8 discos para ouvir hoje: Nathy Peluso, Alex Anwandter, DIIV, Tiny Habits e mais

Nathy Peluso / Instagram

Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Nathy Peluso, Alex Anwandter, DIIV, Vince Staples, Finom, Lenny Kravitz, SILVA e Tiny Habits.

Nathy PelusoGRASA
(5020 / Sony Music)

A cantora e compositora argentina Nathy Peluso lança o álbum GRASA, sucessor da aclamada estreia Calambre, inspirando-se em filmes de mafiosos como ‘O Poderoso Chefão’ e ‘Scarface’. No material, a artista continua revelando sua ousadia e versatilidade ao complementar sua sonoridade urbana com elementos de rap em versos furiosos sobre amor próprio e desejo de revolução em “APRENDER A AMAR”, hip hop ao tratar de ambição e rejeição das críticas externas em “MANHATTAN”, com a participação do conterrâneo Duki, trap ao celebrar força e resiliência diante das adversidades em “TODO ROTO”, com CA7RIEL & Paco Amoroso, salsa em que usa a prisão como metáfora para escapar de um relacionamento tóxico (“LA PRESA”) e funk carioca ao se recusar a se arrepender de seus desejos e a ceder às pressões sociais em “MENINA”, com a brasileira Lua de Santana. Além disso, há baladas etéreas e introspectivas como “EL DÍA QUE PERDÍ MI JUVENTUD”, com a participação de Blood Orange. Suas letras que demonstram poder e autoridade, referindo-se aos seus detratores e aos obstáculos que precisa dominar diariamente. Com GRASA, Nathy Peluso reitera sua força incontornável, sem medo de falar sobre as dificuldades do crescimento e as crises criativas que surgiram com a fama.

Alex AnwandterDime Precioso
(5AM)

O cantor, compositor e produtor chileno Alex Anwandter lança o álbum Dime Precioso, sucessor de El diablo en el cuerpo. No registro, criado eficientemente ao longo de apenas alguns meses no apartamento de Anwandter, o artista se torna mais experimental do que nunca. Ele mergulha nas profundezas de sua fluidez musical ao empregar uma variedade de influências musicais, que vão do new wave (“No Me Molesta”, com sua mensagem exemplar em que enfatiza a importância da conexão humana, apesar das dificuldades financeiras), rock (“Dime Precioso”, sobre a necessidade de ser desejado), funky cósmico à la Prince (“QTDE”, em que valoriza a presença de seu amor como sua fonte de conforto) e música house (“Gaucho”, “Tu Nueva Obsesión”), juntamente com uma base de pop latino-americano, mantendo a essência única e magnética que o tornou um dos artistas mais inovadores da atualidade.

DIIVFrog In Boiling Water
(Fantasy Records/Concord)

Produzido por Chris Coady (Beach House) e escrito pelo DIIV, Frog In Boiling Water, o quarto álbum completo da banda, é uma coleção de composições que exploram as realidades brutais do capitalismo e das mudanças climáticas (“In Amber”), sentimentos de desânimo (“Brown Paper Bag”) e os avanços tecnológicos avassaladores (“Soul-net”). Através de 10 faixas sombrias e deslumbrantes, o quarteto documenta o colapso de diversos ângulos com uma sensibilidade incomum e profundidade intencional, enquanto expande seu shoegaze e dream pop monumental e onírico com guitarras atmosféricas, samples eletrônicos, elementos experimentais e os vocais sussurrados distintivos de Zachary Cole Smith, criando uma obra reflexiva, sedutora, otimista e renovadora.

Vince StaplesDark Times
(Def Jam Recordings)

O álbum Dark Times, sucessor de sua obra sobre adolescência RAMONA PARK BROKE MY HEART, encontra o rapper Vince Staples na idade adulta, cercado pelos privilégios do sucesso. Em “Government Cheese”, rima sobre um amigo preso que o contata após vê-lo na TV, “Black&Blue” traz os conflitos e emoções cruas do artista e a melancólica Shame On The Devil” compartilha a busca pelo amor verdadeiro e o arrependimento por erros passados. O álbum equilibra temas introspectivos com faixas como “Étouffée”, uma ode animada às suas raízes da Louisiana, e “Little Homies”, uma mensagem incentivando as gerações mais jovens. “Freeman”, a última música antes do epílogo de Santigold (em “Why Won’t the Sun Come Out?”), destaca a reflexiva serenidade de Staples diante das adversidades e anos de luta. Além disso, o registro ganha impulso tanto nos samples falados (uma discussão sobre o amor negro entre James Baldwin e Nikki Giovanni fornece a base do interlúdio “Liars”) quanto musicais (trechos retirados de faixas de DJ Screw em “Black & Blue” e de Marvin Gaye em “Radio”). Dark Times marca uma nova era na carreira do artista, misturando densas letras com batidas impetuosas, e oferecendo observações irônicas e descontentes sobre a vida diante de tempos sombrios.

FinomNot God
(Joyful Noise Recordings)

O duo de art rock Finom, anteriormente conhecido como OHMME e formado por Sima Cunningham e Macie Stewart, lança o álbum Not God, seu primeiro disco desde a mudança de nome. Produzido por Jeff Tweedy no Wilco Loft, o registro é um exemplo de crescimento e evolução da banda, cuja história remonta à sua concepção improvisada. As músicas do álbum exploram a independência da vida adulta e seus altos e baixos, abordando temas como ansiedade (“Haircut”), vício (“Dirt”), memórias compartilhadas (“As You Are”) e lutas pessoais como banda (“Cyclops”), com uma mistura de vozes e sons em perfeita desarmonia. A energia da sua cidade natal, Chicago, contribui para essa evolução, funcionando como um porto seguro para músicos aventureiros. A combinação dessa energia com os talentos vocais e musicais dramáticos de Finom coloca a banda na periferia dos legados de The Roches, Roxy Music, B52’s, Kate Bush e Cate Le Bon e Wilco.

Lenny KravitzBlue Electric Light
(BMG)

Lenny Kravitz passou os últimos quatro anos preparando Blue Electric Light. Este álbum, seu 12º de estúdio e primeiro desde Raise Vibration de 2018, foi criado nas Bahamas durante a pandemia de COVID-19 e é descrito como atemporal, explosivo, romântico e inspirador. Repleto de influências que vão desde a Motown ao gospel, o material ressoa com gratidão; odes às inúmeras complexidades do universo, a Deus e ao amor em todas as suas variações. Enquanto a faixa-título e “Paralyzed” trazem os característicos riffs cheios de energia e baladas como “Honey” resgatam a sensibilidade de antigos sucessos, canções como “TK421”, “Human” e “Love Is My Religion” combinam rock, funk, eletrônica e soul com um som retrô e, ao mesmo tempo, contemporâneo. Conhecido como uma força criativa incansável e presença global na música, arte e cultura, Kravitz escreveu e tocou a maioria dos instrumentos no álbum, com a colaboração do guitarrista Craig Ross, que o acompanha há décadas.

SILVAEncantando
(Som Livre)

O cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista SILVA lança Encantado, seu primeiro álbum de músicas inéditas desde Cinco (2020). Descrevendo-o como um disco de atmosfera solar, SILVA une diferentes referências que vão do samba ao jazz, passando pelo hip hop e a MPB, refletindo seu momento atual. O álbum conta com participações especiais, como Arthur Verocai nos arranjos luxuosos de cordas e metais em “Girassóis”, Marcos Valle em dueto vocal e piano elétrico em “Copo D’Água”, a sambista Leci Brandão em “Amanhã de manhã (Para Lecy)”, o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler em “Recomenzar”, a cantora portuguesa Carminho e a violinista Gabriele Leite em “Carmesim” – com sample de “O Preço de Uma Vida”, de Erlon Chaves. “Arrebol” conta com uma estrutura musical semelhante a de “Canon in D Major” de Johann Pachelbel, enquanto “Vou Falar De Novo” e “Já Era” são baladas românticas suaves, e “Risquei Você” transita entre o sintetizador e o violão de nylon em uma série de referências poéticas.

Tiny HabitsAll For Something
(Mom+Pop)

All For Something, produzido por Tony Berg e Will Maclellan (boygenius, Phoebe Bridgers), é o álbum de estreia do trio Tiny Habits. O disco apresenta uma coleção de 12 músicas com composições emocionalmente maduras e sinceras, e harmonias a três vozes impecáveis de Judah Mayowa, Maya Rae e Cinya Khan. A coesão deste álbum poderia ser confundida com a de uma banda em um estágio avançado de carreira, apesar da curta parceria criativa do jovem trio de Boston, que varia do folk introspectivo dos anos 70 ao indie pop moderno. Repleto de emoção crua, introspecção e poesia, All For Something é uma jornada profundamente pessoal e comovente que aborda temas desafiadores da dinâmica de relacionamentos (“People Always Change”) e da identidade individual (“Wishes”), marcando o auge e o início promissor da trajetória da banda.