante de frutos do mar pescam um “homem polvo / sereio” (Harry Styles) que seria uma das muitas atrações do menu, caso seus talentos artísticos não fossem descobertos a tempo. Pelo menos assim será até que for comercialmente conveniente a todos os envolvidos.
07. Adele – “Oh My God”
Direção: Sam Brown
Em cena, Adele reconta de maneira subjetiva e visualmente atrativa, com uma fotografia em preto e branco e uma câmera que passeia pelo set, as emoções turbulentas que experimentou durante o divórcio cercada de inúmeras versões suas e dançarinos.
06. Björk – “Ancestress”
Direção: Andrew Thomas Huang
Para a canção, dedicada à falecida mãe, a ativista ambiental Hildur Rúna Hauksdóttir, que morreu em 2018, Björk recria um ritual fúnebre. Com tomadas belíssimas, realizadas em um vale de montanha nas redondezas de Jórukleif, onde Hauksdóttir costumava colher ervas para secar, e figurinos deslumbrantes, a islandesa transforma o luto em pura arte.
05. SZA – “Shirt”
Direção: Dave Meyers
SZA e Lakeith Stanfield (da série ‘Atlanta’ e do videoclipe de “I Hate U” da cantora) são parceiros no amor e no crime. A dupla encarna uma versão moderna de Bonnie & Clyde, no visual inspirado em Quentin Tarantino, em momentos de extrema violência num restaurante, invadindo igrejas, entregando pizzas e chegando a um desfecho de reviravoltas para o relacionamento conturbado exposto na canção.
04. Bella Poarch – “Dolls”
Direção: Andrew Donoho
Se no vídeo anterior (“Build a Bitch”) presenciamos todo o processo na criação de mulheres robotizadas pela fábrica Match Made e o início de uma revolução, agora Bella Poarch está pronta para acertar as contas com Dream, o líder por trás dos negócios. Mas, antes vai precisar enfrentar a guardiã local: uma Grimes com olhos vermelhos brilhantes e pronta para uma briga coreografada.
03. Kendrick Lamar – “The Heart Part 5”
Direção: Kendrick Lamar e Dave Free
No trabalho, que começa com uma citação (“Eu sou. Todos nós”) de seu novo alter ego oklama, Kendrick faz um rap em frente a uma parede vermelha e, usando a tecnologia deepfake, transforma-se em figuras famosas. Aparece como Kanye West, Nipsey Hussle, Will Smith, Jussie Smollett, O. J. Simpson e Kobe Bryant com devidas referências nos versos da música.
02. Pharrell Williams – “Cash In Cash Out”
Direção: Francois Rousselet
O diretor François Rousselet e a equipe de animação do Electric Theatre Collective levam o zootrópio a novos níveis de complexidade – num trabalho que demorou mais de um ano para ser concluído – nesta ode ao excesso de Pharrell Williams e os amigos Tyler, The Creator e 21 Savage.
01. Residente – “This is Not America”
Direção: Greg Ohrel
O rapper e compositor porto-riquenho Residente lança o videoclipe de “This is Not America” em que canaliza sua raiva para a violência e a arrogância representadas pela palavra “América”. O vídeo da música impulsiona a mensagem com uma série de imagens brutais do sofrimento causado pelos EUA. Evoca dolorosas separações familiares na fronteira, lucro com a terra dos povos indígenas e ganância corporativa e comercial.
Os visuais são explícitos e chocantes, como: a morte do artista e ativista chileno morto Victor Jara durante a ditadura de Pinochet, a mulher que dá tiros para o alto que simboliza a porto-riquenha Lolita Lebrón, a situação dos latinos que tentam atravessar a fronteira entre os EUA e o México, as críticas a grande empresas como Amazon e McDonald’s, uma alusão ao (em breve ex) presidente Jair Bolsonaro que aparece comendo um bife ao lado de uma criança indígena e limpando a boca na bandeira do Brasil, entre vários momentos impactantes.