
Confira alguns dos principais lançamentos da semana para atualizar a sua playlist de discos favoritos. Entre eles estão os novos trabalhos de: Lady Gaga, SASAMI, Divorce, HotWax, TOKiMONSTA, Housewife, Franc Moody, JENNIE e ASTROPICAL.

• Lady Gaga – MAYHEM
(Interscope Records)
Ao iniciar a gravação de MAYHEM, Lady Gaga decidiu resgatar as melodias sombrias que marcaram o início de sua carreira, unindo-as a letras misteriosas e cheias de significado. O processo fluiu de forma orgânica, confirmando que ela estava no caminho certo para abraçar plenamente sua antiga identidade artística, com um trabalho que concentra elementos que definiram sua trajetória e moldaram sua personalidade musical.
“Disease” é uma faixa que combina pop sombrio e industrial, com uma batida pesada que remete ao Nine Inch Nails, especialmente à clássica “Closer”. A performance visceral e poderosa de Gaga eleva a música, enquanto “Abracadabra” mistura eletropop, batidas de club e uma interpolação gótica de “Spellbound”, do Siouxsie & The Banshees, criando uma atmosfera mística e envolvente.
Em “Perfect Celebrity”, uma crítica à cultura da fama e a superficialidade das redes sociais, trazendo influências do grunge com elementos eletropop, com inspirações em “Never Enough” do The Cure. Já “Garden Of Eden” se destaca como um eletroclash energético, carregado de uma atmosfera nostálgica que evoca seus grandes sucessos dos anos 2000, enquanto “Vanish Into You” apresenta um instrumental marcado pelo funk, com guitarras que refletem o estilo de Nile Rodgers e sintetizadores pulsantes que capturam a essência dos anos 80, além de vocalizações no refrão que ecoam “Bad Romance”.
Produzida por Gesaffelstein, “Killah” apresenta um funk industrial com letras sombrias e riffs de guitarra que fazem uma clara referência a “Fame”, de David Bowie. “Zombieboy” combina elementos da disco music com solos de guitarra grandiosos, celebrando noites de festa e excesso, enquanto Gaga canta sobre o amor por alguém que já partiu. A música também funciona como uma homenagem emocionante ao seu amigo falecido, Rick Genest, o “Zombie Boy” que estrelou o videoclipe de “Born This Way“.
“LoveDrug” captura a essência do álbum de estreia da cantora, The Fame, com atmosfera psicodélica e nostálgica dos anos 80. Já “How Bad Do U Want Me” bebe da new wave do Blondie e no synthpop do Yazoo, criando uma fusão sonora vibrante. Enquanto isso, “Shadow Of A Man” explora o house francês e incorpora elementos do pop característico de Michael Jackson, ao mesmo tempo que reflete sobre os desafios de ser mulher em um mundo ainda dominado por figuras masculinas.
Para encerrar, Gaga reforça seu talento para baladas emocionantes em “Blade of Grass”, uma canção que celebra o amor capaz de resistir mesmo em meio ao caos, e em “Die With a Smile”, uma parceria com Bruno Mars. MAYHEM representa um retorno às origens da artista, repleto de influências que definiram sua trajetória e redondinho para se destacar (novamente) no universo da música pop.

• SASAMI – Blood On the Silver Screen
(Domino)
Em Blood On the Silver Screen, a cantora, compositora e produtora Sasami Ashworth (a.k.a. SASAMI) deixa para trás a sonoridade pesada e metal de seu álbum anterior, Squeeze, e embarca em um universo pop grandioso e épico. Com a colaboração dos coprodutores Jenn Decilveo (MARINA, Hinds) e Rostam (Georgia, Carly Rae Jepsen), e com SASAMI assumindo sozinha a autoria das composições, cada faixa do registro captura de maneira intensa e visceral diferentes nuances de amor, sexo, poder e corporeidade. “Slugger” se destaca como um pop vibrante, repleto de batidas dançantes, sintetizadores brilhantes, guitarras energéticas e vocais sedutores, abordando as incertezas e dores de um relacionamento. Já “I’ll Be Gone”, com sua pegada dance rock, explora o ciclo vicioso de uma relação tóxica, enquanto “Love Makes You Do Crazy Things”, com influências garage rock, revela a intensidade e irracionalidade do amor. “Honeycrash” é uma balada pop rock poderosa, que combina a grandiosidade épica de uma ópera wagneriana com elementos de ficção científica. Por sua vez, “Just Be Friends” segue uma linha semelhante, incorporando a melancolia típica da música country. Inspirada nas clássicas baladas pop japonesas, “In Love With A Memory” conta com a participação de Clairo e é construída sobre sintetizadores deslumbrantes, batidas suaves e guitarras marcantes, com toques neoclássicos que remetem a Bach. O disco explora profundamente como o amor impacta a identidade, com destaques como “Possessed”, que transforma a pista de dança em um exorcismo emocional, e “Nothing But a Sad Face”, onde a expulsão do paraíso simboliza o desejo e o sacrifício em nome da paixão. Blood On the Silver Screen apresenta um som único, no qual SASAMI mescla diversas influências musicais – desde o rock de AC/DC e Kurt Cobain até o pop de Lady Gaga e HAIM -, oferecendo uma versão mais leve e refinada de sua arte.

• Divorce – Drive to Goldenhammer
(Gravity / Capitol)
O quarteto inglês Divorce, reconhecido por sua abordagem musical eclética e por não se limitar a um único gênero, mistura influências de indie, country, chamber pop e folk em suas produções, lança o aguardado disco de estreia Drive to Goldenhammer. “All My Freaks”, o primeiro single do disco, traz uma sonoridade pop que evoca bandas como The Naked and Famous, The Killers e Passion Pit, com sintetizadores vibrantes, riffs brilhantes e batidas progressivas. Já “Hangman” explora o indie rock, combinando guitarras emotivas e a voz carregada de emoção de Felix Mackenzie-Barrow. Em “Pill” o grupo explora sua versatilidade, começando com manipulações digitais e samples de cordas vibrantes, para então adotar um clima mais intenso com guitarras glam rock, finalizando com um pop introspectivo e nuances de alt-country. “Antarctica” apresenta harmonias vocais delicadas e uma melodia folk que remete a Joni Mitchell, impulsionada por batidas eletrônicas. “Fever Pitch” destaca-se pelos vocais expressivos, sustentados por uma sonoridade que lembra a essência de St. Vincent, com guitarras marcantes e sintetizadores lúdicos. “Lord” combina guitarras dissonantes com vocais em camadas, criando uma atmosfera única, enquanto “Karen” – uma homenagem a Karen Carpenter – revela harmonias delicadas e arranjos folk intricados, que gradualmente se transformam em um réquiem furioso e emocional. Em sua estreia, o grande trunfo da banda está em sua capacidade de construir um universo sonoro multifacetado, ao mesmo tempo coeso e singular.

• HotWax – Hot Shock
(Marathon Artists)
Com menos de trinta minutos, o impactante álbum de estreia Hot Shock traz consigo uma mistura de força, paixão e canções irresistíveis. Combinando elementos de post-punk, grunge e rock alternativo, o grupo cria um som que evoca referências a ícones como Karen O, Courtney Love, Nirvana, Elastica e Mudhoney. Para a produção do disco, a banda contou com uma equipe formada exclusivamente por mulheres, incluindo Catherine Marks (boygenius, Wolf Alice) e Steph Marziano (Hayley Williams, Prima Queen), além de gravações adicionais com Stella Mozgawa, do Warpaint. Hot Shock é repleto de hinos cheios de adrenalina que falam sobre superar medos e seguir em frente com coragem rumo ao futuro. Faixas como “She’s Got A Problem” e “Wanna Be A Doll” trazem guitarras pesadas e baixos pulsantes que remetem ao grunge clássico. Já “Strange To Be Here”, com sua atmosfera caótica, incorpora elementos de shoegaze, enquanto “Hard Goodbye” explode com uma energia punk que reflete a angústia e o arrependimento presentes na letra. “In Her Bedroom” começa com uma vibe intimista que lembra PJ Harvey, mas logo se transforma em uma explosão instrumental. “One More Reason” por sua vez, combina atitude rock e urgência com um groove envolvente, destacando os vocais intensos e cheios de energia de Sim-Savage. Fechando o álbum, “Pharmacy” reduz a intensidade nervosa do projeto, apresentando uma faixa acústica e crua que evoca os Pixies, com versos que exploram a busca por refúgio em meio ao caos. As músicas foram feitas para serem tocadas ao vivo, altas e potentes, mas também carregam uma vulnerabilidade pulsante, o que confere ao álbum uma honestidade e uma carga emocional.

• TOKiMONSTA – Eternal Reverie
(Young Art Records)
O sétimo álbum da produtora Jennifer Lee, conhecida artisticamente como TOKiMONSTA, segue sua trajetória de fusão de gêneros musicais, destacando-se por uma abordagem ousada e progressiva no cenário da música eletrônica. Eternal Reverie é uma obra profundamente significativa, dedicada à memória de seu melhor amigo, que faleceu. TOKiMONSTA interrompeu temporariamente sua carreira para viver os últimos momentos dessa amizade antes de iniciar a gravação do álbum. Mais do que uma homenagem, o projeto reflete o poder transformador e curativo da música, explorando temas como superação e celebração da vida. O álbum se destaca por suas experimentações sonoras, que unem batidas etéreas, influências globais e paisagens sonoras surrealistas. Ele emerge como um farol de esperança em meio à escuridão, ressaltando a alegria das memórias e a energia contagiante da dança, mesmo diante dos desafios da vida e dos relacionamentos. O registro conta com colaborações de artistas renomados, como Gavin Turek, Anderson .Paak, Rae Khalil, Cakes da Killa e GAWD. Faixas como “Lucky U” e “On Sum” mesclam elementos de neo soul, jazz e eletrônica, criando uma atmosfera envolvente e sofisticada. Já “Switch It” e “Feel It” trazem influências marcantes de house e hip house, enquanto “Corazon / Death by Disco, Pt. 2” surpreende com nuances de nu disco e samba, demonstrando a versatilidade da artista. Com uma combinação de eletrônica dançante, a cena L.A. Beat e a inclusão de talentos emergentes, Eternal Reverie se consolida como uma coleção de músicas que transmitem uma sensação de renovação e resiliência, celebrando a vida e a arte em sua essência.

• Housewife – Girl Of The Hour
(Submarine Cat Records)
O EP Girl Of The Hour, do projeto Housewife, liderado pela artista independente canadense Brighid Fry, explora as complexidades e desafios da transição para a vida adulta com uma honestidade cativante, oferecendo uma trilha sonora que equilibra a calorosidade do indie pop com nuances de grunge. A primeira faixa, “I Lied”, introduz o álbum com uma produção analógica densa, abordando a tensão emocional de um “friend crush”. Em seguida, “Work Song” traz uma energia vibrante de indie rock, com guitarras marcantes, batidas pulsantes e palmas contagiantes, refletindo sobre o amadurecimento pessoal e artístico. “Life Of The Party” explora um lado mais sombrio do indie pop melódico em uma reflexão sobre o conflito interno de alguém que se sente perdida e insatisfeita. Já “Matilda”, com sua sonoridade pop punk acolhedora e introspectiva, aborda a dor da perda e a luta para seguir adiante. “Divorce” é uma faixa de alt-pop com influências indie, destacando-se pelas guitarras distorcidas e um refrão poderoso que fala sobre superar relacionamentos tóxicos. O EP se encerra com “Wasn’t You”, uma jornada emocional que vai de confissões íntimas a um clímax grandioso. Girl Of The Hour é uma obra que retrata de forma autêntica as turbulências do amadurecimento, evitando clichês e solidificando Brighid Fry como uma voz original e impactante no cenário atual do alt-pop.

• Franc Moody – Chewing The Fat
(Night Time Stories)
Em Chewing The Fat, o duo britânico Franc Moody, comandado por Ned Franc e Jon Moody, amplia sua mistura de soul e disco com uma sonoridade mais intensa e visceral. A produção mantém as bases marcantes de baixo e os refrães cheios de energia, mas assume uma postura mais crua, sem deixar de lado a habilidade da banda em criar melodias cativantes. Influenciados por performances ao vivo de LCD Soundsystem e Massive Attack, o grupo decidiu explorar uma sonoridade mais arrojada, afastando-se da leveza de seus trabalhos anteriores para mergulhar em novas experimentações sonoras. Chewing The Fat representa uma busca por inovação e audácia, ao mesmo tempo que oferece ao público um refúgio, transmitindo alegria e sensação de liberdade em momentos desafiadores. A faixa “Square Pegs In Round Holes” combina sintetizadores melancólicos, camadas texturizadas e vocais cheios de emoção, abordando a ideia de deixar para trás o que não faz mais sentido e seguir adiante. Já “Space Between Us” une elementos de funk, soul e disco com um toque indie pop refinado, expressando um anseio profundo por conexão humana. “Bloodlines” oferece uma experiência sonora pulsante e envolvente, como se LCD Soundsystem tivesse surgido na era disco, enquanto a faixa-título é uma explosão de funk que reverencia ícones como George Clinton e Prince, com uma abordagem única e cheia de personalidade. “The Light You Bring”, que encerra o álbum, apresenta uma melodia radiante e luminosa, com nuances que remetem aos Beach Boys, criada com o auxílio de sintetizadores russos, cedidos por Damon Albarn. Com Chewing The Fat, a dupla busca compor músicas que transcendam o tempo, proporcionando uma jornada sonora transformadora e memorável.

• JENNIE – Ruby
(Columbia)
JENNIE, integrante do grupo de K-pop BLACKPINK, estreia como artista solo com o álbum Ruby. O título é uma referência ao seu nome completo, Jennie Ruby Jane, reforçando uma conexão profunda com sua identidade e trajetória pessoal. O projeto reúne colaborações de grandes nomes da música internacional, como o produtor francês FKJ, responsável pela faixa de abertura, doce e melódica. Diplo contribui com o funk automotivo e autoconfiante de “like JENNIE”, enquanto a rapper Doechii se destaca no hino hip hop empoderador “ExtraL”. Dominic Fike divide os vocais em “Love Hangover”, um synthpop psicodélico que compara os altos e baixos de um relacionamento à embriaguez e sua ressaca. Já “Damn Right”, com Childish Gambino e Kali Uchis, mergulha no R&B dos anos 90 com um toque moderno, e Dua Lipa traz seu pop sensual para contrastar com o rap assertivo de JENNIE em “Handlebars”. A faixa “with the IE (way up)” se destaca ao interpolar “Jenny from the Block”, de Jennifer Lopez, enquanto “Mantra” é um k-pop funk elevado com sua declaração de independência. “star a war” bebe na inspiração das melodias de SZA, e “ZEN” é impulsionada por um refrão com nuances industriais que caberia no repertório de Rihanna. Em comparação com as estreias solo de suas colegas de grupo, Ruby é um ouro ao reverberar pela qualidade pop e R&B que entrega com competência.

• ASTROPICAL – ASTROPICAL
(Sony Music)
O supergrupo ASTROPICAL é uma fusão de talentos formada por Li Saumet e José Castillo, integrantes do Bomba Estéreo, que se unem a Beto Montenegro e José “Fofo” Story, do Rawayana. Individualmente, ambos os projetos são referências musicais em seus países de origem – Colômbia e Venezuela -, conhecidos por misturar ritmos tradicionais latino-americanos com sons modernos. O nome da banda – e das faixas – reconhecidos por sua habilidade em mesclar ritmos tradicionais latino-americanos com elementos sonoros modernos. O nome da banda, assim como o das faixas, reflete o interesse comum dos membros por astrologia e por grooves tropicais. “Me Pasa (Piscis)”, o single de estreia, combina samples de flautas andinas, um riff de guitarra nostálgico e uma base de afrobeat, criando uma atmosfera vibrante que convida ao baile e à celebração. Já “Una Noche en Caracas (Tauro)”, uma faixa envolvente e ideal para as pistas de dança no verão, e “Corazón Adentro (Escorpio)”, com harmonias suaves e um rap marcante de Saumet, exemplificam a diversidade e a essência do projeto. Com referências à champeta colombiana e às arepas venezuelanas, a estreia do grupo ressalta a importância da música e da cultura latino-americana para seus integrantes, celebrando suas raízes e identidades de forma criativa e autêntica.