Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Zsela, John Grant, Normani, Raveena, The Decemberists, Florrie, Moby, NxWorries e This Is Lorelei.
• Zsela – Big For You
(Mexican Summer)
Cinco anos após seu primeiro single “Noise”, a cantora e compositora norte-americana Zsela lança seu álbum de estreia, Big For You, que combina força, vulnerabilidade e introspecção. Produzido por Daniel Aged (Frank Ocean, Kelela) e Gabe Wax (The War On Drugs, Soccer Mommy), o registro é uma declaração atemporal que transita entre a grandiosidade e a intimidade, construindo uma paisagem sonora repleta de introspecção. O álbum abrange elementos que vão do neo soul ao pop alternativo (“Not Your Angel”), folk com violões acústicos (“Now Here You Go”) e art rock dos anos 80 (“Fire Excape”), com influências formativas de Kate Bush e Joni Mitchell. Zsela aborda temas como o desejo de ser compreendida em sua verdadeira essência, a importância das conexões humanas e relacionamentos passados, marcados por arrependimento e esperança, com sua voz aveludada e expressiva. Big For You é o trabalho de uma contadora de histórias sonoras que encontrou seu próprio ritmo, sem medo de fazer perguntas sem respostas.
• John Grant – The Art Of The Lie
(Bella Union)
Após o sucesso de seu último álbum, Boy from Michigan, o lendário cantor e compositor John Grant retorna com seu aguardado sexto trabalho de estúdio, The Art Of The Lie. Grant compara as nuances musicais do álbum a trilhas sonoras suntuosas, como as de Vangelis para o filme ‘Blade Runner – O Caçador de Andróides’ ou os Carpenters, caso John Carpenter ttambém fosse membro da banda. Produzido pelo próprio artista e por Ivor Guest, conhecido por trabalhos com Grace Jones e Lana Del Rey, o material explora elementos de eletrofunk, folk e synthpop com melodias envolventes. Embora seja inegavelmente um álbum de John Grant, que mistura humor com tragédia e transforma raiva em compaixão, The Art Of The Lie exibe uma ambição musical e ousadia que complementam seus momentos mais políticos e pessoais. Com empatia e humor, critica hipócritas, a direita cristã (“Meek AF”), homofobia (“Mother and Son”), desafios da vida familiar (“The Child Catcher”) e decepção com a política nos EUA, além de abordar uma série de situações frustrantes e desafiadoras enfrentadas, desde questões financeiras até reflexões sobre sua própria identidade e saúde mental (“It’s a Bitch”). O álbum é considerado um dos maiores e mais visionários de Grant até hoje, refletindo sua experiência pessoal com coragem e leveza.
• Normani – DOPAMINE
(RCA Records)
O álbum DOPAMINE de Normani, composto por 13 faixas, apresenta a artista como uma mulher de 28 anos que abraça sua feminilidade, sexualidade e expressa sua verdade de todas as formas possíveis. O álbum transita entre R&B, pop, dance e hip hop, mostrando a versatilidade da garota. “Big Boy” é uma homenagem ao sul e às raízes da cantora, citando os rappers Pimp C e Big Boi (do OutKast) como influências, assim como “Still”, que usa um sample de “Still Tippin’“ de Mike Jones. A faixa trap “All Yours” traz Normani cantando sobre um interesse amoroso, enquanto “Lights On”, co-escrita por Victoria Monét, é um R&B sensual influenciado por Janet Jackson. “Take Me Time” é um house pop que evoca as produções de KAYTRANADA e explora uma conexão emocional e o desejo de que um parceiro romântico se envolva completamente e se comprometa sem hesitação, deixando que a vulnerabilidade romântica de Normani transpareça em “Distance”. “Tantrum”, em parceria com James Blake, combina os estilos dos dois artistas, oferecendo um tom mais sombrio à produção. A faixa que encerra DOPAMINE, “Little Secrets”, reafirma a confiança de Normani e a estrela que ela estava destinada a ser desde o sucesso solo “Motivation”.
• Raveena – Where The Butterflies Go In The Rain
(Moonstone Recordings / EMPIRE)
O terceiro álbum de estúdio da cantora e compositora Raveena, Where The Butterflies Go In The Rain“, é uma mistura cativante de paisagens sonoras impetuosas inspiradas nos anos 70 e R&B contemporâneo, destacando seus vocais distintos e paleta sonora única. “Pluto” é um pop sonhador com influências do R&B dos anos 90, que vai desde TLC até Corinne Bailey Rae. “Lucky” é uma balada R&B com influência latina nas guitarras, cantando uma relação amorosa na qual uma pessoa oferece apoio emocional ao parceiro, reconhecendo suas vulnerabilidades e destacando a sorte de estarem juntos. “Junebug” entrelaça o estilo da artista com o universo hip hop do rapper JPEGMAFIA, no conto de um romance intenso e efêmero, enquanto o som de cordas e sintetizadores de “Lose My Focus” é uma balada envolvente sobre a transformação e inspiração que o amor traz. Em “Big Mama”, com sons de tablas e experimentação vocal, Raveena expressa o desejo de ser mãe, e “Kid”, com suas guitarras elétricas, reflete a nostalgia da infância, contrastando-a com a complexidade da vida adulta. Where The Butterflies Go In The Rain é uma jornada pelo mundo da artista através de melodias enigmáticas e letras notáveis.
• The Decemberists – As It Ever Was, So It Will Be Again
(Yabb Records)
Há mais de 20 anos, The Decemberists se destacam como uma das bandas de rock mais originais, ousadas e emocionantes dos Estados Unidos. Conhecidos por seu folk rock literário, eles lançaram nove álbuns que desafiam gêneros e são altamente ambiciosos. Agora, o grupo retorna com seu primeiro álbum em seis anos, As It Ever Was, So It Will Be Again, o mais longo da banda e seu primeiro LP duplo intencional. o mais longo da banda e seu primeiro LP duplo intencional. Com 13 faixas, o álbum é empático e acessível, refletindo os tempos difíceis e a esperança tênue. Produzido por Tucker Martine e com a participação de Mike Mills (do R.E.M.), James Mercer (do The Shins) e Lizzie Ellison nos vocais de apoio, este trabalho é considerado pelo compositor Colin Meloy como o melhor da banda, representando a culminação de 22 anos de trabalho. Com canções que exploram temas como a morte e a depravação na sociedade, através de heróis episódicos, o álbum oferece uma mistura de estilos que inclui influências tejano em “Oh No!”, indie rock em “Burial Ground”, prog rock na épica “Joan in the Garden” e lamentos country em faixas como “Long White Veil” e “William Fitzwilliam“. As It Ever Was, So It Will Be Again marca um renascimento apropriado para The Decemberists, agora uma banda independente, cantando histórias que soam instantaneamente familiares e transmitem sabedoria conquistada com esforço.
• Florrie – The Lost Ones
(Xenomania Records / BMG)
Após desavenças com sua antiga gravadora, o álbum de estreia da multi-instrumentista, cantora e compositora Florence Ellen Arnold (a.k.a. Florrie) foi uma longa e catártica jornada de mais de 15 anos. The Lost Ones é um reflexo dessa luta para não abandonar a música, apresentando um registro repleto de faixas synthpop otimistas (“It’s Been A Hard Night”, com sua atmosfera oitentista) e ganchos cativantes, como evidenciado na inspiradora faixa-título e “Never Far From Paradise”. O trabalho combina mensagens universais de empoderamento com canções introspectivas sobre relacionamentos tumultuados (“Kissing In the Cold”, “Looking for Love”), exibindo uma profundidade e vulnerabilidade aumentadas em faixas como “Bad Movie” e “Jealous”. Com anos de atraso, o material é um marco na carreira da artista e estabelece um novo padrão para o pop britânico contemporâneo, com canções feitas para ganhar as rádios. Sua longa espera claramente valeu a pena, mostrando seu talento e dedicação aprimorados, garantindo diversão e paixão nas composições.
• Moby – always centered at night
(always centered at night)
Em always centered at night, Moby mais uma vez cria uma coleção de músicas encantadoras e comoventes, ao mesmo tempo ternas e desafiadoras, em colaboração com vocalistas excepcionalmente talentosos e conscientes, com um toque de outro mundo. Cada música é uma carta de amor à cena musical desinibida e encantadora de Nova Iorque do final dos anos 70 e início dos anos 80, que moldou o artista como músico. O álbum apresenta alguns dos vocalistas mais emocionantes da nossa época. serpentwithfeet empresta sua voz na onírica “on air”, a cantora de jazz Lady Blackbird na assombrosa “dark days”, o poeta e ativista Benjamin Zephaniah no drum ‘n’ bass “where is your pride?”, a cantora holandesa-sudanesa Gaidaa na cinematográfica com traços de trip hop “transit” e Aynli Jones no techno dos anos 90 que remete a Underworld em “medusa”. Outros colaboradores foram encontrados na relativa obscuridade, como a amiga e vocalista Brie O’Banion no cover de Cream, “we’re going wrong”, ou a poeta premiada Danaé Wellington na poderosa “wild flame”. O objetivo de always centered at night é fazer algo intransigente: criar músicas que sejam emocionais, atmosféricas e potencialmente belas.
• NxWorries – Why Lawd?
(Stones Throw)
A superdupla de R&B e alt hip hop NxWorries, formado pelo vocalista Anderson .Paak e o premiado beatmaker e produtor Knxwledge, lança o tão aguardado segundo álbum de estúdio. Quase uma década após o sucesso do álbum de estreia Yes Lawd! (2016), Why Lawd? retoma o som nostálgico de funk com letras mais sombrias (“Battlefield”, onde explora a infância e reflete filosoficamente sobre a solidão) e desgostos amorosos (“Daydreaming”, com suas guitarras que evocam a sonoridade de Prince) nos vocais inconfundíveis de .Paak com as batidas feitas sob medida de Knxwledge. Desta vez, para embalar sua sonoridade soul setentista e suave, o duo conta com participações especiais de artistas como H.E.R. (“Where I Go”), Snoop Dogg (“FromHere”), Thundercat (“KeepHer”), Earl Sweatshirt e Rae Khalil (“WalkOnBy”), Charli Wilson (“NVR.RMX”) e outros.
• This Is Lorelei – Box For Buddy, Box For Star
(Double Double Whammy)
Desde 2012, o cantor e compositor de Nova Iorque, Nate Amos (Water From Your Eyes, My Idea), gravou e lançou centenas de músicas sob o nome This Is Lorelei. Após mais de uma década, Box For Buddy, Box For Star marca sua primeira tentativa de um álbum completo, tradicional e intencionalmente escrito. Amos descreve a maior parte de sua discografia como “entradas de diário não editadas”, criadas sem muito planejamento ou consideração por gêneros. Portanto, Box For Buddy, Box For Star é tanto um novo começo quanto a culminação de anos de composição diligente. O álbum adota uma estrutura tradicional de pop e letras confessionais, combinando clichês clássicos de cantor e compositor com uma ironia característica de Amos. Inspirado pelo romantismo gritante de Shane MacGowan e a imitação de Jim Croce por Tim Heidecker, o registro exala charme rústico e intensidade juvenil. Sonoramente, o artista adorna o disco com toques de country, uma escolha artística que remete ao seu pai, um veterano músico de bluegrass. O álbum inclui surpresas como “Dancing in the Club”, uma canção pop com auto-tune, e “Perfect Hand”, uma faixa íntima com piano, samples vocais e batidas eletrônicas. Ele abre o álbum com “Angel’s Eye”, um dueto country de ficção científica sobre um anjo que abduz um cowboy e se apaixona acidentalmente.