Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: U.S. Girls, Gorillaz, Philip Selway, Begonia, shame, VÉRITÉ, Don Toliver, Algiers e Channel Tres.
• U.S. Girls – Bless This Mess
(4AD)
O U.S. Girls, pseudônimo da artista pop experimental e multidisciplinar norte-americana Meg Remy, apresenta um conjunto dinâmico de melodias hábeis e uma resposta artística diferenciada às complexidades da maternidade. Bless This Mess, o sucessor de Heavy Light, foi criado em conjunto com a concepção e nascimento dos gêmeos de Remy. Ele expande a paleta sonora e temática do projeto, fundindo batidas de funky disco (“Tux (Your Body Fills Me, Boo)”), baladas emotivas (“Bless This Mess”, “RIP Roy G. Biv”), a mitologia (“Only Daedalus”) e a desorientação radical da alegria (“Screen Face”, “So Typically Now”) em sons pop retrôs e inventivos através de frustrações, dores e despertares. Apesar da instrumentação e produção eclética, o álbum é um marco pessoal sobre as adaptações e transformações que a maternidade traz (“Pump” – com o sample de uma bombinha de tirar leite –, “Futures Bet”).
• Gorillaz – Cracker Island
(Parlophone Records)
Cracker Island é o oitavo álbum de estúdio do Gorillaz. Uma coleção enérgica, otimista e expansiva de gênero de 10 faixas apresentando ainda outra formação estelar de artistas: o gingado do multi-instrumentista Thundercat (“Cracker Island”), a psicodelia do Tame Impala (“New Gold”), o balanço da estrela do reggaeton Bad Bunny (“Tormenta”), a icônica Stevie Nicks (“Oil”), Adeleye Omotayo do Humanz Choir (“Silent Running”), o rapper Bootie Brown (“New Gold”) e a sutileza de Beck (“Possession Island”). Carregando funk groove, números synthpop cintilantes, latin dancehall e momentos minimalistas, o grupo concretiza uma forma dinâmica ao explorar temas de mídia social, vício e como alguém pode desaparecer no caos da Internet. É neste ambiente, que nosso herói animado recruta novos membros – e artista da música – e busca uma verdade para restaurar o mundo.
• Philip Selway – Strange Dance
(Bella Union)
Membro fundador e baterista do Radiohead, o terceiro álbum de estúdio de Philip Selway mostra-o usando toda a habilidade e aprendizado que acumulou na última década de trabalho solo. Esta rica e emocionante amplitude sonora é construída com uma mistura cinematográfica de cordas, metais e sons sintetizados apoiados por um grupo de músicos escolhidos a dedo que inclui: Hannah Peel, Adrian Utley (do Portishead), Marta Salogni, Valentina Magaletti e Laura Moody. Explorando sentimentos particulares de desamparo, vida, romances e angústia, Strange Dance revela um olhar otimista (“Make It All Go Away”, “Picking Up The Pieces”) que supera qualquer comparação aos trabalhos paralelos de seus colegas de banda.
• Begonia – Powder Blue
(Birthday Cake Records)
A cantora e compositora Alexa Dirks, detentora do projeto canadense de alt pop Begonia, retorna com uma coleção de canções cercadas de nostalgia silenciosa, reflexões sobre a infância, complexidades românticas, autoamor, religião, virgindade e sexualidade. Com uma voz impecável e poderosa, que traz à mente nomes como Feist e Adele, as composições introspectivas da artista soam atemporais e clássicas, além de versáteis. Batidas de trip hop e grooves propulsivos pulsam ao longo do disco, acompanhando a voz impactante de Dirks. Ela alterna entre um sussurro sombrio e uma entrega expressiva em faixas que exploram o pop soul vintage (“Crying”, “Right Here”, “The Only One”), R&B (“Bleeding Heart”) e baladas majestosas (“Cold Night”, “Chasing Every Sunrise”).
• shame – Food for Worms
(Dead Oceans)
Se o álbum de estreia, Songs of Praise, foi alimentado por uma essência juvenil, então Drunk Tank Pink mergulhou em um tipo diferente de intensidade. Caminhando em águas musicais desconhecidas, encorajados por sua inteligência e cinismo, o shame criou algo com o abandono de alguém que não tinha nada a perder. Tendo forçado seu caminho através da crise de identidade do segundo álbum, o grupo chega, finalmente, a um lugar de maturidade duramente conquistada. Food for Worms marca um afastamento de tudo o que fizeram antes, abandonando o início pós-punk por influências mais ecléticas, letras melódicas e descomplicadas à la Lou Reed e trabalhos mais melódicos sob o olhar do produtor Flood (Nine Inch Nails, PJ Harvey). Pela primeira vez, a banda não está mergulhada em si mesma, mas busca capturar o mundo ao seu redor (“Adderall” com uma discreta Phoebe Bridgers) e encontrar motivação em tempos sombrios (“Fingers of Steel”). De muitas maneiras, o álbum é uma ode à amizade e uma documentação da dinâmica que apenas cinco pessoas que cresceram juntas podem compartilhar (“Six-Pack”).
• VÉRITÉ – love you forever
(Venice Music)
Como artista independente, a cantora e compositora norte-americana de alt pop VÉRITÉ sempre apresentou-se fora das estruturas tradicionais. Sua próxima era de exploração nos traz love you forever, um álbum sobre amar tanto alguém que você o mata e arrasta seu corpo para um lago. Essa é a interpretação mais literal do conceito e do mundo construído em torno do registro para preencher as desilusões e caos amorosos do disco. A busca descarada por reciprocidade e os anseios por reconhecimento que nunca desenrolam-se na narrativa e nos visuais com a dinâmica entre VÉRITÉ e sua contraparte. Este é um disco feito para ser visto – em filmes que exploram várias cenas íntimas com as mãos amarradas e sua identidade obscurecida -, ouvido e experimentado na vida real.
• Don Toliver – Love Sick
(Cactus Jack/Atlantic Records)
O artista de hip hop e soul Don Toliver lança o terceiro álbum de estúdio. Love Sick coloca empréstimos visuais da cultura disco, filmes de máfia e o design opulento da década de 1970 em um contexto contemporâneo. O álbum conta a história de Don, que dirige uma lanchonete, a Love Sick Diner, e planeja embarcar na cena noturna. No entanto, ele tem problemas com a lei. Com aproximadamente 50 minutos, o projeto de 16 faixas apresenta participações especiais de artistas como James Blake em “Let Her Go”, a namorada Kali Uchis em “4 Me”, Lil Durk e GloRilla em “Leave The Club”, Justin Bieber e Future em “Private Landing”, Charlie Wilson em “If I Had”, Toro y Moi em “Cinderella”, entre outros. O disco vem acompanhado de um curta-metragem lançado em parceria com a Amazon Music e dirigido por Alexandre Moors.
• Algiers – Shook
(Matador Records)
O Algiers retorna com Shook, sua primeira música inédita desde There Is No Year de 2020. O registro apresenta contribuições de Zack De La Rocha (do Rage Against The Machine), Jae Matthews (do Boy Harsher), Samuel T. Herring (do Future Islands), Big Rube, billy woods, Backxwash e muitos mais. Empilhado com convidados que abrangem ícones até futuras estrelas, o disco é um para-raios para uma energia e sentimento indescritível, mas universal. Uma pluralidade de vozes que desafia o gênero – do rock (“Irreversible Damage”) para o hip hop (“Bite Back”) e mirando o post-punk (“73%”, “A Good Man”) -; uma volta ao lar espiritual e geográfica; uma estratégia de comunhão em um mundo em chamas; a história do fim de um relacionamento; uma festa de verão na varanda da frente de Atlanta. Embora a comunidade e a colaboração sempre tenham sido parte integrante do Algiers, Shook é uma aventura musical em seu estado mais emocionante e expansivo na tentativa de extrair contentamento da miséria.
• Channel Tres – Real Cultural Shit
(GODMODE/RCA Records)
O produtor e cantor norte-americano Sheldon Young (a.k.a. Channel Tres) vinha anunciando Real Cultural Shit como seu disco de estreia desde o ano passado. Nos últimos dias, uma mudança de planos por motivos criativos fez com que ele o lançasse como um EP com cinco faixas. Além das já conhecidas “6am” e “Just Can’t Get Enough”, o compacto traz a mistura própria de house, funk, soul e hip hop do artista em letras envolvidas de experiências pessoais (“All My Friends”) e o aprendizado tirado de cada situação.