Gabriel Fetzner (a.k.a. Gabrre), músico brasileiro e radicado em Lisboa, lança o segundo disco da carreira, o sucessor de tocar em flores pelado. don’t rush greatness é uma exploração das experiências agridoces de crescer e deixar para trás uma realidade segura.
O artista combina elementos de indie, eletrônica, folk, pop, psicodelia e música brasileira com camadas de harmonias vocais e loops fluídos para criar um ambiente sonoro intrigante e emocionalmente estrondoso. As nove faixas retratam bem a capacidade de Gabrre de transitar por territórios desconhecidos e se reinventar através das melodias sonhadoras.
O álbum ultrapassa os limites do bedroom pop encontrado no trabalho de estreia, mas ainda carrega a leveza e simplicidade do pop. O artista abandonou o que é seguro dentro do espectro criativo para dar lugar a outros experimentos sonoros, mas sem pretensão de ser conceitual ou denso.
“Tudo o que eu não quis fazer para esse projeto era conceber um álbum conceitual ou qualquer coisa do gênero. Não que eu não goste de trabalhar dessa forma, mas queria apenas que fosse algo menos pretensioso. Por mais que tenha pensado assim, sempre gosto de criar obras coesas, com começo, meio e fim. Também não queria fazer nada muito abrasivo e denso, mas sim que soasse como uma pequena coletânea de canções de pop fofo”, revela o artista.
Das paisagens sonoras atmosféricas densas e crescentes de “what happened to us” aos riffs precisamente marcados de “could this room be any smaller?” ou da melancolia pseudo-romântica de “none of them / hoje eu vou” ao hipnotismo pop psicodélico urgente à la Animal Collective de “agua de beber”, don’t rush greatness soa como uma pequena sinfonia de bolso de uma só pessoa.