Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Everything But The Girl, Dreamer Isioma, Esther Rose, Lael Neale, The Heavy, Mac DeMarco, Rodrigo y Gabriela e ALMA.
• Everything But The Girl – Fuse
(Virgin Music)
O Everything But The Girl, projeto da compositora e cantora Tracey Thorn e o cantor, multi-instrumentista e produtor Ben Watt, está de volta com o primeiro álbum de inéditas em mais de duas décadas. Intitulado Fuse, o registro é resultado do retorno da dupla à música após anos focados em projetos solo e na criação dos filhos. Apesar de terem explorado diversos gêneros musicais ao longo dos anos, o álbum retoma a sonoridade eletrônica que marcou trabalhos anteriores, sem parecer datado. O tema principal é a busca por conexão em tempos difíceis (“No One Knows We’re Dancing”, “When You Mess Up”), reflexo do isolamento durante a pandemia, com uma atmosfera melancólica moderna (“Caution to the Wind”, “Run A Red Light”). É uma leitura do brilhante soul eletrônico que o casal apresentou como pioneira nos anos 90 (“Nothing Left to Lose”). A voz etérea emocionante e texturizada de Thorn está à frente da paisagem cintilante que Watt pinta com sons de baixa frequência, batidas afiadas, sintetizadores moderados e espaços vazios (“Karaoke”). Como antes, o resultado é o som de uma banda confortável em ser sonoramente contemporânea e atemporal. Embora seja diferente de tudo o que já gravaram antes, Fuse é sólido com seu passado e um retorno digno de espera.
• Dreamer Isioma – Princess Forever
(AWAL)
Dreamer Isioma revela o álbum Princess Forever como acompanhamento do disco de estreia, Goodnight Dreamer, do ano passado. O lançamento apresenta Princess Forever, personagem que atua como uma extensão de Isioma – que se identifica como uma pessoa não binária -, líder de um grupo de resistência em um planeta intergalático opressor chamado Terra 2000. Abandonando o som bedroom pop que projetou sua carreira, Isioma permite-se explorar sons de vários gêneros, incluindo rock psicodélico (“Wry Pray To God” com Dante Swan), afrobeats, funk (“Touch Your Soul” com Merlyn Wood do BROCKHAMPTON), pop (“Love & Rage”) e R&B, através da sua narrativa intergalática de confiança e vulnerabilidade entrelaçada por um lirismo em busca pela verdade, libertação e soberania (“Fuck Tha World”).
• Esther Rose – Safe to Run
(New West Records)
Safe to Run, o quarto álbum da cantora e compositora de alt-coutry Esther Rose, apresenta novos níveis de clareza e controle em suas sempre vívidas cenas emocionais detalhadas. Com a introdução de um novo elemento pop, a artista adiciona ganchos irresistíveis mesmo nas partes mais sombrias da jornada. O álbum aborda as vulnerabilidades pessoais e questões universais, com Rose nunca se levando muito a sério. A crítica ao sexismo na indústria da música em “Dream Girl” é equilibrada com as memórias de sua juventude em “Chet Baker”. A faixa-título, um dueto com Alynda Segarra (do Hurray For The Riff Raff), funde o pessoal e o universal, abordando a sensação de deslocamento espiritual e medo da crise climática. O álbum é uma coleção de onze cenas curiosas e fascinantes que juntas formam uma experiência envolvente e enriquecedora.
• Lael Neale – Star Eaters Delight
(Sub Pop Records)
A cantora e compositora Lael Neale deixou Los Angeles no início do bloqueio da COVID em 2020, voltando para a fazenda na zona rural de sua família na Virgínia, onde começou a trabalhar no terceiro disco de estúdio, Star Eaters Delight. Ela se uniu novamente a Guy Blakeslee, responsável pelos arranjos e produção, criando uma coleção de músicas com o peso e a convicção de hinos (“If I Had No Wings”), abandonando a predominante essência folk do registro anterior. Algumas músicas possuem uma sensação mais simples e lo-fi, com a voz de Neale acompanhada de arranjos cinematográficos, teclado eletromecânico característico (“Must Be Tears”), batidas sintetizadas e solos de guitarra inquietos, incluindo músicas com referências a Shakespeare (na épica de quase oito minutos “In Verona”), Emerson e a Bíblia, bem como toques de humor irônico. O álbum tem um tema de cura e celebração, e é sobre tentar encontrar um equilíbrio entre o mundo interno e externo, solidão e relacionamento, humanidade e tecnologia.
• The Heavy – AMEN
(Bad Son Recordings)
O quarteto The Heavy compartilha o sexto álbum de estúdio, intitulado AMEN, uma mistura exaltante de riffs de R&B dos anos 60, instrumentos de sopro e harmonias gospel. O disco é produzido por Tchad Blake (conhecido por trabalhar com o The Black Keys e U2). As dez composições do álbum manifestam a paixão do grupo pelo pelo blues (“Hurricane Coming”), soul clássico (“A Whole Lot Of Me”, “Without A Woman”), rock ‘n’ roll massivo (“Stone Cold Killer” com um traço de AC/DC), spaghetti western (“Ain’t A Love”) e gospel (“I Feel The Love”), além da intensidade do hip hop e da eletricidade visceral do garage punk. AMEN é uma experiência pregada de forma libertadora na sonoridade urgente, ritmos sujos e melodias cativantes.
• Mac DeMarco – One Wayne G
(ATO Records)
No início do ano, Mac DeMarco lançou o álbum instrumental, Five Easy Hot Dogs, gravado ao longo de quatro meses enquanto viajava pelos Estados Unidos, com cada música nomeada de acordo com a cidade em que foi composta. Agora, o artista abre o baú de descartes e retorna com uma coleção de 199 faixas, um exercício de quase nove horas de duração, intitulado One Wayne G. O álbum é composto principalmente de demos e esboços de materiais gravados entre 2018 e o início de 2023, todas identificadas com datas. Algumas têm títulos próprios, como “Ball For The Coach”, “Proud True Toyota”, “She Get The Gold Star” e “Inside The Beavers Dam”, enquanto a maioria das músicas são intituladas com as datas em que foram gravadas e listadas cronologicamente.
• Rodrigo y Gabriela – In Between Thoughts…A New World
(ATO Records)
In Between Thoughts…A New World é a aguardada sequência dos virtuosos violonistas da dupla Rodrigo y Gabriela, após o lançamento do aclamado Mettavolution, vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Instrumental Contemporâneo. Este novo trabalho é a primeira coleção completa em quatro anos e traz consigo a mesma expansão de consciência que inspirou sua criação anterior. Produzido pela dupla em seu estúdio em Ixtapa, no México, o registro apresenta a dupla expandindo sua abordagem tradicional, incorporando um turbilhão de ritmos galopantes, cordas orquestrais arrebatadoras e elementos eletrônicos inventivos.
• ALMA – Time Machine
(Sony Music)
A cantora e compositora finlandesa ALMA lança o segundo disco de estúdio. Diferentemente de sua estreia, Have U Seen Her?, o material revela uma sonoridade pop mais luminosa e intima (“Summer Really Hurt Us”, com o sample de “Aux Deux Magots” do Secret Service), nas canções que abordam identidade queer, vulnerabilidades (“Hey Mom, Hey Dad”), relacionamentos pessoais (“Natalia”, em que conta a história da namorada) e a pressão da carreira na beira do sucesso. O álbum tem influências da música dos anos 1970 (“I Will Survive”), com referências a artistas como ABBA, Elton John e David Bowie. Time Machine proporciona ao público conhecer a história de origem da artista numa jornada emocional. Ou, como a própria define, uma máquina do tempo sonoro através da qual ele volta para examinar os problemas de sua vida – da família à sexualidade e dúvidas – e aprender com as próprias experiências para criar um futuro mais brilhante.
